PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Opinião

25 de abril de 1974, sempre!

Amélia do Vale, professora por Amélia do Vale, professora
Abril 12, 2024
em Opinião
0
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Nas primeiras horas da madrugada daquele dia a gritaria contra os esbirros da PIDE acordou-nos a todas! Após breves momentos o meu quarto, o mais bem localizado para se observar a fachada do prédio de onde chegava aquela gritaria, encheu-se de raparigas que, tal como eu, vindas de outras terras, eram estudantes universitárias em Coimbra. Aflitas, em pânico, debruçadas, quase a cair da janela, a esbracejar e a emitir chius altíssimos, tudo fizemos para calar o nosso vizinho, mas qual quê! Ele não só não se calava como os insultos contra a tal gentinha iam subindo de tom.

Inicialmente, pensámos que ele, um conhecido psiquiatra antifascista, estivesse animado pelo consumo exagerado de uma qualquer substância e se tivesse esquecido das consequências terríveis desse seu agir, mas, rapidamente, percebemos a improbabilidade de tal coisa. De facto, como poderia alguém, já tão magoado na sua vida por lutar contra a terrível ditadura que amarfanhava Portugal, agir de forma tão leviana? Percebemos então que algo de muito importante se estava a passar e apressámo-nos a ligar as telefonias que tínhamos sintonizando-as em todas as rádios possíveis.

Adivinhando que era pela liberdade e contra a opressora ditadura que um confronto estava a acontecer em Portugal, não mais dormimos nessa noite! Pela minha parte, após ouvir o primeiro comunicado do MFA– “Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas (…) – invadiu-me um misto de medo e esperança e lembro-me bem que foi nesse momento que decidi em qual dos lados da barricada eu estaria, caso as coisas corressem mal aos bravos do MFA.

E foi assim, feliz, que entrei no café Ritz e senti pela primeira vez o orgulho de ser portuguesa! O outro, aquele orgulho que a ditadura me quis impor na escola através da “exaltação de valores tradicionais resgatados de um passado mítico português” nunca o senti. O que ouvia ao meu pai, o que lia nos livros, a tristeza, o sofrimento e a vida desgraçada que à minha volta via tantos trabalhadores levarem, fizeram-me desde muito garota perceber que era mentira tudo o que, na escola, me ensinavam sobre o meu país.

A realidade impôs-se-me e era feita das perseguições aos opositores do regime, da censura a todos os textos que beliscavam a vida da ditadura, da patética defesa do colonialismo e do ameaçador lema, para qualquer espírito livre, “Deus, pátria, família”. E foi assim que de braços abertos eu acolhi aquele 25 de abril de 1974 e até hoje o celebro com emoção.

Não me peçam, por isso, para aceitar nem que sejam fragmentos soltos da tal exaltação de valores tradicionais resgatados de um passado mítico português. Como cidadã, sei que nasci nesse dia e só ele me permitiu crescer livre. Sei, por isso, que é aos militares de abril e aos homens e mulheres da esquerda portuguesa a quem, todos os dias, devo agradecer e que aos outros nada devo.

E tenho um desejo! Tal como as tribos que vivem próximas do Polo Norte cuidam da natureza para que ela não se estrague até à sétima geração, assim estou eu com o 25 de Abril de 1974. Quero cuidar dele para que ele, geração após geração, fique sempre! 

Etiquetas: abrilAmélia do ValeditadurafamíliageraçãoLeiriaopiniãoopositoresopressãopátriapolíticaprofessoraregião de Leiriaregime
Previous Post

Deste Abril

Próxima publicação

Cinema | Dias Perfeitos

Próxima publicação
Cinema | Dias Perfeitos

Cinema | Dias Perfeitos

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.