A época acabou mais cedo do que devia, a bola não rolou tanto quanto devia e todos foram para casa mais cedo. E por norma, quando a bola deixa de rolar, os sites, os blogues e as redes sociais escolhem os melhores onzes da temporada.
Há para todos os gostos, sensibilidades e preferências, mas se um futebolista é escolhido em todos eles é porque, de facto, esteve em destaque. Sim, estamos a falar de Benny.
Foi o Zero Zero, o Box to Box e o Talent in Portugal. Todos eles acharam que o rapagão de Leiria de 1,92 metros merecia integrar a equipa ideal do terceiro escalão do futebol português.
O Campeonato de Portugal foi disputado por 80 emblemas. Contas por alto, estamos a falar de 500 jogadores, mas o defesa-central de 24 anos foi escolha unânime. Quererá dizer que estava a mais neste escalão?
“Não sei se sou de outro campeonato, sei é que quero estar entre os melhores, fazendo o melhor possível”, responde Bernardo Silvano. Na verdade, o jogador foi decisivo no regresso do Futebol Clube de Arouca aos campeonatos profissionais.
Faz, contudo, questão de dividir os louros com os colegas. “É sempre um orgulho vermos o nosso trabalho reconhecido. As nomeações, enquanto prémios individuais, são resultado do empenho e nível pessoal que atingi ao longo da época. Porém, sem a equipa, sem o colectivo, nada se teria conseguido.”
O objectivo estava definido desde o início da temporada. [LER_MAIS]O clube queria regressar a patamares mais altos, por onde tinha navegado em épocas recentes, pelo que a solução era ganhar ou ganhar. Sem o campeonato chegar ao fim, a decisão da Federação Portuguesa de Futebol foi controversa, mas “justa”, entende Benny.
“Foi uma grande época. Conseguimos atingir o que nos propusemos e a nível pessoal alcancei o meu objectivo. Assumi a titularidade com consistência e continuidade, fazendo o maior número de jogos, sendo decisivo e com boas prestações.”
A bola está exposta na prateleira à praticamente três meses, mas Benny não ficou parado. “No início da pandemia mantivemos os treinos de equipa, via online. Terminada a época, mantenho treinos físicos regulares, com um especial cuidado no regime alimentar, até pela paragem excessiva até ao reinício dos trabalhos da próxima época”, explica o futebolista.
Na verdade, tem aproveitado para passar tempo com alguns dos melhores amigos, com quem partilhou anos e anos nos escalões de formação da União de Leiria um clube que lhe vai ficar “sempre no meu coração”. “Deu-me grandes amigos para a vida, com os quais criei ligações que não se perdem, nem sequer com o confinamento.”
Agora, contudo, é hora de pensar no futuro, ainda rodeado de incertezas, até porque a composição de plantéis ainda está numa fase prematura devido à pandemia que assolou o País. O contrato com o FC Arouca termina em Junho e a época que fez colocou-o sob os holofotes, mas deixa esses assuntos com o empresário.
“A minha preocupação é apenas jogar futebol. Ele sabe o que eu quero para a minha carreira. O objectivo principal é atingir a 1.ª Liga e, depois de lá chegar, ganhar o meu espaço e fazer uma carreira sólida. Acho que é o sonho de qualquer jogador português.”