Atribuído pela primeira vez em 2016, o Prémio Carreira que a Nerlei voltou a entregar na celebração do seu 33.º aniversário, anteontem, visa reconhecer os sócios-gerentes ou administradores de empresas associadas com 80 ou mais anos de idade, que mantêm ligações a estas, mesmo que em funções não executivas.
Este ano foram distinguidos quatro empresários: Amado Elias Tomaz, fundador e administrador da Labeto, empresa de análises bioquímicas de Leiria; Carlos Gomes Vieira, administrador da Ascendum, de Leiria; Franklim Silva Mendes (a título póstumo), fundador e sócio-gerente da agência de viagens e turismo Fátima Expresso; e Manuel Barbeiro Costa, fundador e administrador da Respol Resinas, de Leiria.
Este ano, a Associação Empresarial da Região de Leiria distinguiu igualmente as empresas associadas que têm mais de 50 anos de actividade, atribuindo-lhes o Prémio Empresa Sustentável. São 17 sociedades que, “pela sua resiliência, capacidade de adaptação a novos contextos sócio-económicos, continuam a inovar, a gerar emprego e a criar riqueza para a região e para o País”, explicou Jorge Santos, presidente da Nerlei. “Queremos destacar as empresas associadas que se mantêm inovadoras, que continuam a criar emprego, a conquistar novos mercados, a gerar riqueza e a fazer crescer a região e o País. Consideramos que são um dos pilares da sustentabilidade da economia”, aponta a associação.
Uma das empresas distinguidas foi a Americana Papelaria, fundada em 1957 em Leiria e que hoje se dedica à venda de artigos de papelaria, livraria, material e equipamentos de escritório. Também a Ascendum, fundada em 1967 (na altura com outra designação) foi distinguida. Com raizes familiares, é hoje um grupo que se dedica à venda de automóveis e de equipamentos industriais. A Baquelite Liz, de Leiria, também recebeu o prémio. Fundada em 1946, produz uma vasta gama de produtos em plástico.
A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria foi outra das distinguidas com o Prémio Empresa Sustentável. Fundada em 1915, esta cooperativa de crédito está hoje presente em três concelhos (Leiria, Marinha Grande e Ourém). Também a Crisal, na Marinha Grande, foi premiada. Criada em 1944, dedica-se actualmente à produção de cristalaria automática (copos, canecas e cálices, entre outros produtos). Faz parte do grupo Libbey. Instalada no concelho de Pombal, a Diamantino Malho & Cª também foi distinguida na cerimónia de aniversário da Nerlei. Fundada em 1936, dedica-se à produção de resinas.
[LER_MAIS] De Leiria, e ambas da área do fabrico de plásticos, foram premiadas a Faplana, fundada em 1955, e a Faria & Irmão, criada em 1957. Entre as distinguidas pela Nerlei estão ainda a Gallo Vidro, fundada em 1899 na Marinha Grande, que se dedica à produção de vidro de embalagem e hoje integra o grupo espanhol Vidrala; a J. Pereira da Cruz, de Lisboa, criada em 1949 e que é uma sociedade de consultoria especializada em propriedade intelectual; e a Luz, Costa & Rodrigues, empresa de Leiria que se dedica à fabricação de polímeros, vedantes e perfis, criada em 1965.
Entre as 17 empresas distinguidas constam ainda a Manulena, de Mira de Aire, fundada em 1968, que se dedica à fabricação de cera e velas; a Molde Matos, criada em 1968 na Marinha Grande; a Plásticos de Santo António, criada em 1955, em Leiria; a Plastidom, de plásticos industriais e domésticos, fundada em 1959 em Leiria; a Schaeffler, em Caldas da Rainha, que produz rolamentos e foi fundada em 1960 (com outra designação); e a Umbelino Monteiro, fundada em 1959 em Pombal, que produz telhas e acessórios cerâmicos.
“Estimular” a investigação científica é um dos objectivos
Prémio CHL – José Ribeiro Vieira atribuído a Catarina Ruivo
O jantar de aniversário da Nerlei foi o palco da atribuição do primeiro Prémio de Investigação CHL – José Ribeiro Vieira, iniciativa do Centro Hospitalar de Leiria que contemplou a médica Catarina Ruivo, que está a terminar o seu internato. Com esta iniciativa, pretende o CHL “estimular” a actividade científica realizada na instituição, através da distinção de trabalhos desenvolvidos pelos seus profissionais.
Neste caso, a vencedora do prémio, no valor de mil euros, foi Catarina Ruivo, com um trabalho realizado no ano passado, conforme explicou anteontem no evento João Morais, coordenador do Centro de Investigação. “O trabalho tem chancela de qualidade, pois foi publicado numa revista”, adiantou. Este responsável lembrou alguns dos feitos que têm marcado o percurso do CHL na última década e explicou que embora já fosse feita investigação, a criação do Centro de Investigação veio consolidar esta aposta.
A “evolução natural” que se seguiu foi a criação de bolsas e de prémios e pensou-se em associar-lhes o nome de alguém da região que “tivesse sido verdadeiramente importante”. “Naturalmente, de forma quase automática, chegou-se ao nome do engenheiro José Ribeiro Vieira”, “empresário de grande sucesso” que esteve também sempre ligado a projectos de cariz cultural, disse João Morais. “Um homem de referência no país e na nossa região que foi também presidente da Nerlei”, tinha já dito no início do evento Jorge Santos.