A abertura da Base Aérea n.º 5 à aviação civil é uma operação “viável”. Essa é a conclusão do estudo Análise do potencial de tráfego aéreo civil do aeroporto de Monte Real, apresentado esta terça-feira durante a reunião de Câmara de Leiria e que complementa um outro divulgado na semana passada pelo município da Marinha Grande, que aponta também a viabilidade da operação.
Os estudos identificam a necessidade de um investimento na ordem dos 20 milhões de euros, para a construção do terminal e para um “conjunto de readaptações ao nível da infra-estrutura”, onde se inclui o reforço da pista, estrutura para armazenamento de combustível, placas de estacionamento hangar de manutenção”, refere uma nota de imprensa da Câmara da Marinha Grande.
Segundo explicou um representante da Roland Berger, consultora que fez os estudos, durante a reunião de Câmara de Leiria, a análise do potencial de tráfego civil em Monte Real estima que, na fase de arranque, a estrutura venha a ser utilizada por 600 a 620 mil pessoas/ano, prevendo-se que a longo prazo se chegue a 1,1 milhões de passageiros anuais, através de sete a dez rotas frequentes e alguns voos charter.
[LER_MAIS] De acordo com o estudo, cerca de 70% desse movimento será assegurado pelo turismo religioso. Outros sectores do turismo, nomeadamente o cultural, o mercado da diáspora e o tecido empresarial deverão garantir os restantes 30%.
A Europa será, de acordo com o estudo, o principal mercado a ter em conta, com enfoque em países como França, Itália e Espanha. Fora da Europa, o Brasil é o território como “maior potencial”, referiu o representante da Roland Berger adiantando que, durante a elaboração do estudo, foram consultadas várias companhias, todas elas a operar em Portugal, sendo que “algumas ficaram entusiasmadas” com a hipótese de Monte Real.
Segundo explicou, o interesse vem sobretudo das “companhias mais pequenas que procuram crescer no contexto europeu”. O estudo “nunca avaliou Monte Real como substituto de nenhum aeroporto, mas como um complemento a Lisboa e ao Porto”, frisou o representante da Roland Berger, defendendo que este deve ser um projecto “de uma região em articulação com operadores”.
Isso mesmo foi também realçado pelo presidente da Câmara de Leiria, com Raul Castro a sublinhar que o estudo “é apenas um começo”. Os vereadores do PSD questionaram o timing para a apresentação do resumo do estudo, a poucos dias das eleições.