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Home Desporto

Raquetes de cortiça conquistaram o mundo do padel a partir dos arredores de Fátima

Miguel Sampaio por Miguel Sampaio
Julho 2, 2018
em Desporto
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Raquetes de cortiça conquistaram o mundo do padel a partir dos arredores de Fátima
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Paramos o carro, perdidos nas estreitas ruas da Loureira, pequena aldeia colada a Fátima, mas pertencente à freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria. As cabras vêm em nossa direcção e ao longe ouve-se um galo a cantar. Vamos à procura de Nicolau Silva, mas não se vê vivalma.

Não conseguimos fazer a ligação, mas, passados uns segundos, ele liga-nos. Dificilmente poderíamos imaginar que, afinal, estávamos mesmo à porta da Cork Padel, uma empresa criada há quatro meses que veio revoluciona uma modalidade em franca expansão no País e no mundo.

Entramos. A cadela Menina salta-nos para as pernas. E se por fora parece uma pequena garagem de um edifício familiar, quando passamos a porta constatamos que é, afinal, muito mais do que isso.

Lá dentro estão várias máquinas, rolos de cortiça e das mais variadas fibras, recipientes com resinas e muitas, mas mesmo muitas raquetes. Desenvoltos, dois jovens trabalham, atentos às indicações do patrão.

Nicolau está quase a completar 38 anos. Ele é o criador, fundador e sócio da primeira produtora de raquetes de padel do País, ainda para mais utilizando cortiça 100% portuguesa. Começou na modalidade há coisa de uma década, no Clube da Escola de Ténis de Leiria, e rapidamente se tornou num jogador de nível.

Depressa sentiu, contudo, um “problema crítico”. Batia “forte” na bola, de tal maneira que, mais ou menos de 15 em 15 dias, partia uma raquete. Tendo em conta que o apetrecho, para o nível a que jogava, já custava para lá dos 200 euros, a brincadeira estava a sair-lhe cara.

Sempre foi prendado com as mãos, meio engenhocas, e por isso começou por arranjar as próprias raquetes. Os amigos começaram a pedir que lhes fizesse o mesmo. “Aquilo funcionava muito bem”, recorda.

“Até que decidi fazer uma para mim, personalizada, e veio-me à cabeça a cortiça, por ser um material com boa elasticidade, uma estética diferente, um bom acabamento e dissimula as vibrações, que é um problema do padel e pode levar a tendinites.”

Foram dias, meses e anos de pesquisas, à procura da solução perfeita. Chegou lá por “tentativa e erro”“Só para ter uma ideia, fiz cerca de 500 protótipos, em testes, até chegar àquilo que pretendia. Acertar na matéria-prima foi muito complicado”, admite Nicolau.

“Depois, comecei a jogar com as minhas raquetes, a obter bons resultados, cheguei a ser campeão nacional de segunda categoria (existem quatro) até ganhei uns torneios internacionais com a Susana Feitor Dias.”

As pessoas começaram a “achar piada ao facto de ser de cortiça” e à diferença estética daí advinda. E se pela imagem o impacto era forte, quando começaram a perceber os métodos “únicos” utilizados na construção das raquetes, ficaram de boca-aberta, mas depressa a fecharam.

“Fui técnico de próteses dentárias durante quase vinte anos e todos estes conhecimentos vieram da minha profissão. Encaixei a técnica de fazer os moldes das próteses dentárias nas raquetes. Basicamente, todo o processo é feito por mim, todo ele artesanal. Só tenho uma máquina, para fazer a furação. De resto, é todo manual.”

Nicolau está entusiasmado com as possibilidades do negócio. De tal forma que há um ano deixou as dentaduras para se dedicar em exclusivo às raquetes. A família deixou-o “à-vontade” para tomar esta decisão.

“Sabem que sou habilidoso, que tenho paciência e que andava há muito tempo nisto. Se formos a ver, em termos financeiros, é um investimento de 50 mil euros que ainda não teve qualquer retorno. Estas raquetes duram bastante. Algumas estão em teste há ano e meio e ainda não partiram. A Mercedes ia indo à falência com essa história. Os carros andavam muito e não davam problemas.”

Made in Portugal

Uma raquete demora oito horas a ser produzida, toda ela de forma manual.  [LER_MAIS] A Cork Padel apresenta três modelos patenteados – brevemente surgirá um quarto – com os preços a oscilarem entre os 230 e os 270 euros.

“É o problema de serem feitas em Portugal. Estão a esse preço, mas a margem é curta. Tenho dois rapazes há quatro meses, estão a ser formados. A única forma de reduzir custos é mandar vir grandes quantidades, porque o material é muito caro.”

Depois de a matéria-prima chegar em rolos, corta-se a cortiça e as fibras, como o kevlar e o carbono, sendo depois colocadas no molde e impregnados de resinas. O molde é fechado e colocado numa estufa com ar comprimido, para ganhar o formato da raquete, que depois será furada.

Posteriormente recebe os acabamentos, como as bandas laterais e o escudo, é envernizado e é feita a montagem final. “É tudo feito à mão e, além do exterior, a raquete tem, internamente, uma estrutura em cortiça para reduzir as vibrações”, reforça Nicolau.

Os três modelos – pro, light e premium – estão espalhados pelo Pais, inclusivamente por “pessoas conhecidas”, para aferirem da qualidade e durabilidade do produto. No entanto, “o objectivo é internacionalizar”, porque o mercado português “é muito pequeno e tem um problema: o que vem de fora é que é bom”.

Contando com a ajuda do sócio Pedro Plantier, uma figura incontornável da modalidade no País, proprietário de academias na Grande Lisboa, o projecto tem tudo para correr bem. O site da Cork Padel estará pronto entretanto e os interessados vão poder optar por várias especificações, como a colocação a laser de um logotipo ou do nome, por exemplo.

Nicolau espera que a produção anual chegue às mil, sem, jamais, perder o cunho artesanal. Para tal, gostava de mudar a fábrica para outro local, mantendo o actual espaço para funcionar como laboratório, onde possa fazer as suas experiências. “E depois, mais tarde, ter mais do que raquetes: roupas, sapatilhas, acessórios… Produtos portugueses e de qualidade. As pessoas cada vez mais optam pela qualidade.”

Etiquetas: corkpadelcortiçanicolausilvapadel
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