No Centro Escolar da Barreira, em Leiria, os 213 alunos estão a desenvolver diversas competências, como a capacidade de concentração e a organização, e até o gosto pela Matemática, através de um projecto de percussão dinamizado pela Associação Tócandar, da Marinha Grande. Os alunos divertem-se e aprendem. E os pais estão motivados para acompanhar os ritmos dos educandos. Os professores agradecem.
Desde que foi constituído, há três anos, o Centro Escolar da Barreira sempre considerou a música uma componente muito importante do seu projecto pedagógico, expõe Isabel Silva, coordenadora da instituição.
Este ano lectivo, o centro escolar avançou com uma novidade. Chama-se Orquestra de Percussão e está a ser dinamizada pelo professor Paulo Tojeira, mentor da Associação Tócandar, junto dos 213 alunos da escola. “Apostámos neste projecto pelas competências pedagógicas e físicas que se desenvolvem nos alunos através da música”, explica a coordenadora.
[LER_MAIS] Isabel Silva acredita que, através dos bombos, trabalham-se os comportamentos, promove-se o gosto pela música, também o espírito de equipa e a integração das crianças. Basta ver que esta Orquestra de Percussão envolve todas as crianças da escola, do 1.º ao 4.º ano de escolaridade, incluindo também os seis alunos com necessidades educativas especiais que frequentam o estabelecimento.
Através dos espectáculos que realiza, a Orquestra promove ainda a interacção com crianças de outras escolas e lugares do País. E fomenta também o envolvimento dos pais que, nesta escola, já fazem verdadeiramente parte da comunidade escolar, salienta a professora.
“Costas direitas e sorriso na cara.” As indicações são de Paulo Tojeira, o mentor da Associação Tócandar e responsável pela dinamização da Orquestra de Percussão no Centro Escolar. Mas nem é preciso pedir sorrisos, tal é a excitação da criançada.
De forma alegre e leve, os alunos desenvolvem “a organização, a concentração, o sentido rítmico, o sentido de divisão de tempo, com influência positiva no estudo da Matemática”, salienta o professor. Além de promover o sentido de pertença grupal, acrescenta Paulo Tojeira.
Os mais novos têm esta oficina de percussão cerca de meia hora por semana, já os mais velhos têm mais tempo . Porque o tempo e as metas são adaptados às idades, explica o professor, que tem o objectivo de replicar a sua metodologia – já utilizada com êxito no projecto Tócandar – noutras escolas do País.
Para já, há vários eventos agendados, onde os alunos da Barreira são estrelas: em Abril, no Mercado de Sant’Ana, no Festival das Sopas; em Junho, em Braga, no Encontro Internacional de Gigantones e Cabeçudos; e no Leiria Medieval, onde Paulo Tojeira idealiza já a instalação de uma aldeia com estudantes e pais a tocar instrumentos.
Praticar com panelas
Uns praticam com panelas, outros com brinquedos. O que os une a todos é o entusiasmo pela Orquestra de Percussão. Tocar bem não é coisa fácil, admitem os alunos, que já tiveram oportunidade de mostrar o seu trabalho e até de passar os instrumentos para a mão dos pais. Mas vale a pena quando se aumenta a concentração e isso ajuda nos estudos das disciplinas, salienta Maria Gomes, de 8 anos. Até Beatriz Vaz, de 9 anos, que já está habituada a mover o corpo nas aulas de dança contemporânea e ballet, admite que não é fácil fazer coreografias e rotações sem deixar de cumprir com o ritmo dos bombos.