O antigo presidente da Câmara de Leiria, Lemos Proença, falecido em Novembro de 2015, vai ser homenageado, com a atribuição do seu nome à rotunda da Cruz da Areia (junto à ex-prisão escola). No local, será também colocado um busto em bronze do ex-autarca, da autoria do escultor Alves André, o mesmo que fez a estátua de Rui Patrício, existente junto à zona desportiva da cidade.
“A Câmara recebeu e aceitou a proposta de um conjunto de cidadãos que manifestou vontade de homenagear o antigo presidente da Câmara, Lemos Proença, através da colocação de um busto na referida rotunda”, confirma o Município.
Será, aliás, esse grupo de pessoas, que, para já, preferem não serem indentificadas, que assumirá os custos associados à homenagem, a concretizar na rotunda da Cruz da Areia. Uma escolha que, segundo um elemento do grupo, se deve ao facto de a rotunda fazer parte de uma obra – a Avenida da Comunidade Europeia – “projectada e desbloqueada” por Lemos Proença. “Foi o grande mentor daquela obra. No seu tempo, libertaram-se os terrenos e concebeu- se o projec to”, refere.
Aquela fonte explica ainda que a iniciativa partiu de “amigos do engenheiro Lemos Proença, que se juntaram para lhe prestar homenagem e reconhecimento pelo que fez pelo concelho, nomeadamente, enquanto delegado da Federação de Municípios do Distrito de Leiria”.
“Foi o homem que electrificou o concelho, mas não só. [LER_MAIS] Como presidente da Câmara, também fez muito pelo desenvolvimento de Leiria”, refere aquela fonte, frisando que, apesar de não ter sido uma figura consensual, Lemos Proença “deixou marca” no concelho.
De facto, assim é. Afonso Lemos Proença, nascido em Sernancelhe, distrito de Viseu, ficou, para o bem e para o mal, associado à história recente de Leiria, concelho onde viveu cerca de 60 anos.
Além do trabalho que desenvolveu na área da electrificação, enquanto responsável pela Federação de Municípios do Distrito de Leiria, como presidente de Câmara, foi responsável pela construção de muitas infra-estruturas e equipamentos, como centros de saúde, jardins de infância e estradas, e deu um contributo decisivo para a instalação do Instituto Politécnico de Leiria (ILP).
Contudo, ficou também ligado à edificação de algumas das urbanizações mais contestadas na cidade. Numa entrevistada que deu ao JORNAL DE LEIRIA, em 2012, a primeira que concedeu depois de deixar a Câmara e que se revelou a última, Lemos Proença refutava responsabilidade em muitos dos erros urbanísticos da cidade imputados aos seus mandatos, alegando que alguns dos maus exemplos que lhe eram apontados, como a Avenida Marquês de Pombal, a Quinta de Santo António ou a Quinta do Bispo, resultaram de aprovações “vindas de mandatos anteriores”.
Nessa entrevista, rejeitava também a influência política que ainda lhe atribuíam. “Politicamente não valho nada. Sou apenas um militantes. Só tenho um voto”, disse.
O engenheiro que electrificou Leiria