Participante na iniciativa desde a primeira edição, a Böllinghaus suporta este ano uma bolsa + Indústria e a remodelação de três quartos da residência de estudantes do Politécnico de Leiria. É uma das 39 empresas da região que este ano lectivo suportam as bolsas, concedidas a 48 estudantes que ingressaram em vários cursos da instituição com as melhores notas.
“É uma iniciativa que faz sentido. Estamos a contribuir para promover o mérito”, frisa Bruno Pedro, director da empresa de aços de Vieira de Leiria. A Böllinghaus tem suportado bolsas para o curso de engenharia electrotécnica e de computadores e embora nenhum dos alunos apoiados tenha ficado a trabalhar na unidade foram contratados “dois ou três” outros estudantes desse mesmo curso.
A adesão ao projecto + Indústria, de que as bolsas são apenas uma componente, “dá visibilidade” à empresa, nomeadamente junto de alunos e professores do Politécnico. É uma participação a pensar no futuro. “O facto de suportarmos bolsas acaba por nos dar projecção para outras ligações”, diz Bruno Pedro ao JORNAL DE LEIRIA.
Na semana passada, por exemplo, a empresa marcou presença na feira de estágios de engenharia mecânica da instituição. Esta é uma das profissões em que é mais difícil recrutar, por isso a empresa aceita estágios curriculares nesta área. “Queremos motivar os alunos para que considerem a Böllinghaus como um possível empregador no final do curso”.
Também Leonel Marto aponta a visibilidade como uma das mais-valias da participação no projecto. Tanto da marca Martos no mercado, como da empresa junto dos estudantes e da comunidade académica. “Temos recebido muitos estagiários e contratado jovens que estudaram no Politécnico”. Para o gestor da empresa fabricante de pellets de Leiria, a proximidade entre o ensino superior e o tecido empresarial “tem vantagem para todos”.
Opinião partilhada por Telmo Ferraz, administrador da Planimolde, que aponta a responsabilidade social da empresa como um dos motivos para a participação na iniciativa. Nenhum dos jovens cuja bolsa a unidade da Marinha Grande suportou ficaram a trabalhar lá, “mas isso não é razão para que não se continue a manter o apoio”.
[LER_MAIS] As bolsas foram entregues em cerimónia realizada esta terça-feira, ocasião em que Rui Pedrosa, presidente do Politécnico, lembrou que “o grande factor diferenciador desta região” é a proximidade entre as instituições de ensino superior, as empresas, os municípios e outros actores sociais e culturais, situação “que não é possível em territórios com entidades de grandes dimensões”.
“Aproveitem a generosidade e a abertura das empresas”, aconselhou aos estudantes premiados, referindo que a iniciativa tem sido alargada a mais cursos, de mais escolas, ao mesmo tempo que também empresas de uma zona mais alargada se juntam à iniciativa.
No futuro, “o sucesso da nossa região dependerá da sua capacidade de atrair pessoas qualificadas”, frisou António Poças, presidente da Nerlei, uma das associações que se juntaram ao Politécnico no projecto + Indústria (a outra é a Cefamol). “Leiria compete com o País e com a Europa na atracção de talento. Acreditamos ter qualidade de vida e excelentes empresas para que haja pessoas a vir e a ficar”, referiu.
Gonçalo Lopes lembrou que o empreendedorismo e a capacidade das empresas são a “imagem de marca” da região, de cujo ADN a indústria faz parte. O Politécnico é capaz de se afirmar no contexto nacional e de atrair jovens, sendo uma instituição “estratégica” para o desenvolvimento da região.
Rui Pereira, vice-presidente da Cefamol, referiu na ocasião que a indústria de moldes vive novos desafios e que as pessoas, e as suas competências técnicas e comportamentais, são fundamentais para fazer a diferença. “Devemos continuar a atrair talento e a fixá-lo na região”. As bolsas “são um importante contributo”, mas terão de ser complementadas com a “proactividade de todos”.