Antigo deputado à Assembleia da República e ex-presidente da concelhia de Leiria do PSD, Carlos Poço está a liderar o processo de recolha de assinaturas na região com vista à formalização do Aliança, o novo partido liderado por Pedro Santana Lopes.
Em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, Carlos Poço explica que o convite partiu do antigo presidente dos sociais-democratas, de quem é amigo. “Estive com ele nas eleições directas [para a liderança do PSD]. Agora convidou-me a acompanhá- lo neste novo projecto. Aceitei porque quero dar um contributo para criar uma organização que possa dar voz à juventude e àquele eleitorado que normalmente não participa nas eleições”, alega.
O empresário e actual provedor da Misericórdia de Leiria defende que o País precisa de uma “alternativa que dê respostas ao eleitorado que está de costas voltadas para os actuais partidos”, principalmente aos mais novos.
[LER_MAIS] “Gostava que o Aliança fosse o partido da juventude”, afirma Carlos Poço, que assegura que a nova organização “não irá pescar” apoiantes nos actuais partidos. “Não é esse o nosso 'mercado'. O foco do Aliança é cativar as pessoas que se encontram descrentes com os partidos existentes”, afirma.
Depois de anos de militância no PSD, pelo qual foi eleito como deputado ao Parlamento e à Assembleia Municipal de Leiria e onde ocupou vários cargos dirigentes, Carlos Poço está afastado do partido há vários anos.
A saída aconteceu depois de um processo de expulsão que lhe foi movido, devido a falhas que terá cometido nos procedimentos disciplinares que pendiam sobre dois militantes (José António Silva e João Costa).
Carlos Poço garante que “sempre” votou PSD, mas diz que já não se revê no caminho seguido pelo partido. “O PSD está a afastar-se, cada vez mais, do meu pensamento e da minha visão da sociedade. Já não me encaixo neste partido”, justifica.
Na sua declaração de princípios, o Aliança afirma-se como um partido assente em três eixos: “Personalismo, liberalismo e solidariedade”. É também sublinhado o seu respeito pelas “linhas fundamentais da política externa portuguesa, nomeadamente o projecto da União Europeia, da CPLP e os laços com a NATO”.