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Home Sociedade

Quanto vale a economia social no distrito?

Redacção por Redacção
Novembro 16, 2017
em Sociedade
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Quanto vale a economia social no distrito?
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O passo estugado com que nos faz a visita guiada ao lar – a conversa prévia demorou um pouco mais do que o previsto e daí a menos de meia hora tem uma reunião marcada – não impede Joaquim João Pereira de parar junto dos utentes. Sabe-lhes os nomes. Conhece-lhes a história e as maleitas.

Cumprimenta- os e pergunta-lhes por novidades e pela saúde. Retém–se por momentos junto de Dona Elvira. “Hoje comeu a sopa toda?”, pergunta. Uma funcionária responde por ela. Que não. Que tinha deixado um pouco. “No domingo, comigo, a sopa foi toda”, conta Joaquim Pereira, provedor da Misericórdia da Marinha Grande, que aos fins-de-semana costuma ir ao lar ajudar a dar as refeições aos utentes que precisam desse cuidado. Diz que o faz para “dar o exemplo” às funcionárias e para as “contagiar” com o seu entusiasmo.

Advogado de profissão, lidera a irmandade desde a sua fundação, há 25 anos. Garante não estar agarrado ao lugar, mas, frisa, não é fácil encontrar quem o substitua e assuma a responsabilidade de gerir, em regime de voluntariado, uma casa com 226 funcionários, um orçamento anual na ordem dos 3,2 milhões de euros e que presta assistência a quase 550 pessoas. “Quando entrei, tínhamos oito trabalhadoras, 12 utentes e um lar velho.

Hoje, já temos património avaliado em cerca de 15 milhões de euros” recorda. A Misericórdia da Marinha Grande é das mais de duas mil instituições que compõem a economia social do distrito, onde, além das irmandades e das associações sem fins lucrativos, se incluem as cooperativas, as fundações e as associações mutualistas.

Aquelas que têm maior peso, pelo número de pessoas que servem, pelo emprego que geram e pelas verbas que movimentam, são as instituições sociais cuja actividade é abrangida por acordos de cooperação com o Instituto da Segurança Social (ISS). Nestas condições existem no distrito cerca de 200 entidades, que dão trabalho a quase sete mil pessoas e prestam serviços a mais de 20 mil utentes.

Dados do ISS facultados ao JORNAL DE LEIRIA revelam ainda que, no ano passado, essas instituições receberam mais de 61 milhões de euros ao abrigo dos acordos de cooperação e geraram um volume de negócios na ordem dos 145 milhões, sendo que esta última verba inclui vendas e prestação de serviços, comparticipações e subsídios, doações e legados à exploração.

Cerca de 2,7% da produção nacional
A nível nacional, a Conta Satélite da Economia Social, um documento divulgado no ano passado pelo Instituto Nacional de Estatística, com base em dados de 2013, revelava que nesse ano este sector representou 2,7% da produção nacional, sendo responsável por 6% do emprego remunerado e por mais de 230 mil postos de trabalho.

“Ao longo do tempo, as instituições da economia social têm sabido aliar lucratividade e solidariedade. Têm criado empregos de qualidade e reforçado a coesão social, económica e territorial”, afirmou José Silva Peneda, ex-presidente do Conselho Económico e Social, durante um colóquio sobre o tema realizado recentemente em Alcobaça.

João Marques, provedor da Misericórdia de Pedrógão Grande, não podia estar mais de acordo com o que diz Silva Peneda em relação ao impacto social destas organizações e ao papel que desempenham no combate às assemetrias territoriais e às desigualdades sociais. O dirigente destaca, por exemplo, os dados da empregabilidade e refere o caso da instituição que lidera que, para servir os cerca de 280 utentes, dispõe de 130 trabalhadores, “muitos deles, na casa dos 30 anos”.

Este número faz da Misericórdia de Pedrógão Grande a “maior empregadora” do concelho, à frente da Câmara Municipal que, segundo dados constantes no Portal Municipal, tinha, no ano passado, 82 funcionários.

“Quando alguém na freguesia fica sem emprego, é à nossa porta que vêm bater, com esperança de conseguir uma vaga”, conta Álvaro Pinto Simões, presidente da Direcção da Casa do Povo de Maçãs de Dona Maria, instituição do concelho de Alvaiázere, que conta actualmente com 60 funcionários e que presta apoio a cerca de 180 pessoas nas várias valências de que dispõe (lar de idosos, apoio domiciliário, centro de convívio e cantina social).

Quando a única visita é o funcionário da Santa Casa
 [LER_MAIS] Se números podem ajudar a perceber o impacto que estas instituições têm na economia, pelo emprego que criam e pelo volume de negócios que geram, há uma outra face da moeda que não é quantificável: o valor social que têm para as comunidades onde estão inseridas.

