Pais de alunos da freguesia de Parceiros que frequentam a EB 2,3 José Saraiva, em Leiria, queixam-se da forma como as crianças são transportadas, com autocarros “apinhados”, quer nos lugares sentados quer em pé.
A situação está a ser acompanhada “com preocupação” pela Direcção do Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira e pela Ferlei (federação das associações de pais do distrito de Leiria), que, depois de várias queixas recebidas, remeteu o assunto para a Câmara e para o Ministério da Educação.
Tanto o Município como a Rodoviária do Lis asseguram que têm “monitorizado” a situação e que não foram detectadas “inconformidades”.
“Quando chega aos Parceiros o autocarro já vem cheio. Bem sei que se trata de transporte urbano e não escolar, mas temos crianças de nove e dez anos em pé, que muitas vezes não se conseguem segurar convenientemente”, conta Ricardo Duarte.
Segundo este encarregado de educação, a situação “não é nova”, mas os pais ficaram mais “alarmados” depois de um incidente ocorrido “há cerca de 15 dias”, com a queda de “várias crianças” depois de uma travagem “mais brusca”, que provocou “escoriações e hematomas” em algumas delas.
Reconhecendo que estas situações “podem acontecer”, Helena Gonçalves acredita, contudo, que as circunstâncias em que as crianças circulam “favorecem” este tipo de incidentes.
“O autocarro vem sistematicamente à pinha. Já vi meninos em pé junto ao motorista porque atrás está tudo ocupado, até nas escadas junto à porta”, relata a mãe, que defende que deveria ser feito o “desdobramento” do autocarro neste horário.
A vereadora Anabela Graça diz que “a Câmara tem monitorizado a situação” e que já pediu à PSP para verificar as condições de segurança, assegurando que a Rodoviária “não está a incumprir” e que não foram detectadas situações de transporte de passageiros acima da lotação prevista, “quer em lugares sentados quer em pé”.
[LER_MAIS] “Não estamos a falar de um transporte escolar mas regular, à semelhança do que é usado pelas mais de duas mil crianças do concelho. Acompanhamos diariamente a situação”, adianta a vereadora.
Também Paulo Carvalho, director da Rodoviária do Lis, frisa que o trajecto em causa “é efectuado em carreira de serviço público”, com viaturas com “lotação mista” (lugares sentados e em pé), “homologadas para o transporte misto e devidamente inspeccionadas, duas vezes por cada ano de actividade, (tendo sido sempre aprovadas)”.
O responsável refere ainda que, no decorrer deste mês, o transporte “já foi inspeccionado”, “por duas vezes”, pela equipa de fiscalização da empresa e que “não foi detectada qualquer não conformidade”.
Novo sistema de planeamento provoca atrasos nos autocarros
A alteração do sistema de planeamento operacional da Rodoviária do Lis provocou, na semana passada, atrasos em vários autocarros que, em alguns casos, foram superiores a 30 minutos e até a uma hora.
Foi o caso de alunos que estudam em Fátima e residem em freguesias limítrofes que esperaram mais de 60 minutos pelo autocarro, acabando por vir com os pais.
Ilda Duro, directora do Agrupamento de Escolas de Caranguejeira e Santa Catarina da Serra, confirma que, nos três primeiros dias da semana passada, os alunos da Caxieira foram transportados por pais, devido ao atraso do autocarro. Segundo a directora, a “situação já está ultrapassada”.
Paulo Carvalho, director da Rodoviária, informa que a empresa “está a proceder a alteração do seu sistema de planeamento operacional”, pelo que “na última semana poderão ter ocorrido algumas situações causadoras de atrasos não previstos”. Pedindo desculpa pelo sucedido, o responsável garante que a situação “já está normalizada”.