A região Centro tem a taxa de incidência de tuberculose mais baixa da região Centro. Em 2016, na área abrangida pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), onde se inclui parte do distrito de Leiria, foram registados 8,5 casos por cem mil habitantes, quando em Portugal Continental essa taxa chegou aos 16,5.
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Pinhal Litoral, que compreende os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós, acompanha a tendência da região Centro.
Segundo informações do Departamento de Saúde Pública da ARSC, cedidos ao JORNAL DE LEIRIA a propósito do Dia Mundial da Tuberculose que se assinala no próximo dia 24, entre 2013 e 2015, a taxa de incidência naquele ACeS “decresceu fortemente”.
Em 2016 observaram-se mais dois casos, o que, no entanto, “representa uma flutuação característica da dinâmica das doenças infecto-contagiosas e, particularmente, da tuberculose”.
Os dados referentes a 2017, ainda preliminares, apontam para o surgimento de mais quatro casos no ACeS do Pinhal Litoral. Contudo, aquele Departamento de Saúde Pública frisa que “até à consolidação dos dados, que ocorre no fim do primeiro trimestre do ano seguinte (2018) este valor pode ser revisto em baixa, por haver casos em investigação que podem não vir a confirmar-se, ou em alta, por poderem ainda a ocorrer novos casos”.
[LER_MAIS] Mas, mesmo que se confirmem esses novos casos, “continuamos em presença de números absolutos baixos que, quando lidos em forma de taxa, têm um forte efeito psicológico, uma vez que julgamos possível continuar a ter taxas consistentemente decrescentes, abaixo dos 10/100 000 habitantes”, acrescenta o Departamento de Saúde Pública da ARSC.
Causada pelo mycobacteríum tuberculosis, a tuberculose atinge geralmente os pulmões, mas pode afectar outros órgãos (tuberculose extra-pulmonar), e transmite-se por via inalatória.
“Um doente com tuberculose das vias aéreas emite bacilos para o ar quando tosse, espirra, fala ou canta”, refere um folheto informativo da Direcção-Geral de Saúde, onde é sublinhado, no entanto, que “nem toda a gente exposta fica infectada e nem toda a gente infectada fica doente”.
Conhecida dos clínicos como 'a grande simuladora', “a tuberculose continua a ser um dos diagnósticos diferenciais mais difíceis de esclarecer, simulando várias patologias que cursam com atingimento inespecífico e progressivo do estado geral”, nota o Departamento de Saúde Pública da ARSC.
Face a essas características da doença, “é fundamental atingir níveis gerais crescentes de literacia para a saúde das populações, sem descurar a sensibilização contínua dos profissionais de saúde, para que perante os sintomas, a hipótese de diagnóstico e tratamento ocorram o mais rapidamente possível, reduzindo ao mínimo o risco de outras pessoas serem contagiadas”.
“O diagnóstico precoce e o rastreio de contactos são primordiais e a sua boa prática contribui também para o aumento do número de casos notificados, pelo que não se podem julgar negativamente aumentos pontuais e circunscritos, sem tendência de crescimento sustentado”, acrescenta aquela equipa da ARSC.