O grupo empresarial Vangest, que se dedica à engenharia, prototipagem e produção de moldes, entre outras actividades, vai criar uma nova unidade industrial na zona industrial da Marinha Pequena, Marinha Grande.
O licenciamento para a construção do novo espaço, junto às instalações já edificadas, foi aprovado por unanimidade na última reunião de câmara, com fortes críticas da oposição ao executivo PS.
Quer o vereador do Movimento pela Marinha, Aurélio Ferreira, quer a vereadora eleita pela CDU, Alexandra Dengucho, defendem que seja o Município a assumir os custos com os acessos e outros trabalhos adicionais que a empresa terá de suportar.
Os dois vereadores garantem que não se trata apenas da Vangest, “um grupo que até tem uma condição financeira saudável”, mas consideram que esta política deveria ser estendida a todas as sociedades que se querem instalar ou crescer na sua actividade.
“Sinto-me desconfortável que a Vangest vá pagar infra-estruturas que vão ser usufruto da Câmara, que devia ser facilitadora para que a empresa queira continuar no concelho. Enquanto os municípios limítrofes facilitam o crescimento e a implantação de empresas no seu concelho, a Câmara da Marinha Grande, além das taxas elevadíssimas de emissão de alvará, ainda obriga a empresa a pagar o arruamento, os passeios, o estacionamento público, a rede de abastecimentos de água, a rede de drenagem de aguas residuais domésticas e a rede de drenagem de aguas pluviais”, constatou Aurélio Ferreira.
O vereador reforçou que se trata de uma zona industrial não oficializada e, “por isso, as ruas não têm infra-estruturas nem há plano de pormenor, obrigando a que cada empresa pague o que não devia”. “Há muito que alertamos para que seja alterado o Plano Director Municipal e alterado o Regulamento Municipal da Edificação e da [LER_MAIS] Urbanização.”
Para Alexandra Dengucho, as empresas que querem crescer “não deveriam ter a obrigação” de fazer infra-estruturas que são da responsabilidade da câmara ou “optarão por outros concelhos vizinhos que fazem estas infra-estruturas e muito mais, que agradecem estes investimentos e que tratam estes investidores como deve ser”.
A vereadora insistiu que “se é o prolongamento de uma via municipal, se é uma empresa que vai crescer e vai criar postos de trabalho e é um investimento para o concelho, este prolongamento devia ser a câmara a fazer”.
“O que dissemos à empresa: se querem crescer, façam.”
Carlos Caetano, vice-presidente, salientou que o Município tudo fez para “desbloquear a situação e permitir que a empresa pudesse construir naquele local”.
“Todas as soluções foram articuladas com a administração da empresa para que a construção avançasse rapidamente.”
Ao Jornal de Leiria, Vítor Oliveira, administrador da Vangest, escusou-se a avançar com informações sobre o projecto.