José Amoroso é de Leiria e desde que fez Erasmus na Bélgica que se apaixonou por um desporto peculiar. A bola é substituída por um disco, não há contacto físico e também não há árbitro, pelo que é o bom senso que acaba por fazer a partida avançar. Neste jogo, o fair play ganha sempre aos pontos.
O caminho já é longo. São anos e anos a tentar dar visibilidade a esta modalidade que considera ser ideal para a evolução física e mental das nossas crianças. E as boas novas estão a chegar.
Na cidade criou um clube, o Leiria Flying Objects, que é um estudo de caso pela adesão de praticantes e fidelidade. Entretanto, o docente do Politécnico de Leiria assumiu a liderança da APUDD (Associação Portuguesa de Ultimate e Desportos de Disco). Na passada quinta-feira, no Comité Olímpico de Portugal, apresentou a edição revista e melhorada do seu Manual de Ultimate e Desportos de Disco nas Escolas.
“Este manual insere-se na estratégia que tenho desenvolvido ao longo de vários anos junto dos estabelecimentos de ensino. O próximo passo será a admissão do ultimate frisbee nas escolas, concretamente a sua entrada no Programa Nacional de Educação Física”, diz José Amoroso. O trabalho resulta de vários anos de investigação teórica e prática e surge como uma “ferramenta preciosa” para o ensino desta modalidade nas escolas.
Na apresentação do manual, o vice-presidente do Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física e Desporto (CNAPEF) explica que esta modalidade “acrescenta valor à educação física e ao desporto escolar, pelas qualidades desportivas, mas também por apresentar uma relação de custo benefício muito relevante”.
Segundo Nuno Fialho, a CNAPEF já recomendou ao Ministério da Educação e à Direcção-Geral de Educação a criação de programas para esta modalidade, numa perspectiva de apresentar alternativas nos programas curriculares de Educação Física. “Temos o compromisso por parte da tutela de que há condições muito favoráveis para incluir, em breve, este desporto no plano curricular”, explica.
Já a directora do Departamento de Estudos e Projetos do Comité Olímpico de Portugal, Rita Nunes, revelou que a instituição pretende integrar os desportos de disco nas actividades, “como elemento facilitador do espírito desportivo, do fair play, e também dos três valores olímpicos, como o respeito, a amizade e a excelência”.