Até há poucas semanas, o caminho que atravessa o planalto entre o Arrimal e a Bezerra, no concelho de Porto de Mós, estava quase intransitável e inacessível, incluindo a veículos de combate a incêndio. Mas, aos poucos, o trilho está a ser transformado num caminho que se pretende que venha a desempenhar um papel importante na prevenção e combate a fogos florestais nesta zona do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), onde, ciclicamente, ocorrem incêndios de grandes dimensões.
A obra está a ser feita pela Companhia de Engenharia Militar da Brigada Mecanizada de Santa Margarida, no âmbito de um protocolo entre o Exército e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que envolve intervenções em várias áreas protegidas, entre as quais PNSAC.
Rui Pombo, director-regional de Conservação da Natureza e das Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, explica que, no caso do PNSAC, os trabalhos envolvem a reconstrução de cerca de oito quilómetros de caminho, que estavam muito danificados.“Havia zonas em que as pedras formavam socalcos, inviabilizando a passagem de viaturas”, conta o dirigente, frisando que o trilho em causa faz a ligação entre dois “importantes” troços de rede primária de defesa da floresta contra incêndios nesta área do parque.
A intervenção, “projectada e executada” pelos militares e financiada pelo Fundo Ambiental, consiste na regularização e reforço da plataforma da via e, em alguns pontos, no seu alargamento. O objectivo, frisa Rui Pombo, é “dar uma durabilidade maior” ao troço que, ao longo dos anos, sofreu apenas “beneficiações pontuais, sem a “necessária compactação”.
Apesar de o Município não intervir, o presidente da Câmara de Porto de Mós aplaude o projecto, por garantir a regularização e reposição de caminhos que “permitam o fácil acesso na prevenção e combate de incêndios, o que representa um ganho substancial para a gestão do território” em caso de fogo.