A satisfação inicial por, “finalmente”, haver obras na estrada principal da Gândara dos Olivais, em Leiria, está a dar lugar à contestação, com moradores e comerciantes a queixaram-se quer da demora na conclusão dos trabalhos quer de algumas das intervenções já executadas.
A redução do estacionamento e da largura da faixa de rodagem e os “muitos buracos” no asfalto são alguns dos pontos de descontentamento.
“Temos algumas centenas de metros de asfalto novo, mas há também buracos que nunca mais acabam”, diz José Abraúl, morador na zona que fala num “verdadeiro martírio” por que “passam todos quantos têm de circular diariamente na via”.
O residente conta que vários troços já levaram piso novo, mas este “começou a levantar e teve de ser retirado”. Por outro lado, o estreitamento da faixa de rodagem, faz com que, “se pararem dois autocarros em frente à paragem, o trânsito fica parado”.
Este é um aspecto criticado também por Margarida Araújo, que tem um estabelecimento comercial na zona do Rego de Água, alegando que há zonas onde, se a circulação automóvel estiver parada, “não há espaço para passar uma ambulância que esteja em marcha de emergência”, devido ao redução da via.
[LER_MAIS] “Percebo o que está por detrás dessa estratégia – a redução da velocidade -, mas vai trazer outro tipo de constrangimentos”, diz a lojista, referindo ainda que os “passeios estão demasiado altos”, em relação ao pavimento.
“As obras são importantes e bem-vindas, mas estão a prejudicar quem cá vive ou tem aqui os seus negócios”, afirma Margarida Araújo.
Miguel Cupido não podia estar mais de acordo. O empresário critica, sobretudo, a eliminação de lugares de estacionamento.
“O parqueamento foi reduzido para metade. Não vejo que, numa zona destas, que funciona essencialmente como dormitório e onde as pessoas vêem sobretudo de carro, seja uma mais-valia haver passeios tão largos”, alega, sem contudo, contestar a necessidade de intervenção na estrada.
Um outro morador ouvido pelo JORNAL DE LEIRIA defende que parte deste problema poderia sercontornado com a criação de estacionamento “em espinha”, em vez de ser paralelo à via, o que permitia “aproveitar melhor” o espaço.
“Há zonas onde o passeio é de tal forma largo que dá para fazer bailes”, brinca. Há, no entanto, quem discorde que as zonas pedonais são excessivas, como é o caso de Irene Gaspar.
“Há mais conforto para quem anda a pé”, defende, aplaudindo ainda a criação de áreas de estar, com a instalação de bancos. “Não se pode pensar só em que vem aqui de passagem”, alega a moradora.