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Home Sociedade

25 de Abril: revolta de uma juventude contra as muralhas de um País enclausurado

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Abril 25, 2019
em Sociedade
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25 de Abril: revolta de uma juventude contra as muralhas de um País enclausurado
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Quarenta e cinco anos passaram desde a revolta dos militares portugueses contra o regime de ditadura, que impulsionava uma guerra que ninguém entendia. A população, analfabeta e pobre, vivia com medo e sem esperança.

Desconheciam outras realidades, porque Portugal vivia virado para si mesmo, impedindo que o conhecimento além-fronteiras penetrasse no País e mostrasse aos cidadãos que o mundo não era a preto e branco.

Aliás, Portugal, que tem das democracias mais jovens da Europa, continua a tentar recuperar desesperadamente de um atraso que resultou da insularidade vivida na ditadura.

Amílcar Coelho, doutorado em Filosofia Contemporânea (especialidade de Filosofia da Educação) e um dos que acompanhou Salgueiro Maia na revolução, afirma que os jovens de hoje “não são diferentes” daqueles que lutaram para que democracia vingasse.

“Podem ter mais tecnologias, mas os objectivos são idênticos e, no fundo, querem ser felizes. Para isso não podem estar muralhados, como sucedia antes de 1974. Portugal vivia uma insularidade, ignorando o que se passava no mundo.”

Os filhos do 25 de Abril não experienciaram a falta de liberdade. O JORNAL DE LEIRIA quis perceber se os jovens de hoje têm noção do que foi a revolução, quais os direitos conquistados e que causas os levaria a arriscar a vida.

A liberdade de expressão foi para os inquiridos a maior conquista de Abril. Apesar de salientarem que a paz é o caminho para os problemas, apontam o sofrimento como uma das razões mais fortes para se revolucionarem (páginas 4 e 5). Será que as novas tendências mais extremistas podem conquistar jovens descontentes com a situação actual que se vive na Europa, pelo facto de não terem vivenciado a opressão e a censura do regime de António Oliveira Salazar?

“As ideologias populares são mais fáceis. Não dão oportunidades, mas são uma ilusão de que tudo está bem”, afirma Amílcar Coelho, 65 anos, que acrescenta que “esta sedução é extremamente perigosa”, embora acredite que “mais tarde ou mais cedo” os jovens “vão acordar”.

O filósofo, que integrou o esquadrão de Salgueiro Maia, acrescenta que estas ideologias são “um sinal de alarme”. Tal como há mais de 45 anos, começa a viver-se um “fechamento e já se verifica em alguns países actos de violência”.

Também Saul Fragata, militante do PCP, admite que estas novas correntes podem ser “um risco”, mas sublinha que “o maior perigo é o alheamento” dos jovens e considerarem que “os partidos são todos iguais”.

“São os responsáveis políticos que têm culpa do desinteresse desta geração. Depois há eleições e os jovens, ou não vão votar, ou seguem o que está na moda. Isso é um perigo”, reforça, acrescentando, contudo, que os jovens  [LER_MAIS] se interessam pela história quando esta lhes é contada. “É preciso espevitá-los.”

Literacia para escolhas conscientes Adelino Gomes, um dos jornalistas que relataram a Revolução, garante não ter dados que possam fazer esse relacionamento, mas diz que as gerações são o “produto da sociedade”.

“A acontecer, não será essencialmente culpa dos jovens, mas da sociedade em que estão inseridos, e em particular da escola, dos pais e da própria comunicação social. Crescem num caldo de cultura que lhes é transmitido por quem os trouxe ao mundo, pelos professores, que também os educam, e por aquilo que os rodeia”, reforça. Adelino Gomes, 74 anos, defende a “literacia” para que as escolhas sejam conscientes

. “Quando há um risco também há antídotos”, lembra, ao defender a “formação”. “Não é desresponsabilizá- los.” É dar-lhe ferramentas para que as escolhas sejam informadas.

Segundo Amílcar Coelho, a “falta de oportunidades” continua a existir e lamenta que a escola não seja um espaço de verdadeira cidadania. “Reproduz desigualdades e tem uma visão deturpada das coisas. A escola está mais preocupada em sistematizar as normas em certificar conhecimentos, porque hoje já não se ensina nada. Mas falar exige tempo e a escola não o disponibiliza.”

Considerando que o 25 de Abril foi um “evento que se transformou em acontecimento”, Amílcar Coelho entende a Revolução como “uma visão da celebração daquilo que os jovens queriam mudar”.

“O 25 de Abril é um movimento de juventude à procura de uma dimensão nova. Uma geração sem saída, que enfrentava a guerra e a emigração. Enquanto jovens, estávamos perante um muro, que não permitia dar resposta às exigência dos jovens”, constata.

Também em 1974, para o filósofo, o “bloqueio de identidade fez os jovens quererem mudar”. “O 25 de Abril inscreveu a nossa existência. Até então não existiam pessoas.

Quando se deu o 25 de Abril, de repente, dá-se conta que há pessoas, que há um outro mundo que estava escondido. As pessoas passam a aparecer nas revistas, passaram a poder falar”, recorda.

Adelino Gomes tem uma visão um pouco diferente da eventual falta de conhecimento dos jovens sobre este marco fundamental na História de Portugal. “Referir que a escola nem sempre aborda com a devida importância o 25 de Abril ou a Guerra Colonial não pode ser uma desculpa para o desconhecimento.”

O jornalista sublinha que “há mais de 40 anos que rádios, jornais e televisões têm contado a narrativa”. “Não há falta de matéria- -prima para os jovens conhecerem. Às vezes, há uma maneira simplista de nos lamentarmos em volta de algo que se exagera. Devemos criticar quando os programas não dão a devida importância a um dos grandes acontecimentos históricos do País, mas devemos apelar ao sentido de responsabilidade dos jovens.”

Adelino Gomes afirma que as conquistas de Abril estão feitas, agora é utilizá- las da melhor forma. E as mudanças foram muitas.

Na Saúde, por exemplo, Deolinda Morgado, 68 anos, não tem dúvidas do salto qualitativo. A enfermeira, que iniciou a actividade dois anos antes da Revolução, recorda que a pneumonia era tratada no hospital com uma “cataplana de sementes”.

“Nas depressões injectava-se insulina para tornar as pessoas mais reactivas e na psiquiatria algumas doenças eram tratadas com choques eléctricos.” Deolinda Morgado, que trabalhou nos hospitais de Coimbra e de Leiria, considera que o Serviço Nacional de Saúde foi “a maior conquista”. Apesar de ser mulher, estudou porque o pai, com ligações ao PCP e a Álvaro Cunhal, tinha uma visão progressista.

“Mas recordo- me que os tempos eram difíceis. A comida era escassa e tínhamos de trabalhar todos em casa. Havia um medo terrível de que nos ouvissem a dizer mal do regime. Em boa hora se deu o 25 de Abril, mesmo que seja para dizer mal dele”, ironiza.

Aos 12 anos, Saul Fragata, 72 anos, começou a trabalhar no vidro e aos 16 mudou para a metalurgia. A escola ficou para trás. “Os jovens emigravam para fugir à Guerra Colonial. Eu não pude porque fui pai e não tinha dinheiro. Os direitos adquiridos para os trabalhadores foram conquistas importantes”, destaca.

Com esperança no futuro, Saul Fragata aconselha: “Temos de continuar a lutar, a resistir, a esclarecer, a formar e a informar para que o progresso não pare. Não sei se é preciso fazer revoluções, mas temos de prosseguir o espírito de Abril.”

Etiquetas: 25 de abrilconquistaliberdaderevoluçãosociedade
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