A Câmara da Marinha Grande foi, em 2017 e pelo segundo ano consecutivo, a autarquia com maior eficiência financeira do País, de acordo com o último Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, que analisa 11 indicadores (ver caixa).
Divulgado esta terça-feira, o estudo coloca Leiria na quinta posição (desce dois lugares) no ranking das autarquias de grande dimensão, surgindo em 14.º lugar em termos globais. De acordo com o anuário, elaborado pela Ordem de Contabilistas Certificados, entre 2000 pontos possíveis, o Município da Marinha Grande, liderado por Cidália Ferreira, obteve 1851 pontos, que lhe valeram o título da câmara mais eficiente do País, repetindoo que aconteceu em 2016. Já em 2015 e em 2014, a Autarquia tinha ficado em segundo lugar no grupo dos municípios de média dimensão.
[LER_MAIS] Para o resultado da Marinha Grande contribui, por exemplo, o bom desempenho em indicadores relacionados com o endividamento, como o índice de dívida total, onde ocupa a sexta posição (Alcobaça está em 21.º lugar, Porto de Mós em 22.º e Pombal 25.º) ou do passivo, mantendo-se como o quarto município do País com menor passivo por habitante (57,6 euros).
Neste últimorankingtambém aparecem bem posicionadas as Câmaras de Alcobaça, Caldas da Rainha e Porto de Mós que surgem em 8.º, 18º e 20.º lugares, respectivamente. A Batalha foi considerada a 14.ª autarquia portuguesa com menor volume de passivos financeiros, com apenas 98 mil euros. Por seu lado, Leiria surge entre os municípios portugueses com maior passível exigível, que em 2017 totalizava 40,3 milhões, valor que, contudo, que representa uma redução superior a 50% em dez anos. As autarquias do distrito apresentam ainda bons desempenhos em termos de equilíbrio orçamental, um indicador que permite “verificar o ajustamento da despesa à receita certa e permanente dos municípios, com vista à promoção da sua sustentabilidade financeira”.
Aqui, o destaque vai para Leiria e Alvaiázere, que ocupam,respectivamente, as quarta e sexta posições. Seguem-se a Marinha Grande (16.º) e Alcobaça (21.º) . No pólo oposto, encontra-se a Nazaré que encabeça o grupo de 13 municípios do País que, de acordo com os critérios da Lei de Finanças Locais, estão em desequilíbrio orçamental. Leiria aparece entre as Câmaras do País que, em 2017, registaram maiores resultados económicos (20 milhões de euros), figurando na 8.ª posição. Pombal e Marinha Grande também se encontram bem colocadas, ocupando, respectivamente, o 26.º e o 35.º lugares.
Pelo contrário, Ourém e Figueiró dos Vinhos surgem entre as autarquias com menores resultados, respectivamente, com 4,4 e 2,4 milhões de euros negativos. Para a presidente da Câmara da Marinha Grande, o facto de o município apresentar o melhor resultado deve-se "à gestão criteriosa feita pelos diversos executivos nos últimos anos, tendo sido também importante para esse feito a cooperação de todos os serviços" da Autarquia.
Citada por um comunicado da Câmara, Cidália Ferreira frisa ainda que, apesar dos "constrangimentos financeiros a que estiveram e estão ainda sujeitos os municípios, por força das sucessivas Leis de Orçamento de Estado e Finanças Locais", a Câmara que lidera "honrou sempre todos os seus compromissos, o que é fundamental hoje para manter a sua capacidade de investimento público e realização de todos os projectos já aprovados ou em fase de aprovação final”.
Indicadores analisados
Para o ranking global são tidos em consideração 11 indicadores: índice de liquidez; resultado operacional deduzido de amortizações e provisões sobre os proveitos operacionais; peso do passivo exigível no activo; passivo por habitante; taxa de cobertura financeira da despesa realizada no exercício; prazo médio de pagamentos; grau de execução do saldo efectivo; índice de dívida total; índice de superavit; impostos directos por habitante e peso do passivo exigível consolidado nos rendimentos próprios.