Identificar o grupo a que pertence uma amostra de sangue poderá passar a ser um processo mais rápido, simples e económico do que o actual, graças a um dispositivo que está a ser desenvolvido por Cristiana Mourato, investigadora da Escola Superior de Tecnologia da Saúde (ESTeSC) do Instituto Politécnico de Coimbra que é natural de Porto de Mós.
A ideia do projecto, agora premiado uma bolsa StartUp Voucher, atribuída pelo IAPMEI (Agência para a Competitividade e Inovação), passa por criar uma micro-placa que permitirá analisar 12 amostras de sangue em simultâneo, “reduzindo, assim, para mais de metade os custos com o procedimento de determinação sanguínea”.
Um comunicado da ESTeSC frisa que actualmente existem vários procedimentos para realizar análises de identificação do grupo sanguíneo, sendo que “todos implicam a utilização de equipamentos onerosos e permitem apenas a observação amostras isoladas”.
“A CARD, que é a estratégia mais utilizada, implica a utilização de uma centrifugadora específica e dispendiosa, que só é usada neste tipo de análise”, exemplifica Cristiana Mourato, citada por aquela nota de imprensa.
[LER_MAIS] O dispositivo que está a ser desenvolvido na ESTeSC dispensa a utilização deste tipo de equipamentos adicionais, o que – a par com a possibilidade de analisar 12 amostras em simultâneo – permitirá reduzir significativamente os custos do procedimento.
Além disso, com a microplaca será possúvel “realizar a análise directa e reversa [células e plasma] do sangue em simultâneo”, o que representa mais uma vantagem face aos equipamentos existentes, acrescenta Cristiana Mourato. Resultado: o processo “passará a ser mais simples, económico e facilmente reprodutível”.
Com o apoio da bolsa Start Up Voucher, iniciada a 2 de Novembro, Cristiana Mourato, recém-diplomada em Ciências Biomédicas Laboratoriais pela ESTeSC, dedicarse- á, em exclusivo e durante um ano, ao desenvolvimento deste projecto.
O objectivo passa por ter o dispositivo pronto a comercializar no final deste período. A investigação desenvolvida por Cristiana Mourato está a ser realizada sob orientação de Fernando Mendes, docente e director do departamento de Ciências Biomédicas Laboratoriais da ESTeSC. Colaboram ainda na investigação Diana Martins (docente da ESTESC) e Ricardo Teixo (investigador e mestre em Bioquímica pela Universidade de Coimbra).
Em 2017, o projecto de investigação de Cristiana Mourato já tinha conquistado o segundo prémio do concurso regional Poliempreende e alcançado a fase final do concurso Arrisca C.