Depois dos segundo, terceiro e sétimos lugares ocupados nos quatro anos anteriores, Leiria caiu para o 10.ª posição no ranking das melhores cidades do País para viver, ficando atrás, por exemplo, de Coimbra e Viseu.
Na área dos negócios e da atractividade para investimento, a capital de distrito não conseguiu manter-se entre as 10 primeiras e caiu da oitava para a 14.ª posição. Os dados constam do estudo Portugal City Brand Ranking, elaborado pela consultora Bloom Consulting.
Divulgado na terça-feira, o estudo destaca o desempenho da Nazaré na área do turismo. O município subiu seis lugares nesta categoria e garantiu presença entre os 10 melhores concelhos do País para visitar, surgindo à frente de Coimbra, Braga ou Évora, por exemplo. Uma subida “marcante”, que lhe permite aparecer na sétima posição a nível nacional, entre 308 municípios, e a liderar na região Centro.
Segundo os autores do estudo, há um factor a justificar o bom desempenho da Nazaré nesta área: o maior interesse pela prática de surf em Portugal, que beneficiou outros municípios como Peniche e Figueira da Foz.
Mas não foi só na dimensão do turismo que a Nazaré registou uma “melhoria significativa”, com o estudo a apontar também uma evolução positiva na área dos negócios. Pelo contrário, Leiria desceu nesta categoria.
O estudo sublinha o facto de o município não se conseguir manter entre os 10 concelhos do País com maior atractividade para investir, aparecendo agora na 14.ª posição do ranking, onde já ocupou os sexto, oitavo e 11.º lugares.
Outro dado sobre Leiria destacado no estudo é a descida no ranking das melhores cidades para se viver, ao ser, “pela primeira vez, ultrapassada por Viseu”.
[LER_MAIS] Este foi, aliás, o ano em que Leiria aparece pior classificada no Portugal City Brand Ranking, quer a nível global quer sectorial. A excepção é a categoria visitar, onde Leiria sobe um lugar, que lhe garante presença do top 25, a melhor posição registada nas cinco edições do estudo.
Para entrar Leiria, sai Óbidos, que, depois de “uma excelente prestação na vestir e viver, sendo apenas ultrapassa pela Nazaré na categoria visitar. Por seu lado, Leiria mantém a segunda posição no item negócios, sobe na área do turismo e desce uma categoria viver, permitindo, como já se disse a subida de Viseu.
A par da avaliação feita por categoria, o estudo apresenta uma classificação global, que tem em consideração a performance nas três categorias e que é liderada por Lisboa. Leiria aparece em 18.º lugar, sendo o único município do distrito no top 25. Nazaré surge na 36.ª posição e Caldas da Rainha na 43.ª. No pólo oposto, ou seja, entre os municípios pior classificados encontram-se Alvaiázere (287.º) e Pedrógão Grande (275.º).
Reacções dos autarcas
Raul Castro, presidente da Câmara de Leira, destaca o facto de Leiria continuar, “à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores, no top ten das melhores cidades para viver no País”. Este resultado, alega, “é reflexo do trabalho contínuo do Município para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes”.
Para Walter Chicharro, presidente do Município da Nazaré, o estudo “confirma a correcção da estratégia de investimento na promoção, na requalificação dos espaços públicos, que assume particular relevância na alavancagem da economia local e aumento das condições de bem-estar dos locais, visitantes e turistas, bem como na atractividade do território para o investimento, criação de emprego e geração de riqueza”.
O autarca da Nazaré realça ainda as apostas “na promoção do concelho dentro e fora do País”, e no investimento na “diversificação do tecido económico”, que se estão a revelar “oportunas e acertadas”.
“A Nazaré está na moda, também por força do mediatismo do produto 'ondas grandes'”, acrescenta Walter Chicharro, confessando a “grande satisfação” por ver a Nazaré “superar outros destinos com maior capacidade de investimento na promoção para a atractividade de visitantes e investidores”.
A elaboração do ranking é feita com base em dados estatísticos de fontes oficiais (Instituto Nacional de Estatística, Associação Nacional de Municípios Portugueses e portal Pordata).
São tidos em conta dados económicos (empresas, rácio de empresas por habitante, percentagem de novas empresas no total das existentes), turísticos (dormidas, taxa de ocupação hoteleira, crescimento de dormidas) e dados de 'talento' (população, desemprego, poder de compra, criminalidade, cobertura de centros de saúde por habitante e número de estabelecimentos de ensino por 10 mil habitantes).
O estudo tem também em conta a pesquisa sobre os municípios feita online sobre os temas em análise e a presença destes na internet, sendo que esta última variável é, segundo a consultora, aquela que tem menos relevância no cálculo da posição de cada município.