“O impacto social não tem preço”, afirma João Marques, contando que, muitas vezes, “a única visita” que alguns idosos têm “é o funcionário da Santa Casa” que faz o apoio domiciliário. “Estamos a falar de comunidades muito envelhecidas e de uma região com muitas debilidades sócio- económicas”, acrescenta o provedor da Misericórdia de Pedrógão Grande.

Essa é uma realidade que Sílvia Lopes, que já depois da reportagem do JORNAL DE LEIRIA suspendeu as funções de directora- técnica da Casa do Povo de Maçãs de Dona Maria para assumir ao cargo de vereadora na Câmara de Alvaiázere, também conhece. “A maior parte dos idosos que temos, se não estivesse aqui, passaria o dia completamente sozinha. Alguns, nem vizinhos têm”, frisa a técnica.

Ao lado, António Rosa, de 89 anos, interrompe o jogo de dominó para atestar a importância deste tipo de instituições: “São uma maravilha. Já tinha apoio domiciliário, mas quis vir para o lar. Aqui, não nos falta nada. Temos pão, água e, sobretudo, carinho. Estamos entretidos e acompanhados”.

Foi também por iniciativa própria que Anunciação Ramalho, de 80 anos, entrou no lar da Casa do Povo de Maçãs de Dona Maria. Vivia sozinha e, quando o filho lhe propôs que fosse para sua casa, em Pombal, pediu antes para ir para o lar. Três anos depois, não podia estar mais contente com a opção. Depois de uma vida de “muito trabalho”, está agora a viver experiências novas.

A mais recente incluiu a participação numa peça de teatro, com a recriação das Aparições de Nossa Senhora de Fátima levada a cena há poucas semanas e que envolveu várias instituições sociais e colectividades do concelho. Além da sua estreia como 'actriz', Dona Anunciação já aprendeu a escrever e a ler “alguma coisita” nas sessões de alfabetização dinamizadas por uma voluntária da instituição.

“Alguns utentes que nunca foram à escola começaram a aprender aqui no lar”, conta o presidente da Casa do Povo, que destaca ainda o apoio que este tipo de instituições dá às famílias, nomeadamente, no apoio aos seus idosos. Maria Gomes Germano sabe bem do que fala Álvaro Pinto Simões.

Antiga funcionária pública, residente em Leiria, pediu a reforma antecipada para tomar conta dos pais, que viviam em Vieira de Leiria. O pai tem problemas cardíacos e mãe tinha sofrido um AVC há mais de 30 anos, que lhe deixou mazelas, mazelas essas que se agravaram com o avançar da idade.

“Foi muito lutadora e, apesar das limitações, sempre fez a vida de casa. Aos 81 anos, pediu para vir para o lar. Esteve lá até falecer”, recorda Maria Germano, cujo pai reside há sete anos no lar da Misericórdia da Marinha Grande. “O que seria das famílias sem estas casas?”, questiona.

Lino Maia
Instituições sociais “são determinantes para o bem-estar das populações”

A economia social cresceu muito nos últimos anos. Face às transformações da sociedade, a tendência é para que continue a crescer?
Sem dúvida. É um sector que, tendencialmente, continuará a crescer, sobretudo devido ao envelhecimento demográfico. Temos e teremos uma população cada vez mais envelhecida e a precisar da acção directa destas instituições, que, pela proximidade às comunidades, está mais capacitada para responder às necessidades inerentes ao envelhecimento da população. Mas há outras camadas da população que necessitam deste apoio, como as crianças ou as pessoas com deficiência. Pela sua diversidade e pela sua presença nas comunidades, as instituições que fazem parte da dita economia social são determinantes para o bem-estar das populações.

A sociedade e o Estado reconhecem a importância devida a estas instituições?
As comunidades têm consciência que sem estas instituições, estariam bem piores. O Estado formalizou, em 1997, o protocolo de cooperação para a solidariedade no qual reconheceu a capacidade dessas instituições, passando-lhes as poucas respostas que ainda tinha nesta área. O Estado tem delegado nas designadas IPSS o apoio social às populações, tendo sempre subjacente a transferências de verbas, que são sempre escassas.

Como teriam sido os anos de crise sem as instituições sociais?
Teriam sido seguramente mais difíceis. Na Grécia, que não tem esta rede, os efeitos da crise sentiram-se muito mais. Estas instituições mostraram grande resiliência e uma enorme capacidade para responder aos efeitos da crise. Aumentaram o número de respostas sociais e de trabalhadores. É um caso de estudo.

Etiquetas: apoio socialeconomia socialLeiriasociedade
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