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Home Sociedade

Herman José: “Tive de aprender uma nova forma de conquistar públicos”

Daniela Sousa por Daniela Sousa
Outubro 10, 2019
em Sociedade
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Herman José: “Tive de aprender uma nova forma de conquistar públicos”
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Como é que correu este Verão, em que regressou em forma à estrada?
Tem sido um processo muito curioso. Eu fiz a minha vida e formei-me como artista na estrada. Fui dos primeiros a começar – antes disso só a Florbela [Queiroz] e o Norberto de Sousa – a seguir ao 25 de Abril. Um dia recebo uma carta de um senhor do Porto, Cipriano Costa, que era agente, a perguntar se eu e o Nicolau [Breyner], na sequência do êxito que tínhamos feito na TV com o Sr. Feliz e o Sr. Contente, queríamos fazer espectáculos na província. E eu pensei: que disparate! Era o que faltava…mas por descargo de consciência decidimos perguntar ao homem quanto é que ele pagava. E o cachet que ele propunha correspondia, por espectáculo, a um mês de trabalho para o Nicolau. E no meu caso correspondia a dois meses…

E isso pesou…
Sim, porque aí percebemos imediatamente que estávamos muito enganados em relação à indústria dos ditos espectáculos de província. Que já na altura era dinâmica.

Foi onde esse primeiro espectáculo?
Já não me recordo. Mas foi assim que começámos esta arte própria: ter a capacidade de, em menos de duas horas, cativar milhares de pessoas sem que elas se vão embora; interessá-las e ainda chamar mais público… é alta competição. Sobretudo para um humorista.

Porquê?
Porque para um cantor é diferente: ele canta, as pessoas batem palmas, há êxitos conhecidos, agora para quem faz humor é muito complicado. 

E para quem faz as duas coisas, como é o seu caso, é igualmente difícil?
É. É alta competição. Na altura não começámos muito bem. Depois eu comecei a fazer sozinho, a reboque de um êxito que era o “sacarrolhas”, depois tenho a minha consagração com a canção do ‘beijinho’, que foi um grande êxito – e aí apanhei o comboio definitivo da primeira classe. Passei a ser a chamada ‘atracção de primeira’. E construí a minha vida toda na estrada. Quando digo a minha vida estou a incluir tudo, a minha casa até.

Nessa altura a televisão ainda não tinha, para si, a importância que veio a ter…
Nessa altura a televisão contava só como instrumento promocional. Pagava pessimamente.

Mas isso alterou-se entretanto, com a TV privada.
Sim, quando isso acontece, nos anos 90, houve uma alteração de mercado. Foi quando o José Eduardo Moniz me veio perguntar quanto é que eu ganhava por ano, com os espectáculos. Disse-me logo que passava a pagarme o mesmo para eu fazer só televisão. Esse foi o momento de corruptela, em que passei a ganhar não aquilo que a televisão de um pequeno país podia pagar, mas sim pela minha própria tabela. O facto de me afastar dos palcos da província foi gravíssimo. Com o tempo começamos a trabalhar dentro de uma redoma, a perder esta prática de estar com as pessoas, e sobretudo a arte de ir testando e fazendo o material ao vivo.

E isso durou quantos anos, esse afastamento?
Até 2007 ou 2008. Faz pouco mais de 10 anos. Quando finalmente voltei à estrada, não foi um regresso fácil. Tive que aprender uma nova forma de conquistar públicos.

Teve que se reinventar?
Foi isso. Mas com uma vantagem: um passado maravilhoso de repertório, que hoje em dia está mais vivo que nunca. Não percebo como é que crianças de oito anos – ainda no outro dia filmei isso – sabem a letra toda de uma música que é de 1982. Os miúdos sabem todos a letra do Serafim Saudade, por exemplo.

E isso dá-lhe uma responsabilidade maior, perante o público?
Dá-me sobretudo uma alegria muito grande. E saber que tantos anos de luta não foram em vão e muitas coisas foram ficando.

Mas quando regressa à estrada, no final da primeira década de 2000, é mais por opção ou mais por necessidade?
Isso é engraçado porque eu penso sempre no Quim Barreiros – que deve ser o artista mais rico de todos nós. É o que mais trabalha, e tem 72 anos. Já que a televisão tinha perdido a sua força, continuar a vida artística através dos palcos de província é uma maneira da pessoa se manter viva. Não lhe vou dizer que a parte económica não é importante. Mas no meu caso não era essencial. Podia perfeitamente tornar-me num ilustre reformado e aparecer de vez em quando para fazer uma gracinha. Mas eu não sou feito dessa massa. Sou da massa do Quim Barreiros, do José Cid ou do Malhoa, que precisam de palco para estarem vivos.

O Herman descobriu cedo a importância de chegar ao público através do Instagram, a rede social onde mais interage com o público…
Acho que não descobri cedo. E foi por acaso que descobri! Foi coincidência, passou a ser um passatempo meu.

A ideia que fica é que se diverte imenso com as publicações, é isso?
É. Agora antes da entrevista estava a fazer um ovo estrelado, que canta o ‘amanhã faço dieta’. Mas é uma coisa muito pessoal, muito infantil e muito minha, que se tornou numa arma profissional indescritível. Eu tenho um sexto ou um quinto dos seguidores das Cristinas Ferreiras e dessa gente toda, mas a implantação é infinitamente maior. Sobretudo tendo em conta os seguidores que eu tenho.

É uma forma de chegar também a esse público mais jovem, que acaba por saber de cor as suas canções antigas?
Também, sim. Tornou-se um instrumento fortíssimo e até percebo porquê: veio substituir aquela lógica de que havia uma televisão e um canal para toda a gente, e as pessoas concentravam- se à volta de um objecto. Agora o objecto passou a ser o telemóvel. Além disso eu tenho feito uma coisa que se calhar é corajosa, mas que vale a pena: ter resistido às publicidades. A publicidade perverte.

