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Em Dezembro, o preço médio do metro quadrado da habitação em Leiria era de 1093 euros. O valor a que os bancos avaliam as casas para a concessão de crédito subiu 27,9% (239 euros) em cinco anos no concelho, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística.
Se analisarmos o total da série para a qual o INE disponibiliza dados, que vai até Dezembro de 2011, percebe-se que tem havido ligeiras variações no preço, mas com tendência de subida.
O INE analisou 24 localidades, “áreas predominantemente urbanas”, onde se inclui Leiria, trabalho que permite concluir que, no final do ano passado, já nenhuma apresentava preços de metro quadrado abaixo dos mil euros.
O valor mais baixo regista-se em Santa Maria da Feira (1027 euros), a que se segue Vila Nova de Famalicão (1072 euros), Guimarães (1084 euros) e, em quarto lugar com os preços mais acessíveis, Leiria (1093 euros).
No extremo oposto, Lisboa é a localidade mais cara (2170 euros), a que se segue Oeiras (2168 euros), Cascais (2137 euros) e Odivelas (2068 euros).
Considerando o total nacional, o valor médio a que os bancos avaliam as casas no âmbito do crédito à habitação atingiu os 1321 euros por metro quadrado em Dezembro do ano passado.
A avaliação bancária fechou o ano com um novo máximo histórico, já que aquele valor corresponde a um aumento de 0,7% face a Novembro e a uma subida de 8,3% face ao mesmo mês de 2018 e é também o mais alto desde há varios anos.
[LER_MAIS] Analisando o terceiro trimestre, as casas em Portugal foram vendidas a um valor mediano de 1054 euros por metro quadrado, valor que que fica 20% abaixo daquele a que a banca está a avaliar, avança o Jornal de Negócios. Embora ainda se verifique em todo o País (excepto em Lisboa), esta discrepância tem vindo a atenuar-se.
Os dados são do INE e resultam da comparação entre a avaliação bancária à habitação e os preços de venda de casas. No primeiro caso, o INE publica os valores médios mensais e, no segundo, são publicados os valores medianos trimestrais. O Negócios fez uma média simples dos valores mensais da avaliação bancária para obter os dados trimestrais e compará-los com as vendas.
No terceiro trimestre de 2019 os valores medianos de venda das casas voltaram a aumentar, mantendo a tendência verificada desde, pelo menos, o início de 2016, e ascenderam a 1054 euros por metro quadrado. Já a avaliação bancária fixou-se em 1290 euros por metro quadrado nesse período, um valor que fica 22,4% acima dos preços de venda.
“As avaliações sempre foram calculadas de forma a não inviabilizar um negócio imobiliário. Se os bancos quisessem ser muito rigorosos na avaliação de um colateral, teriam de exigir mais capital aos clientes, o que poderia travar o mercado”, diz ao Negócios o economista Filipe Garcia.
Apesar de se verificar uma cada vez maior aproximação entre o valor de venda e o da avaliação bancária, o Banco de Portugal tem continuado a alertar para os sinais de sobrevalorização do mercado imobiliário residencial.
No último Relatório de Estabilidade Financeira, aconselhou os bancos a terem “particular prudência na realização de operações que tenham activos desta natureza como garantia”, recomendando, ainda, que adequem “os critérios de concessão ao risco incorrido”.
