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Home Sociedade

Sílvia Patrício: “Gosto de acreditar que existe algo superior a nós, que existe uma razão pela qual estamos aqui”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Setembro 21, 2017
em Sociedade
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Sílvia Patrício: “Gosto de acreditar que existe algo superior a nós, que existe uma razão pela qual estamos aqui”
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Vai ficar para sempre ligada a um momento especial em Fátima, por ser autora dos retratos oficiais de Francisco e Jacinta Marto, colocados na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário para a cerimónia de canonização, no passado mês de Maio. Como é que isto se proporcionou?
Fui a uma reunião por causa de uma exposição e nessa reunião estava o Marco Daniel Duarte [director do Departamento de Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima]. Quando lhe mostrei o meu portefólio, ele ficou muito interessado. Foi tudo muito rápido. Acho que pintei aquilo num mês e meio, dois meses. Noite e dia. Foi intenso. Já faço retratos, já trabalho temas religiosos e é claro que tinha todo o gosto em aceitar, ainda por cima a visibilidade é sempre positiva para o meu trabalho.

Há algum risco de banalização da sua obra?
Não me devo preocupar com isso. Às vezes é difícil controlar a forma como depois as imagens são usadas, mas não é por causa disso que o trabalho tem menos credibilidade.

Estou a pensar na Joana Vasconcelos, que também fez uma intervenção no Santuário, para o centenário dos acontecimentos da Cova da Iria. Quando apareceu teve um feedback muito positivo, mas actualmente o registo dela parece que já não é aceite da mesma maneira.
Penso que o trabalho da Joana Vasconcelos está muito associado a ela enquanto pessoa. E nem sempre agrada o que ela diz e projecta enquanto pessoa. Podes ser um artista e só aparece o teu trabalho e pode ser um trabalho em que o artista se reflecte muito. E isso pode ter consequências.

Que importância dá à crítica?
O meu trabalho não tem sido propriamente criticado, porque não faço parte do núcleo das galerias, dos críticos. Como não me meto lá no meio, eles acabam por não mencionar sequer o meu nome, é como se eu vivesse noutro mundo, à parte. Tem vantagens e desvantagens. Os comentários que me chegam têm sido positivos, mas o trabalho que faço não é um trabalho de crítica social. Se o comentário for negativo, tento que não seja importante. Faço o meu trabalho na mesma.

Com os pastorinhos, e também com as telas do Crime do Padre Amaro, no centro histórico de Leiria, invadiu, entre aspas, o espaço das pessoas, o espaço público.

Não influenciou o meu trabalho, acho que não tem que influenciar. O trabalho do Crime do Padre Amaro não foi feito sequer a pensar que ia ser exposto publicamente, era para ser só uma exposição numa galeria.

Incomoda-a que lhe colem a etiqueta Paula Rego?
Queremos sempre ser o mais originais possível. De alguma forma, é uma honra compararem-me com uma das pessoas mais conhecidas em Portugal. E realmente eu e ela temos temas muito parecidos. E ambas gostamos de contar histórias. A minha primeira referência foi o Gustav Klimt. Depois houve várias, inclusive a Paula Rego.

É uma pessoa de fé, uma pessoa crente?
Gosto de acreditar que existe algo superior a nós, que existe uma razão pela qual estamos aqui. Que existe algo mais profundo no ser humano que não é meramente físico. A fé é importante para continuarmos a viver. Enquanto tema, é importante, não sei se por influência de trabalhos que fazem parte da história da pintura, mas, principalmente, porque são questões muito próximas do ser humano. E de alguma forma fazem-nos compreender o que somos e ajudam-nos a relacionar com o mundo.

A pintura também é um processo de auto-conhecimento?
Acho que sim.

Para matéria-prima, prefere o real ou o transcendente?
Gosto de ambos, e de misturá-los. Quero que as pessoas consigam sentir alguma coisa e influenciar o universo de quem observa o trabalho, no sentido positivo.

Na exposição Humanário, o ponto de partida era a bíblia. De que ia procura?
Das histórias da bíblia. Da relação entre as pessoas. Foi um exercício para mim, porque à medida que vamos trabalhando vamos reflectindo sobre as coisas, sobre o que somos, o que nos rodeia.

E depois tornou-se uma homenagem à sua mãe.
 [LER_MAIS] Foi algo que aconteceu ao mesmo tempo. A minha mãe faleceu naquele período, estive para desistir do projecto e questionei-me, mas concluí que devia continuar e de alguma forma levar a minha mãe dentro do projecto, até porque o projecto tinha muito esse lado humano do sofrimento e dos sentimentos.

Disse na nota de apresentação da exposição que existir com poder de decisão é a mais nua das dores.
É uma frase que faz sentido. Às vezes esquecemos que temos essa liberdade, que temos o poder de decisão. Vivemos num país livre e às vezes esquecemo- nos disso.

