Embora reconhecendo que, em diversos dos 26 concelhos integrantes da Rede Cultura 2027, exista uma prática continuada de tradição tauromáquica, o Conselho Estratégico da Candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027 solicita aos programadores da rede que se "abstenham de incluir na programação transversal e comum, e na respectiva agenda global, quaisquer actividades em torno da celebração ou evocação da tradição tauromáquica".
Pode ler-se no comunicado enviado pelo organismo que "algumas dessas práticas, nomeadamente as que configuram as chamadas touradas e outras espectáculos congéneres, têm sido rejeitadas por parte significativa da opinião pública e merecido viva condenação por parte de organizações cívicas e de defesa dos direitos dos animais".
João Bonifácio Serra, presidente do Conselho Estratégico, que assina o documento sublinha que "este entendimento não implica que, no quadro da sua programação autónoma, cada município não prossiga a sua actividade neste domínio sinalizado pela tradição".
O Conselho reconhece pois a existência de "manifestações culturais decorrentes de uma tradição tauromáquica, consagrada em registos etnográficos e num acervo significativo de património material e imaterial" e recomenda que os programadores e responsáveis da rede Cultura 2027 se abstenham de qualquer interferência nas actividades que, em cada município, sejam desenvolvidas em relação a este tema.