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De maior ou menor dimensão e em diferentes fases, há, neste momento, perto uma dezena de obras de requalificação em curso no centro histórico de Leiria e envolvente.
E o número vai subir significativamente nos próximos tempos, com a concretização de projectos de reabilitação que abrangerão vários edifícios, como a emblemática Casa do Arco, o Palácio Barão de Salgueiro, parte do quarteirão onde está o edifício onde viveu Eça de Queirós e a chamada Casa Fabião, localizada junto à PSP. Em fase final de aprovação está o projecto de recuperação do quarteirão do antigo Grémio.
A Casa do Arco, junto à Igreja da Misericórdia, recentemente recuperada, deverá entrar em obras “dentro de 15 dias a um mês”. Projectado por Ernesto Korrodi, o edifício será reabilitado pela empresa Campinoise para habitação (arrendamento), com o projecto a contemplar ainda um restaurante e uma loja.
Sofia Ferreira, gestora de negócios da Campinoise – liderada por um empresário natural da Caranguejeira emigrado em França -, adianta que aguardam apenas pela emissão da licença para começar a obra, prevendo-se que “em meados de 2019” o edifício já esteja habitado.
Entretanto, estão a ser retirados elementos como mobiliário, azulejo e sanitários, que, depois de restaurados, serão reintegrados no imóvel. No âmbito desses trabalhos, foi encontrado no local um papel de parede que “terá sido desenhado por Korrodi” e que será reaproveitado.
Também com início previsto para breve está a requalificação do edifício cor-de-rosa na 'Rua direita' onde até há poucos dias funcionou uma loja de móveis, que vai dar lugar ao Condomínio das Rosas, com quatro apartamentos, todos com pátio interior e/ou acesso a uma zona de lounge com piscina e estacionamento.
A poucos metros desse prédio nascerá o Ora Eça, um condomínio queabrangerá a quase totalidade do quarteirão localizado entre a Rua Miguel Bombarda e a Travessa da Tipografia – apenas ficam de fora os edifícios que confinam com a Travessa da Misericórdia -, incluindo a casa onde Eça de Queirós viveu durante o tempo em que foi administrador do concelho.
Nuno Fabião, da imobiliária Twelvesquare que está a comercializar o condomínio (assim como o das Rosas e o do Castelo, a nascer na Casa Fabião), explica que o projecto foi pensado para que o empreendimento mantenha o “carácter de quarteirão”, através de um pátio interior, onde serão criadas zonas de estar comuns, e de varandas interiores.
No Ora Eça serão criados entre 10 a 15 fracções (desde loft a T3), com estacionamento ao nível do rés-do -chão, “sacrificando” o espaço destinado a lojas. Haverá, no entanto, uma ou duas fracções para comércio, estando já a ser desenvolvidos contactos para garantir a presença de “marcas de referência”, que funcionem como “lojas âncora de apoio ao comércio tradicional”, uma estratégia que, segundo Nuno Fabião, é também válida para o Condomínio das Rosas.
[LER_MAIS] Apesar de o projecto já estar aprovado, a obra do Ora Eça só começará dentro de “seis meses a um ano”, por “opção dos promotores”, explica Nuno Fabião, adiantando que os investidores – “dois empresários da região que se uniram para apostar no centro histórico de Leiria” – são os mesmos do Condomínio das Rosas e do Condomínio do Castelo.
Este último, deverá iniciar obra dentro de “15 dias a um mês”, revela aquele promotor imobiliário, adiantando que o projecto manterá a “filosofia palaciana” do edifício, preservando “o máximo de referências e de memórias” do prédio.
“Cada apartamento será quase como uma peça única. É um investimento em património”, diz o responsável da Twelvesquare. O condomínio terá dez apartamentos (T1 a T4), todos com terraço ou jardim interior e estacionamento. Uma faixa, com cerca de dois mil metros quadrados que confina com zona verde do castelo, “será trabalhada por um arquitecto paisagístico, para criar zonas de estar comuns”.
Palácio Barão de Salgueiro com 22 fracções
Em pleno Terreiro (Largo Cândido dos Reis) já decorrem as sondagens arqueológicas no âmbito do projecto de reabilitação do Palácio Barão de Salgueiro. Os promotores (GES Sonif – Sociedade Imobiliária) explicam que a intervenção contempla dois blocos distintos: “um, de matriz pombalina, no palácio e o bloco tardoz (do lado da rua Alfredo Keil) a edificar de raiz, com características contemporâneas”.
