A remodelação do Centro de Saúde da Marinha Grande está em marcha e poderá avançar no próximo ano, se a tutela der luz verde ao Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral para avançar com o redesenho da unidade.
O objectivo é a manutenção do Serviço de Atendimento Permanente (SAP), dos poucos que ainda subsistem no País, mas que terá de funcionar de forma autónoma.
A garantia foi dada pelo director executivo do ACES Pinhal Litoral, Pedro Sigalho, durante uma conferência de imprensa promovida pelo deputado socialista António Sales, onde foi ainda assegurado que não haverá encerramento de qualquer centro ou extensão de saúde na área de influência deste ACES.
Pelas características particulares do concelho – industrializado – o director do ACES defende a continuidade de uma “urgência básica a funcionar”. No entanto, alerta que o SAP “tem de funcionar de forma independente do centro de saúde, com a sua própria equipa”.
Segundo Pedro Sigalho, está a ser desenhado o novo centro de saúde com todos os profissionais, com o objectivo de se avançar com três unidades, uma das quais uma Unidade de Saúde Familiar. Este responsável pediu às várias valências do centro de saúde para se pronunciarem sobre o “esqueleto” que desenhou para o espaço.
[LER_MAIS] O director do ACEs acrescenta que estão a aproveitar o avançar das obras de reestruturação do centro de saúde, para a reformulação desta unidade “completamente arcaica”. “Um dos objectivos é criar as condições para que o Centro de Saúde da Marinha Grande possa ser como todos os outros: com unidades de saúde estruturadas e funcionais.”
“Pedi uma resposta até meados de Setembro para podermos depois discutir com as autarquias e com a comissão de utentes. Quando tiver os dados todos e as coisas estruturadas teremos muita força para chegarmos a Coimbra [Administração Regional de Saúde do Centro] e dizermos: 'temos aqui tudo, dêem-nos meios para avançar”, acrescenta Pedro Sigalho.
A falta de médicos no ACES Pinhal Litoral foi um dos assuntos abordados na conferência de imprensa. António Sales revela que existem 174 lugares no quadro para médicos, estando apenas 148 preenchidos e das 215 vagas para enfermeiros, existem 185. Faltam ainda 68 administrativos e 35 assistentes operacionais.
O director do ACES alerta ainda que na área de influência do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós) foram contratados dez médicos aposentados, cujo contrato termina no final de 2018 e "cerca de 20 que vão entrar na idade da reforma daqui a dois a três anos".
Pedro Sigalho revelou que estão a decorrer concursos de mobilidade para as várias áreas da função pública. Em relação ao pessoal médico vai abrir um concurso para os clínicos de medicina familiar que concluíram o internato e outro de mobilidade, no qual "qualquer médico do quadro pode concorrer para outro ponto do País".
Centros de saúde não encerram no Pinha Litoral
“Nenhuma extensão das actuais que estão abertas se prevê vir a encerrar, sendo que neste período de férias vamos ter, obviamente, dificuldades de mapa de pessoal e por isso é natural que possam, transitoriamente, durante este período de férias, encerrar uma ou outra extensão”, garante o deputado do PS, António Sales.
O director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Pinhal Litoral, Pedro Sigalho, acrescenta que tem sido assegurada a assistência de todas as situações domiciliárias e urgentes.
O deputado socialista revela ainda que no ACES Pinhal Litoral registou-se uma redução de 72% de utentes sem médico de família, passando-se de "33.092 para 9.187 utentes", num universo de 26.2504 utentes inscritos. O número de médicos e enfermeiros "também cresceu nos últimos dois anos".
“Estamos a investir fortemente nas infra-estruturas de saúde como se pode comprovar também pelas nossas visitas às obras de remodelação e construção dos centros de saúde de Regueira de Pontes e Monte Real e Carvide.”