À semelhança do que aconteceu com o Centro de Actividades Municipal de Leiria (multiusos), a Câmara vai avançar com um concurso de ideias para o projecto do Topo Norte do estádio, onde o município prevê investir cerca de oito milhões de euros.
O objectivo é, como já foi anunciado pela autarquia, criar condições para instalar no local vários serviços das Finanças, um centro de negócios ligado às tecnologias de informação e comunicação (TIC) e o centro associativo.
Mas, em relação ao concurso de ideias para o multiusos, que tanta polémica suscitou, o presente procedimento tem várias diferenças, como o prazo dado para a entrega de proposta, que será agora de 90 dias, ou seja, mais do dobro do concurso para o multiusos, e da atribuição de prémios aos três primeiros classificados, de 7500, 3000 e 1500 euros.
Estes tinham sido, aliás, dois dos aspectos mais criticados no processo do pavilhão, que terminou com a apresentação de apenas duas propostas, uma das quais acabaria por ser excluída.
Durante a última reunião de Câmara, onde foi aprovado a abertura do processo para o concurso do topo Norte, Gonçalo Lopes, vice-presidente da autarquia, reconheceu que estas alterações visam, precisamente, “incentivar” a apresentação de mais propostas, de forma a que possam surgir “ideias interessantes” para aquela zona do estádio, inacabada há quase 15 anos.
[LER_MAIS] “Tal como no caso do Centro de Actividades Municipal de Leiria, é vontade que este projecto venha a ser uma referência no programa arquitectónico nacional”, pode ler-se na deliberação da autarquia, segundo a qual, o vencedor do concurso receberá um prémio de 7500 euros e ficará automaticamente contratado para fazer os projectos de arquitectura e de especialidades pelo valor de 300 mil euros.
Verba que Fernando Costa, vereador do PSD, considerou “exagerado”, em comparação com o do multiusos, obra prevista para 12 milhões de euros e cujos projectos foram adjudicados por 375 mil euros. Segundo explicou Gonçalo Lopes, na torre nascente do Topo Norte, o município ficará responsável apenas pelas obras na fachada, cabendo o restante às Finanças.
A poente ficará o centro associativo, enquanto o bloco central se destina a centro de negócios, que terá uma zona de distribuição e de serviços comuns no piso térreo, e áreas para a instalação de empresas nos restantes andares, prevendo-se ainda uma zona de restauração.
Questionado pela oposição sobre qual será a comparticipação das empresas que ali se venham a instalar, Gonçalo Lopes referiu que o modelo “ainda não está definido”, mas assegurou que existe “procura” e “interesse” pelos espaços e que esta será uma valência que “vai gerar receita para recuperar o investimento a longo prazo”.
Os vereadores do PSD acabaram por se abster por defenderem que o programa do concurso deveria ser “mais preciso” e por terem reservas quanto ao preço previsto para a obra, que rondará os “250 euros por metro quadrado”, valor que consideram “manifestamente insuficiente” para fazer uma intervenção “com cabeça, tronco e membros”.