Adaptabilidade, auto-regulação, comunicação e resolução de problemas são os desafios lançados pela Fundação Calouste Gulbenkian à Associação Escola das Emoções, de Leiria, cujo projecto, que utiliza novas metodologias de desenvolvimento de competências, foi um dos aprovados pela Academia do Conhecimento. “No final do projecto terão de ter estas competências desenvolvidas”, explica Sílvia Branco, psicóloga da Escola das Emoções.
O protocolo, que foi assinado dia 19 de Outubro, prevê um plano a três anos e a aplicação do programa de educação emocional em três contextos distintos: escola pública, escola privada e projectos de intervenção comunitária, com crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo.
“Iremos fazer um manual e poderemos disseminar o trabalho que temos vindo a desenvolver nos últimos quatro anos. [LER_MAIS] A vantagem de trabalhar com a Universidade de Coimbra ajuda a demonstrar, de uma forma sólida e mais documentada, o quão importante é trabalharmos as emoções e os resultados que temos”, afirma Marco Coelho, presidente da Escola das Emoções.
O dirigente destaca a importância da gestão das emoções: “daqui a uns anos a informação está todo no Google”. “Temos de preparar as nossas crianças para terem ferramentas de comunicação, de resolução de problemas, de capacidade de adaptabilidade e pensamento crítico. Vai deixar de haver empregos para toda a vida e temos de os munir de ferramentas para termos pessoas mais capazes e que vão fazer melhores escolhas”, constata Marco Coelho, ao lembrar a “educação emocional é para todos”.
O trabalho desenvolvido na escola permite criar um espaço de partilha, “sem qualquer tipo de julgamento”, onde “a criança pode ser ela própria”, refere Sílvia Branco, acrescentando que as sessões incluem exercícios de meditação, atenção plena e relaxamento.
“Queremos que comecem desde pequenos a reconhecer as emoções e a identificá-las, para depois poder haver uma melhor comunicação e ligação com os outros”, acrescenta Marco Coelho. Os resultados obtidos têm evidenciado crianças menos agressivas e com maior capacidade de expressarem o que sentem e o que pensam.