A vida de Vasco Noronha deu muitas voltas ao longo de 52 anos. Depois de passagens por áreas como a música, o design, a docência e o desporto, o antigo DJ de Leiria é hoje gerente da Real Padaria, na Rua Miguel Torga.
Na nova profissão, o dia-a-dia divide-se entre a gestão do espaço e o balcão, que lhe ocupa a maior parte do seu tempo. Estar no atendimento ao público justifica-se pela vontade em “conhecer as pessoas, o mercado, falar e a conversar olhos nos olhos“, explica Vasco Noronha.
O interesse pela panificação nasceu “de forma quase forçada“. Vivia em Leiria e trabalhava no ramo imobiliário. Foi neste sector que ainda chegou a operar em Angola. Mas, uma vez em África, terminou os seus projectos imobiliários e decidiu regressar a Leiria.
Foi por cá que, ao trocar impressões com o chef Paulo Santos, dono do Forno do Beco, nas Caldas da Rainha, foi aconselhado a enveredar por esta indústria.
Sendo este um espaço relativamente recente, os seus principais desafios passam agora por consolidar o negócio: “Mantê-lo vivo, de forma a que seja reconhecido pelas pessoas“, salienta Vasco, para quem, o mais importante é manter a qualidade em tudo o que faz.
Um olhar apaixonado por todas as experiências da vida
A faceta polivalente de Vasco Noronha manifestou-se, desde cedo, em áreas muito distintas. Formado em Design, deu aulas, operou no imobiliário, jogou andebol, mas foi no campo musical, como DJ, que obteve maior reconhecimento.
[LER_MAIS] Esta paixão nasceu aos 11 anos. É um traço da sua genética, acredita Vasco, uma vez que o seu pai fazia teatro e tocava numa banda filarmónica e a sua mãe e avós pintavam e tocavam piano.
Aos 12 anos, “já queria ser DJ“, recorda Vasco Noronha. Começou a fazer girar os discos aos 14, na garagem de sua casa. Com o passar do tempo, surgiram os primeiros convites para actuar nas discotecas da cidade.
Estreou-se aos 17 anos, na discoteca Casarão, no Soutocico. Seguiram-se as passagens pela Weekend, nos Marinheiros, Paradise, Kiay, e Alibi, em Leiria, Hot Rio Club, em São Pedro de Moel, New Princess Club, em Alcobaça e Dreamers, na Foz do Arelho.
Até aos 28 anos, o jovem fez da música a sua vida. Ao mesmo tempo, ia conciliando o curso de Design, com a docência e o andebol. No entanto, a dificuldade em gerir todos estes projectos levou-o a terminar este percurso. “Fui muito feliz, lutei e diverti-me imenso, mas fazia muita coisa, de facto“, conta.
Deste período, Vasco guarda muitas histórias e recordações. “Diria que tive uma vida de muitas aventuras, que me fizeram crescer“, lembra o antigo DJ. Foi um processo que o levou a crescer e que ainda norteia a sua vida: “enfrentar as coisas, ter coragem, ir para a frente, tropeçar, cair e levantar“.
Feitas as contas, e passadas tantas emoções, Vasco considera nunca ter perdido o olhar apaixonado pela vida nem o gosto por comunicar e estar com pessoas.