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Home Economia

Indústria depois da pandemia: aprender com os erros para nos tornarmos mais resilientes

Raquel de Sousa Silva por Raquel de Sousa Silva
Maio 25, 2020
em Economia
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Indústria depois da pandemia: aprender com os erros para nos tornarmos mais resilientes
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Com a pandemia e a consequente falta de equipamentos de protecção individual, que Portugal importava quase na totalidade, muitas empresas da região rapidamente reconverteram a sua produção e passaram a fabricar esses artigos. Impõe-se uma reflexão em torno da dependência que temos de alguns países? O JORNAL DE LEIRIA ouviu sobre este assunto empresários e um investigador na área da estratégia empresarial.

“Sim, esta reflexão já existia, no entanto parecia uma causa perdida”, diz Pedro Colaço. “A pandemia veio demonstrar que vivemos numa perigosa dependência em vários graus e que seria prudente pensarmos que devemos estrategicamente conservar produções que nos podem vir a ser essenciais”, entende o director-geral da KLC, empresa da Marinha Grande que produz componentes para a indústria automóvel.

“Naquilo que tem sido a minha vida e actuação associativa, preocupa-me o tempo perdido para que a sustentabilidade da industrialização da Europa seja promovida com eficácia”, aponta por sua vez Joaquim Menezes, presidente do Grupo Iberomoldes, sediado na Marinha Grande.

“A valia de tal sustentabilidade resulta do saber industrial acumulado e do desenvolvimento e inves timento tecnológico que tem vindo a ser realizado, bem como da diversidade e importância dos sectores industriais ainda presentes no espaço europeu”, afirma o empresário, acrescentando tratar-se de “um grande desafio, de muitos anos”, que se tem “vindo a travar com os diversos níveis competentes da governação da Europa e em Portugal”.

O empresário afirma que o Manifesto ManuFuture (aprovado no Porto em Dezembro de 2007 pelos representantes europeus na Plataforma EU ManuFuture) “continua tão actual quanto estava naquela data”. “Muito se fez, mas muito mais se deveria ter feito, e dessa forma evitado as dificuldades com a falta de produção e fornecimento de bens de protecção que a Europa (e o Mundo) teve que enfrentar com a pandemia”.

“Que aprendamos com os erros, evidências e consequências que resultam de negligência e da falta de reflexão e acção atempada. É urgente o que devemos fazer”, sublinha. “A História e a nossa própria experiência passada deveriam também servir para nos mostrar como evitar que soluções de lógica irrefutável, recorrentemente discutidas, mas que se adiam e/ou esbarram na complexa teia da falta de lideranças, decisões, e tantas outras falsas questões que confundem e anulam a sua implementação”.

“É uma reflexão que tem de ser feita, preferencialmente a nível europeu. É urgente uma nova estratégia de industrialização europeia”, defende por sua vez António Poças, presidente da associação empresarial Nerlei.  

“Está à vista a grande dependência da China em alguns produtos, manifestada logo no início da pandemia, e está à vista também a grande capacidade de adaptação da nossa indústria que, em tempo recorde, passou de importador a dispor de capacidade de exportador em artigos que não produzia de todo”, aponta Carla Moreira, CEO da Arfai, cerâmica de Alcobaça.

“Podemos prevenir o amanhã, temos capacidade criativa dos nossos empresários para desenvolver produtos fiáveis e temos as unidades produtivas para o fazer. Que possamos aprender com esta experiência única na nossa existência”, adianta.

Pode esta pandemia ser a ocasião para as empresas portuguesas e europeias, que nas últimas décadas passaram a produzir na China, equacionarem voltar a fabricar dentro de portas? O que é preciso mudar para que tal aconteça?  

“É a ocasião para se reflectir sobre a necessidade de sermos mais resilientes a situações como a que passámos (estamos a passar). Não é só a produção que deve estar em análise, mas sim toda a cadeia de valor. São necessárias medidas concretas para incentivar o consumo ‘do que é nosso’ e apoiar novas indústrias a surgir. Uma economia mais ‘verde’, mais circular (reutilizável) é também uma economia de proximidade”, defende o presidente da Nerlei.

