O edifício existente junto ao Palácio dos Guerras (ex-sede da UDL), em pleno centro histórico de Leiria, vai ser reabilitado e convertido num hotel de charme.
Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou junto dos promotores, que para há não querem ser identificados, a intervenção contempla a criação de uma unidade com nove quartos, para o segmento “médio/alto”, um restaurante e esplanada.
O projecto de arquitectura já foi aprovado pela Câmara, que terá agora de se pronunciar sobre as especialidades. O objectivo dos promotores, que pretende investir no local cerca de 900 mil euros, é começar as obras ainda este Verão, de forma a que a unidade possa estar em funcionamento no início do segundo semestre de 2019.
De acordo com um dos promotores, a reabilitação seguirá “a base existente”, estando, no entanto, contemplada uma ampliação, com “extensão do sótão”, de forma a que o edifício fique “ao nível do do lado”, onde está a Tipografia Leiriense, que fazia parte da casa original.
“Não nos vamos 'livrar' da história do edifício. Pelo contrário. Queremos ampliar essa história e preservar, ao máximo, os elementos existentes”, assegura aquele promotor, contando que a ideia inicial, quando compraram o imóvel, era “rentabilizar” o investimento. Mas, “quando entrámos lá dentro e vimos o layout do edifício, com aqueles pés direitos, mudamos as nossas intenções”, refere.
[LER_MAIS] De acordo com o projecto aprovado, o rés-do-chão funcionará como restaurante, com capacidade para cerca de 60 pessoas e com uma sala privada com garrafeira.
Este espaço terá associado “um grande chef da cozinha portuguesa”, acrescentam os promotores que, para já, não revelam de quem se trata. No logradouro do edifício, será instalada uma esplanada, “com bar aberto durante o dia”.
O edifício em causa foi propriedade da família Brandão. Pertenceu ao capitão Henrique Gabetta Perez Brandão, que desempenhou as funções de presidente da Câmara de Leiria entre 1959 e 1963, cargo que deixou por ter sido “mobilizado para prestar serviço no Ultramar”, refere o livro Poder local em Portugal 1936-2013, da autoria de Maria Antónia Pires de Almeida.
Durante muitos anos, a casa foi habitada pela a família Stoffel Fernandes (pais de Rui Filinto, antigo presidente do Conselho de Administração da Key Plastics Portugal).