O empreendimento terá 22 fracções, entre habitação (de T0 a T4) e comércio e serviços, sendo que todos os fogos terão lugares de garagem com entrada pelo Terreiro. “O objectivo é que seja um edifício de referência na cidade, com características únicas de arquitectura, funcionalidade e localização, promotor da fixação de pessoas no centro histórico”, acrescenta a GES Sonif.
Em fase de conclusão do projecto, que dentro de dias dará entrada na Câmara, está a requalificação do chamado 'Palácio do Arco' e espaços envolventes, num semi-quarteirão situado entre as ruas Dr. António da Costa, do Comércio e 31 de Janeiro (junto à Praça Rodrigues Lobo).
De fora, fica o espaço vazio existente entre as ruas do Comércio e 31 de Janeiro, que chegou a estar incluído na zona de intervenção. O projecto contempla a criação de 13 apartamentos de tipologia T1 a T5, com garagem.
Triplo de projectos aprovados em 2017
Ainda com quatro meses pela frente, o ano de 2017 já vai com 18 projectos (16 de reabilitação e dois de construção nova) aprovados pela Câmara de Leiria para o centro histórico. Ou seja, em oito meses, houve três vezes mais projectos com luz verde do que em 2016, reflexo também de número de processos entrados no ano anterior (16).
De acordo com dados da autarquia, em 2016 foram emitidos 11 alvarás de construção para essa zona da cidade, enquanto este ano houve sete.
“A dinâmica do centro histórico aumentou nos últimos anos, havendo um grande interesse pela reabilitação, especialmente pelo centro histórico”, constata Ricardo Santos, vereador do Urbanismo na Câmara de Leiria, que admite que a crise na construção “favoreceu a reabilitação em detrimento da construção”.
O autarca sublinha outros factores que, no seu entender, ajudam a explicar a dinâmica que a reabilitação urbana está a ter na zona antiga da cidade, nomeadamente os incentivos fiscais concedidos pelo município (isenções de IMI e IMT e redução do IVA) e a dispensa de taxas urbanísticas e o agravamento do IMI de prédios devolutos.
O “apoio técnico municipal prestado à elaboração dos projectos de reabilitação”, o incremento do alojamento local e a “apetências das pessoas para voltarem a habitar o cento, designadamente as zonas mais antigas” são, segundo de Ricardo Santos, outras das razões que explicam essa dinâmica.
Localização: em frente à PSP
Ponto da situação do projecto:
aprovado; obra a iniciar entre 15
dias a um mês
Algumas características: 10
apartamentos (T1 a T4), todos
com terraço ou jardim interior;
zona de estar na faixa que
confina com as árvores do
castelo; estacionamento
Localização: Terreiro
Ponto da situação do projecto:
aprovados; sondagens
arqueológicas a decorrer
Algumas características:
22 fracções, entre habitação (de
T0 a T4) e comércio e serviços
Localização: 'Rua direita'
Ponto da situação do projecto:
aprovado; obra a iniciar em breve
Algumas características: 4
apartamentos (T3 e T2 ou T4);
estacionamento; zona de lounge
com piscina
Localização: quarteirão entre a
Travessa da Tipografia, ‘Rua
Direita’ e Rua Miguel Bombarda
Ponta da situação do projecto:
aprovado, com previsão de as
obras começarem dentro de seis
meses a um ano
Algumas características: 10 a 15
apartamentos (de tipologias loft
a T3); estacionamento; pátio e
varandas interiores
Localização: Rua Afonso
Albuquerque (junto à Igreja da
Misericórdia)
Ponto da situação do projecto:
aprovados; obras a iniciar dentro
de 15 dias a um mês
Algumas características: cinco
apartamentos para
arrendamento (2 T2 e 3 T1), uma
loja e um restaurante
Localização: Largo Paio Guterres
Função: habitação (dois T1 e um
duplex) e uma loja
Localização: Av. Combatentes da
Grande Guerra
Função: habitação (seis
apartamentos T2 e T3) e comércio
(duas lojas no rés-do-chão)
Edifício da Travessa das Amoreiras
Localização: junto ao miradouro
Função: habitação para venda
(oito T3 com garagem)
Antiga Moagem Leiriense
Localização: em frente ao Maringá
Função: condomínio de luxo,
com 30 apartamentos e 11 lojas