Chaves de fendas, chaleiras, arranjos florais ou material electrónico, de tudo se aluga na Rnters, uma plataforma online, onde os proprietários se desfazem temporariamente de um bem que usam pouco, para que outros possam servir-se dele durante determinado período e a custo muito baixo.
A ideia desta plataforma surgiu a Guilherme Guerra, de São Pedro de Moel, da Marinha Grande, quando, numa viagem à Ásia, precisou de material de bodyboard que não tinha disponível.
Regressou a Portugal com esta ideia em mente, deixou a carreira de médico em suspenso e desafiou o amigo, Francisco Bento, a juntar-se na construção da plataforma. Francisco Bento não só deixou a consultora onde trabalhava, como trouxe consigo o colega João Loff e os três acabaram por se dedicar ao desenvolvimento da start up.
O proprietário do bem tem protecção contra utilizações fraudulentas, lucra mesmo em caso de cancelamento da reserva, sendo que a Rnters reserva 20% da comissão sobre a transacção. Já quem aluga não paga comissões, é reembolsado caso o produto não esteja em condições e tem a garantia de que o seu dinheiro é guardado até ao final da transacção.
Francisco Bento acrescenta ainda que o aluguer do artigo corresponde a 90% do seu preço no mercado e nota também que, no caso de danificar o artigo, quem o alugou tem de pagar pelo preço de um objecto usado.
Em cerca de ano e meio de actividade, a plataforma conta já com mais de dois mil utilizadores, cerca de mil artigos e mais de duas centenas de transacções. Nesta fase inicial, o projecto tem-se focado sobretudo na região de Lisboa, mas o objectivo dos fundadores da Rnters é estender o seu foco a todo o País e, mais tarde, a nível internacional, já que não existem limitações físicas para este género de negócio digital, realça Francisco Bento.
[LER_MAIS] “Em vez de embarcar nesta onda de consumismo, investe-se no reaproveitamento das coisas”, realça ainda o co-fundador desta start up que venceu o Lisbon Challenge Beta-i e obteve como prémio final um escritório onde a Rnters pode trabalhar nos próximos 30 anos.
Pinheiros viram máscaras
Sensibilizados pelos incêndios de 15 de Outubro, os fundadores da Rnters lançaram a campanha Pinheiro Bombeiro. Alugaram pinheiros no Natal (que foram cortados de forma a manter os terrenos limpos), árvores que, depois de devolvidas, foram transformadas em biomassa. O valor recolhido (1300 euros) foi usado na compra de 250 máscaras, oferecidas este sábado, na Marinha Grande, às 25 corporações voluntárias do distrito.