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Home Sociedade

Que espectáculos pode receber uma igreja dessacralizada?

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Agosto 16, 2018
em Sociedade
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Que espectáculos pode receber uma igreja dessacralizada?
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A Igreja da Misericórdia, actual Centro de Diálogo Intercultural de Leiria (CDIL) fechou as suas portas ao Extramuralhas. Por detrás da mudança de local, refere uma nota do Município, está a "recente polémica gerada em torno da utilização deste espaço dessacralizado por um espectáculo de dança”, no âmbito do MetaDança.

“Pela Fade In nunca mudaríamos de lugar, não temos nada a temer, nem nos preocupam as polémicas. Nunca desrespeitámos ninguém e assim continuará a ser. Mas a Câmara de Leiria é co-organizadora do evento e como tal tem sempre uma palavra a dizer. Compreendemos a sua decisão e, na verdade, a mudança para o Museu de Leiria vai permitir a um maior número de pessoas poderem assistir, gratuitamente, às intensas e peculiares actuações de Christian Wolz e de Rïcïnn”, adianta Carlos Matos.

O director artístico do evento organizado pela Associação Cultural Fade In acrescenta que “Christian Wolz é um artista que utiliza apenas a sua voz e o projecto Rïcïnn expressa-se através do canto lírico e operático”, pelo que juntamente com Rïcïnn seriam os mais poéticos e intimistas concertos da edição deste ano.

"Com esta alteração, pretendemos garantir que o Extramuralhas se realize com o espírito festivo que lhe é tão característico e evitar que possa ser associado a uma polémica a que é totalmente alheio. Apesar da mudança, garantimos que os concertos do Museu de Leiria terão as melhores condições para este evento que constitui um marco da programação cultural de Leiria”, justifica o Município.

No final do mês passado, algumas pessoas escandalizaram-se por ver fotografias de uma performance de dança contemporânea realizada em Abril, por alunos da Escola Superior de Dança, de Lisboa que participaram numa residência artística inserida no Festival MetaDança. O assunto foi debatido, por iniciativa dos vereadores social-democratas na oposição, Álvaro Madureira e Fernando Costa, em reunião de Câmara da cidade que pretende candidatar-se à realização da Capital Europeia da Cultura 2020.

Símbolos religiosos são obras de arte
O JORNAL DE LEIRIA foi tentar perceber se há limitações ao espectáculo cultural num espaço que outrora foi de culto, mas que actualmente é profano. Moisés Espírito Santo, sociólogo das religiões, defende que uma igreja dessacralizada é um “espaço profano” e como tal, teoricamente, “é igual a um [LER_MAIS]  armazém ou a uma garagem”.

“A sacralidade já não existe. Estes espaços são inspiradores de arte e de reflexão, mesmo religiosa. Se os locais já não são sagrados há toda a vantagem de serem usados para espectáculos de qualquer tipo de arte”, sublinha.

Para o investigador, estes locais são também de “emoção” e a própria estrutura “colabora para o benefício da arte”. Insistindo que se estas igrejas foram dessacralizadas, as imagens religiosas “são apenas obras de arte e não obras de culto” e “até colaboram com a arte”. Nestes casos, o sociólogo entende que não há limite para a cultura.

“Qualquer arte é permitida, desde que se enquadre na moral da sociedade. Se é aceite, será também permitido nos espaços dessacralizados, que até são convidativos à realização de espectáculos, pelos seus símbolos.”

Moisés Espírito Santo acrescenta que “mesmo os espaços sagrados podem albergar produções artísticas, embora tenham de se integrar nestes locais, e que provocam reflexões e pensamentos positivos”.

Entendimento diferente tem Vítor Coutinho, chefe de gabinete episcopal da Diocese Leiria-Fátima. “O mesmo critério usado em igrejas dessacralizadas é aplicado em edifícios com símbolos nacionais, religiosos ou até um memorial a pessoas falecidas. É preciso respeito”, defende. Relativamente ao CDIL, o padre considera que “não é um espaço religioso”, mas “ficaria na mesma chocado” perante espectáculos ou acções que “pudessem ofender símbolos nacionais ou da democracia”.

“Era como se fosse o Panteão.” Vítor Coutinho sublinha que “se há espaços onde tem havido cultura é nas igrejas” e garante que não defende que estes espaços sejam vedados à entrada da cultura. No entanto, frisa que deve “haver respeito”.

Também Carlos Poço, presidente da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, que revela ter “alertado a autarquia” para o tipo de concerto que o Extramuralhas iria realizar no CDIL, admite eventos culturais nesta igreja dessacralizada, mas “com contenção” e “respeito por todas as religiões”.

João Fernandes, coreógrafo responsável pelo Festival Metadança, que motivou muitas das críticas, recorda que a dança que gerou polémica foi precisamente pensada para um local onde se reflecte sobre a interculturalidade da cidade, onde houve presença islâmica e hebraica. A proposta “partiu de um grande investigação durante uma semana”.

“Não houve qualquer espectador chocado com o apresentado, pois o objectivo nunca foi esse. Foi criado uma dramaturgia entre todos os espaços do CDIL, sem qualquer intenção de crítica anti-religiosa”, sublinha João Fernandes.

O coreógrafo lembra que a “dança não se interpreta por fotografias, mas assistindo, sendo uma arte altamente efémera”. No caso do Extramuralhas, “é facilmente perceptível o que seria apresentado, por uma artista de renome internacional”.

“Nem num caso, nem noutro havia a necessidade desta polémica, pois quando se propõe algo para um espaço, propõe-se enquadrando- se com o mesmo. Desconheço quem propôs a desmobilização do concerto, mas considero que não faz qualquer sentido. Isto é a prova de que ainda há muitos preconceitos”, lamenta, acrescentando que “num Estado democrático e laico a censura é impensável”.

Joaquim Ruivo
“Os espaços têm as suas limitações”

“Os espaços têm as suas limitações: arquitectónicas ou culturais. Também aconteceu connosco com um concerto de Camané. Após o espectáculo ter sido recusado pela Diocese de Leiria-Fátima, passado o primeiro impacto, concluímos que há uma certa legitimidade da Igreja.” As palavras são de Joaquim Ruivo, director do Mosteiro da Batalha, em entrevista ao JORNAL DE LEIRIA (páginas 8 e 9), quando confrontado com a polémica na Igreja da Misericórdia.
“O director tem de ter em conta que aquele espaço não serve para fazer tudo. Deve haver bom-senso e perceber o que o espaço, à partida, não deve integrar. Esses princípios têm de ser respeitados.” Em relação à antiga Igreja da Misericórdia, apesar de já não ser “aberta ao culto”, por vezes, “há propostas ousadas, que acabam por não sair bem”. “Quem organiza um evento arrojado tem de se adaptar ao espaço e não o contrário. Acabada esta polémica, também não podemos ser fundamentalistas e recusar tudo.

Etiquetas: centro diálogo intercultural de leiriaextramuralhasigreja misericórdiaMetadança
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