No seu caso, consegue identificar a origem do processo criativo?
Há coisas que nascem connosco. Sentimos que temos de exteriorizar daquela forma. Sempre senti isso, nunca contrariei. A sensação é boa quando estou a construir algo.

Passam 20 anos em 2017 sobre a primeira exposição individual da Sílvia Patrício. Sente alguma responsabilidade acrescida?
Há uma responsabilidade, quando a pessoa investe em nós. Isso tenho em consideração. Não fazer parte do meio tem coisas positivas: a liberdade, adoro a liberdade. E tem coisas negativas: estamos sempre à margem. Não fazemos parte do circuito das grandes casas, das grandes instituições. A visibilidade que tenho é feita pelas pessoas, uma a uma, e não pelas instituições. Há muita coisa negativa nas instituições, muitos interesses.

E como é ser artista plástico em Leiria e em Portugal?
Em Leiria é bom para trabalhar, para mim é vantajoso, mas é sempre difícil, pela falta de visibilidade. Portugal é mesmo muito pequenino. É difícil gerir a parte comercial e a parte da criatividade. Penso sempre que o importante é continuar a trabalhar. E hoje em dia nada nos impede de estar em Leiria e trabalhar, por exemplo, com Macau. Já não é tão importante o lugar, desde que circules.

Estão aí as eleições autárquicas. Se fosse vereadora da Cultura por um dia, o que fazia?
Um espaço para os artistas. Temos imensas bandas que não têm onde ensaiar. Criava ateliês. E devíamos ter um museu de artes contemporâneas.

O que é que a cultura, existindo programa, política, estratégia, pode fazer pela comunidade?
A cultura é muito importante. As pessoas trabalham, é o lado mais difícil da vida, e a arte é o veículo para chegar a outras coisas.

Quando está a observar a obra de outros, o que valoriza?
O percurso da pessoa é sempre importante, nunca ver a obra isolada. Porque hoje em dia… o que é que é arte? Posso ligar-me pela mensagem, pelo trabalho em si que me provoca uma sensação boa, várias coisas. Só a estética, não. As coisas têm interesse quando há algo para além da estética.

O que é para si o exercício da liberdade, enquanto artista?
Escolher os assuntos sobre que vou trabalhar. Sobretudo isso. E a forma como trabalho. E onde trabalho. Trabalho de uma forma em que tenho de sentir primeiro, tenho de sentir que é por ali. E para mim o sentido está muito nesse lado que não é visível.

 

De França para Leiria
A pintora dos pastorinhos e do Padre Amaro

Acaba de participar, em Macau, na exposição colectiva Pessanha, a última fronteira, com um retrato de Camilo Pessanha, no âmbito da semana cultural que comemorou os 150 anos do nascimento do poeta português. Não é a primeira internacionalização de Sílvia Patrício: já em 2007 se estreara em Salamanca, Espanha, perante o público de além-fronteiras, e em 2013 levou a Paris o projecto Do princípio ao fim, exibido na Casa de Portugal da capital francesa com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian de Paris e do Instituto Camões.

as o ano de 2017 fica para sempre em destaque no percurso da artista plástica residente em Leiria por ser a autora dos retratos oficiais dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto utilizados por ocasião da canonização pelo Papa Francisco, no passado mês de Maio. As telas adaptadas pela designer Inês do Carmo, com cerca de 11 metros de altura e três metros de largura, colocadas na fachada da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, chegaram a milhões de pessoas em todo o mundo, através da televisão e da internet.

É também em 2017 que se assinalam 20 anos sobre a primeira exposição individual de Sílva Patrício, com o título O outro lado, apresentada em Leiria.

São muitos os residentes da cidade, e também turistas, que conhecem o trabalho da artista plástica, mesmo sem o saberem. Isto porque as pinturas inspiradas no livro O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queiroz, estão desde 2013 expostas nas ruas do centro histórico em lonas de grande formato, numa iniciativa do Município, levada a cabo no contexto da Rota do Crime do Padre Amaro.

Natural de Vincennes, França, Sílvia Patrício tem 43 anos e é licenciada pela Escola Superior de Arte e Design de Caldas da Rainha. Tem trabalhado temas ligados ao transcendente, à religião, ao invisível, ao onírico, ao universo feminino.

A última exposição individual, Humanário, estreou o ano passado em Leiria e esteve patente no Centro Cultural de Cascais já em 2017. A pintora encontra-se a trabalhar num novo projecto, que será público, mas cujo tema, por enquanto, permanece no segredo dos deuses.

Etiquetas: artesartistacrime do Padre AmaroentrevistaFátimapastorinhospinturaSílvia Patríciosociedade
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