“Isso não é possível. Vender pedra online?” Estas são algumas das frases que Nuno Morgado, presidente da Associação Acção Para a Internacionalização (AAPI), e a sua equipa ouvem quando desafiam alguns empresários a avançar para a internacionalização digital.
Nuno Morgado admitiu que há ainda “muita resistência” por parte dos empresários mais velhos, cuja geração não está habituada às novas tecnologias. “Chamam-nos loucos, mas há blocos de pedras a serem vendidos online, sem saírem de baixo da terra”, exemplificou, na apresentação do Digital Export Open Day, um evento que se realiza nos dias 4 e 5 de Março, no Mercado Sant’Ana, em Leiria.
[LER_MAIS]Este encontro, que reúne mais de três dezenas de empresas com ‘cartas dadas’ no negócio digital, visa dotar as micro e pequenas e médias empresas (PME) de ferramentas para entrarem com sucesso no mercado online.
“Este projecto da AAPI tem cerca de dois anos e tem objectivos estratégicos, nomeadamente, promover a literacia digital das micro e PME, ou seja, dar-lhes as ferramentas e as competências para torná-las mais dinâmicas para a internacionalização”.
Segundo Nuno Morgado, o papel da AAPI é “capacitar as empresas” para se “enquadrarem nas novas ferramentas e metodologias tecnológicas, que lhes permitem vendas num processo diferente daquele que é a prospeção pura e dura” e “quebrar a barreira do impossível”.
Este responsável salientou que a AAPI está também a trabalhar a pensar na geração Millennials e geração Y, “aqueles que mais utilizam as ferramentas tecnológicas e que serão os futuros gerentes das empresas”.
Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, parceira do evento, referiu que a “aposta no digital é decisiva nas cidades do futuro”.
“Uma empresa ou um município que não se adapte às necessidades tecnológicas e digitais do futuro irá ficar para trás. Uma das nossas prioridades é promover Leiria como a cidade atractiva para as empresas do ramo tecnológico e digital”, revelou.
Lembrando a criação do Centro de Negócios no Topo Norte do Estádio, vocacionado para empresas TICE (Tecnologia, Informação, Comunicação e Energia) e a instalação da Startup Leiria no piso superior do Mercado Municipal, após as obras de reabilitação em curso naquele espaço, o autarca sublinhou que o objectivo é “cada vez mais tentar captar investimentos na área do digital, porque são fundamentais para as economias do futuro”.
“Devemos preparar as empresas e o Município para a geração que atualmente tem 14 anos, a geração Z, que sempre viveu no online.”