“Sistematicamente ‘culpamos’ a China pelos nossos desaires. Esse discurso causa-me um certo nervoso”, admite Joaquim Menezes, lembrando que “a globalização veio para ficar” e que “há empresas e sectores industriais que só existem porque existe a liberdade de vender no mundo global”.

“A indústria portuguesa de moldes é disso exemplo e de outra forma acho que correríamos o risco de nunca ter existido. A competição mundial obrigou-nos a desenvolver as nossas competências e a investir em novas competências – ainda frágeis – para fornecer clientes muito exigentes e concorrer com sucesso com os melhores”, recorda.

Para o presidente do Grupo Iberomoldes, a internacionalização, nomeadamente no investimento directo, “deveria primar pela complementaridade e/ou proximidade operacional com os clientes”. “Esta é uma problemática complicada, que merece maior atenção e reflexão, não sendo claro que existam respostas tão simples como a substituição de importações”

Carla Moreira refere que na última década “já se sentia uma grande procura de empresas europeias por produtos feitos neste continente e nomeadamente em Portugal”, tendência que, acredita, sairá reforçada devido à pandemia. “Nós temos todas as condições enquanto País para produzirmos o que quisermos, apesar das limitações em volume produzido. É ilusório acreditar que poderíamos produzir o que a Europa consome”, refere.

“Durante muito tempo apostou- -se muito no turismo e nos serviços, e bem, mas a indústria nacional ficou em segundo plano. Está na altura de perceber que necessitamos produzir muito mais para consumo interno e para exportação e, para tal, a indústria necessita de mais apoios”, afirma a empresária de Alcobaça, dando como exemplos a energia mais barata e mais incentivos à internacionalização, bem como a redução da burocracia (em excesso de provoca custos de contexto).

“O mercado é implacável. O que é preciso é que o comprador comece a olhar para a origem e outras características da qualidade do produto em detrimento do preço. Se o consumidor/comprador começar a preferir um produto que, embora um pouco mais caro, foi feito no seu País, ou mesmo na Europa, começamos a ter condições para fazer esta mudança”, defende Pedro Colaço.

“Ela será estratégica para o futuro da manutenção do saber fazer, para ajudar a economia de proximidade e nacional e para minimizar o impacto nocivo no ambiente”, sustenta o empresário da Marinha Grande.

Produção
Competitividade  para fazer mudança

“A pandemia não veio mostrar nada que não soubéssemos. Ao longo das últimas décadas houve uma forte deslocação de produção para países asiáticos onde a mão-de-obra é mais barata, mas também há um conjunto de aspectos institucionais mais eficazes. A realidade é que a China, por exemplo, conseguiu abrir-se mais para o mundo e está a ganhar influência em todos os continentes”.
Manuel Portugal Ferreira, fundador e director do globADVANTAGE – Center of Research in International Business & Strategy do Politécnico de Leiria, entende que a reorientação de muitas empresas para a produção de equipamentos de protecção é uma “resposta notável, mas num contexto específico e que não evidencia capacidade de produção competitiva internacionalmente para podermos antever mudanças”. Se há uma dependência de importações de certos produtos “é porque as empresas portuguesas não conseguem ser competitivas nessas produções”.
O investigador em estratégia de empresas multinacionais e dinâmicas regionais não antevê “mudanças profundas, excepto se iniciarmos medidas proteccionistas e de isolamento do País”, caminho que não será desejável. “Para competir em muitos segmentos a resposta é baixar os salários, ter produções mais intensivas em capital, investir mais em educação e em investigação”.
“A via dos salários mais baixos não é razoável, já são dos mais baixos na Europa. O investimento esbarra em dificuldades de capital de risco e financiamento”. Para este especialista, “com ou sem pandemia, precisamos melhorar os diversos aspectos institucionais do País, desde a educação ao financiamento, da redução da carga fiscal ao combate decidido à corrupção, ou estaremos sempre expostos a qualquer espirro que surja, e muito mais a pandemias. Isto significa entender a função do Estado e qualificar, qualificar, qualificar os empresários, gestores e toda a população”.

Etiquetas: economiaindústriaLeiriaMarinha Grande
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