A persistência de actos de vandalismo contra o Complexo Municipal de Ténis, ameaçando a “integridade física” dos seus utilizadores, levou o presidente do Clube da Escola de Ténis de Leiria (CETL) a bater com a porta.
O pedido de renúncia de Joaquim Dias ao cargo, para o qual tinha sido reeleito em 2016, foi apresentado ontem, na sequência de mais um “ataque” contra as instalações, localizadas em São Romão e que são usadas pelo clube ao abrigo de um contrato de utilização com a Câmara.
O incidente, que teve lugar na noite de terça-feira, fez subir para 21 o número de ocorrências registadas desde Abril.
Ao JORNAL DE LEIRIA, Joaquim Dias conta que o último “ataque” aconteceu por volta das 21 horas, com o arremesso de “sacos e frascos de vidro com dejectos e produtos químicos”, num momento em que havia aulas a decorrer.
“Um dos sacos caiu a centímetros de um aluno”, revela o dirigente, considerando que as “constantes acções” contra o complexo de ténis, levadas a cabo “a coberto da noite”, configuram “um quadro de puro terrorismo”.
[LER_MAIS] Perante a persistência do problema, que estará relacionado com o diferendo entre a Câmara e o proprietário de um dos terrenos onde foi construído o complexo de ténis, Joaquim Dias entende “não ter condições” para se manter no cargo.
“A minha avançada idade já não me permite nem aconselha continuar a conviver emocionalmente com estas lamentáveis e tristes ocorrências”, alega o dirigente em comunicado, onde frisa que o CETL é “completamente alheio ao contencioso” entre o município e o privado e, como tal, “nunca poderá obviamente fazer parte da solução”.
Na origem do conflito está a construção do Complexo Municipal de Ténis de Leiria, erguido há cerca de dez anos. O diferendo já motivou várias acções em tribunal, interpostas quer pela Câmara quer pela empresa Moniz & Ribeiro, de Arlindo Lisboa..