É por isso que foi sempre muito selectivo na publicidade a que deu a cara?
Sim, muito. Só abro excepções quando faço campanhas muito grandes e aí falo nelas nas redes sociais. Mas está-me a custar um bocadinho…porque as verbas envolvidas são incríveis. Há artistas que neste momento pagam as contas com o que ganham do Instagram.

Podemos dizer que está num bom momento, enquanto artista?
Estou. Eu próprio acho que estou a melhorar muito. E o espectáculo que tenho com a orquestra, por exemplo, é tão completo e tão feliz que eu próprio tenho orgulho em fazê-lo.

É mais feliz em cima do palco ou num estúdio de televisão?
O estúdio não traz nenhuma felicidade. É trabalho  [LER_MAIS] puro. Basicamente… só dor. Assim como escrever é a pior dor de todas. É horrível, é como ir ser operado a qualquer coisa. Mas tem de ser, porque eu quero ver o programa em casa e quero sentir orgulho, brio.

Mas o verdadeiro artista é o que sobe ao palco?
Claramente. E sendo imodesto, não estou a ver, no mundo inteiro, muitos artistas que, sozinhos, numa versão sem orquestra (como eu também tenho), consigam prender o público. Aconteceu-me há pouco na Nazaré, por exemplo, ou num palco gigantesco onde na véspera estiveram os Xutos e Pontapés, por exemplo. E esse orgulho eu tenho, porque é de maturidade e de prática, porque é muito difícil, no mundo, haver alguém que aguente sozinho um espectáculo entre música e humor, com muito ritmo, muita força, muita voz. É a minha especialidade. Se calhar sempre foi, porque quando comecei no teatro não era bom em cima do palco e já era excelente com o microfone na mão. Se me puserem em cima do palco, sem microfone, no meio do elenco, eu sou só mais um. Parece que nasci para as novas tecnologias.

Dizia estes dias que está já a preparar o seu show do Verão de 2020. É na linha deste que andou por aí ou vai arriscar noutro modelo?
Eu no outro dia compus (durante o sono) uma música tão estúpida, tão estúpida, mas que tenho a certeza vai ser um grande êxito de Verão. Já gravei, aliás.

No registo do ‘amanhã faço dieta’?
Muito mais giro.

O tema ‘amanhã faço dieta’ é a história da sua vida…
Sim, eu estou eternamente em dieta. E aquela música é natural para mim, como para uma grande quantidade de gente que me acompanha. Mas esta é aquela música que está entre mim e o Quim Barreiros. Mesmo para pôr a malta a dançar.

Vai guardá-la para o próximo Verão ou sai entretanto para a rua?
Devo estreá-la no meu programa ou no Natal dos Hospitais, algo assim. É completamente idiota, tem uma coreografia ainda mais estúpida. Parece aquela coisa de finalistas do liceu que estiveram a beber shots. Posso dizer o título em primeira mão: a família da Lady gaga. Uma lady que gagueja.

Que país é este que agora encontra, quando comparado com aquele que percorreu, nos anos 70 e 80? Que diferenças tem encontrado?
São muito grandes. No outro dia fui a uma aldeia chamada Chã de Alvares, em Góis. E pus-me a pensar como é que uma aldeia tão pequena faz uma festa assim, tão gira. E depois percebi que todas as pessoas que lá estavam eram uma saudável mistura de pessoas das cidades, com raízes na aldeia, ou gente que vem de fora, emigrantes perfeitamente informados; de repente o reportório e o momento que eu tive foi rigorosamente igual ao que teria se fosse no centro de Lisboa. E depois a evolução das estradas, das infraestruturas, vieo dar uma qualidade ao país totalmente diferente. Temos estradas melhores que muitos países ricos.

O que é que ainda lhe falta fazer em televisão?
Há uma maneira de estar na televisão que eu adoro. Fiz uma coisa chamada ‘moeda de troika’ com a Ana Mesquita e a Rita Ferro, um programa de opinião e de fait divers em que se fale de tudo e mais alguma coisa. Eu gostava muito de, quando me cansar – pintar a cara e pôr um nariz e vestir-me de mulher – fazer um programa desse género. Um programa que ficasse entre o Eixo do Mal e a Passadeira Vermelha. Porque esta fase de fazer bonecos um dia destes vai chegar ao fim. Porque é muito cansativo. E até porque os meus espectáculos de palco têm vindo a crescer de ano para ano, até no estrangeiro. E como eu adoro, não me parece que vá abrandar. E se for para fora não posso estar preocupado todas as semanas em ter um programa no ar.

E o que é que ainda procura no público, ao fim destes anos todos?
Essa sensação eu nunca tenho, porque o público está sempre igual. Há sempre gente de 20 anos, de 30, 40 ou 50. A única coisa que mudou foram os velhos. Antigamente olhavam para mim desconfiadamente, porque eu era o atrevido. Mas os velhos de hoje começaram-me a ver quando tinham 40 anos. Por isso nunca me vêem aos olhos de um velho. No outro dia, em Anadia, veio uma velhinha de preto dizer-me que era ela quem me tinha pago o cachet em 77. Eu não vejo nada, estou completamente pitosga. Mas quando ponho os óculos para fazer o Nelo (que são graduados) fico sempre espantado a ver o ar de felicidade das pessoas todas. E antigamente não era assim. Por cada três felizes havia um a fazer de ofendido.

Etiquetas: culturaentrevistaespectáculoHerman Joséhumorsociedade
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