O investimento de dez milhões de euros inaugurado na semana passada na Racentro vai permitir à empresa de Monte Redondo crescer 50%, passando a ter uma capacidade de produção mensal de alimentos compostos para animais de 60 mil toneladas.
Do projecto fez parte a instalação de um secador de milho, à disposição dos agricultores nacionais, equipamento que permitirá reduzir a importação deste cereal, apontam os responsáveis da empresa.
Com este investimento, a Racentro passa a fazer a moagem individual das matérias-primas, o que permite obter o tamanho de partícula ajustado a cada uma das fases da vida produtiva dos animais. “E inova com a implementação de um processo de tratamento térmico, no qual a ração é submetida a uma alta temperatura por forma a garantir a destruição de todos os micro-organismos patogénicos”, explica um comunicado da empresa do Grupo Lusiaves.
O investimento da Racentro passou ainda pela instalação de um dos maiores secadores de milho do país, com uma capacidade de secagem de 1200 toneladas por dia. “Uma aposta no milho nacional que irá diminuir as importações deste cereal”, até porque o equipamento está também à disposição dos agricultores portugueses. Em 2017, a secagem de milho verde representará 14% do total de milho consumido na Racentro.
“Ao realizar este investimento, o Grupo está a reforçar a liderança nacional que a Racentro tem neste sector. Trata-se da mais avançada e automatizada unidade fabril, deste mercado, com recurso a tecnologia 4.0”.
[LER_MAIS] Aos jornalistas, Avelino Gaspar explicou que esta ampliação representa crescimento, capacidade de produção, capacidade para exportar”. Os produtos do sector avícola “viajam bem e são bem aceites” pelos mercados internacionais.
“Com a dimensão que temos, com os investimentos que fizemos ao longo dos anos e com a tecnologia de ponta que utilizamos, ombreamos confortavelmente com qualquer player europeu ou internacional”, considerou o presidente do Grupo Lusiaves, que na ocasião recebeu a Medalha de Honra do Ministério da Agricultura.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, presente na inauguração, destacou o investimento, “que não teve apoio público”, e que, por isso, é “ainda merecedor de maior reconhecimento por parte do Governo”.
Para Luís Capoulas Santos, “é a demonstração inequívoca de que o sector agro-alimentar, no seu sentido mais amplo, é um sector que acredita no futuro, que investe e que continua a revelar uma enorme capacidade de inovar, transformar e competir”.
Segundo o governante, o sector agrícola tem apresentado dinâmica e apetência pelo investimento, assim como tem ajudado a economia portuguesa, ao contribuir para a redução das importações e ao crescer nas exportações. Nos primeiros dez meses deste ano o aumento foi de 12% em relação ao ano passado.
Incêndios
Grupo investe em concelhos afectados
O Grupo Lusiaves vai investir também nos concelhos de Góis, Oleiros e Proença-a-Nova, igualmente afectados pelo incêndio de 17 de Junho, que teve início em Pedrógão Grande, revelou Avelino Gaspar na cerimónia da semana passada.
O grupo já tinha anunciado investimentos nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, de 20 milhões de euros cada. Entretanto, aqueles três municípios manifestaram disponibilidade para acolher investimentos e o grupo vai agora investir num total de seis novas unidades de produção avícola.
Nenhuma delas está iniciada, mas o empresário espera que durante o ano que vem algumas construções possam ter início. Quando estiverem concluídas, espera garantir uma média de 200 postos de trabalho por concelho.