De Janeiro a Setembro deste ano, as exportações de fruta do distrito de Leiria somaram 29,3 milhões de euros, montante que traduz um crescimento de 18,6% em comparação com os 24,7 milhões exportados em igual período do ano passado.
Uma dinâmica que segue a tendência nacional. Nos primeiros nove meses deste ano, as exportações portuguesas de frutas subiram 37,5% face ao período homólogo.
Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e revelam que a fruta mais exportada pelo distrito de Leiria é a pêra, que nos primeiros nove meses deste ano vendeu para o exterior mais de 21 milhões de euros.
O Brasil é o principal destino (13,2 milhões de euros). Seguem-se França e Reino Unido, que para onde as vendas desta fruta totalizaram, respectivamente, 2,9 e 1,9 milhões de euros. Este ano a pêra produzida no distrito foi vendida para cerca de 20 países.
Mas o distrito exporta muito mais do que pêra. O segundo produto mais exportado, segundo os dados do INE, foi a laranja (fresca e seca), totalizando 2,8 milhões de euros. Espanha absorveu a maior fatia (1,2 milhões de euros.
A seguir surgem as ameixas e abrunhos, com um total de 2,2 milhões de euros, e só depois as maçãs, cujas vendas para o exterior somaram nos primeiros nove meses deste ano 1,4 milhões de euros.
“Temos motivos para estar satisfeitos”, afirma Domingos Santos, presidente da Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas. “O sector está a colher os frutos do que tem feito ao longo dos anos. Aproveitou os fundos comunitários para investir em novos pomares e aumentar a produtividade”.
[LER_MAIS] O empresário, que é também presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha, lembra que, no caso deste produto, de que os concelhos do Oeste são os principais produtores, Portugal é excedentário, pelo que “a exportação tem de ser o caminho”.
Também Jorge Soares destaca a “boa performance” da fruticultura nacional. O presidente da Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça diz ainda que os números do INE, no que toca à exportação de maçã, poderão nem reflectir a realidade do distrito, onde se produz muita maçã que acaba por ser exportada por organizações sediadas em Lisboa.
O dirigente refere que, depois da quebra da última campanha, este ano a produção voltou aos níveis normais, o que permitirá exportar mais.
E embora a fruta portuguesa chegue já a muitas geografias, há mercados onde ainda não se vende. É o caso do México, mercado de 120 milhões de euros, para onde estão a ser ultimados alguns procedimentos, segundo Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura.
Depois disso, produtores de maçã e de pêra rocha poderão exportar para este destino. China e Coreia do Sul são geografias que também estão a ser negociadas pelo governo português. Estados Unidos deverão ser o mercado que se segue para pêras e maçãs portuguesas. “Neste ano prevemos ter confirmada esta abertura”, afirma o governante, citado pelo Diário de Notícias.
Exportação
Maçã de Alcobaça
procura novos mercados
A Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça criou um Clube de Exportadores, que apresentou pela primeira vez no estrangeiro na última edição da Fruit Attraction, que teve lugar em Outubro em Madrid. O objectivo deste clube é promover a actuação conjunta das organizações de produtores no mercado externo, “com uma imagem e qualidade premium única, de modo a conseguir diferenciação positiva no mundo”, como faz aliás no mercado nacional.
Segundo explica a APMA, a ideia é juntar todos as empresas parceiras que exportam para que usem embalagem e imagem própria, “com um padrão único de qualidade” que seja reconhecido em todos os pontos do mundo. O Clube de Exportadores conta com 24 membros aderentes (19 associados e cinco convidados), que no total deverão produzir nesta campanha 50 mil toneladas de Maçã de Alcobaça (Indicação Geográfica Protegida) de qualidade, e que ambicionam posicioná-la nos mercados externos como “uma das maçãs melhores do mundo”.
Além da Inglaterra, do Brasil e da Irlanda, países para onde esta fruta já é exportada, pretende-se criar novas oportunidades nos mercados árabes e africanos, e em novos mercados do continente americano.