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Home Sociedade

António Albuquerque Moniz: “A comunidade portuguesa é muito respeitada em França”

Raquel de Sousa Silva por Raquel de Sousa Silva
Agosto 3, 2017
em Sociedade
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António Albuquerque Moniz: “A comunidade portuguesa é muito respeitada em França”
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A visão que tinha da comunidade portuguesa em França mudou depois de assumir o cargo de cônsulgeral?

Sim. Sempre tinha visto a comunidade como as pessoas que chegaram nos anos 1960/70 e quando assumi funções percebi que houve muitos membros da comunidade que conseguiram vingar, nas mais diversas áreas. Temos empresários, artistas, pintores conhecidos… Apercebi-me também que havia um conjunto alargado de portugueses que continuava a chegar a Paris. Registamos cerca de 16 mil novas inscrições por ano, o que significa que nos anos de crise houve bastantes pessoas que vieram para esta região. Esta comunidade tem características diferentes: muitas pessoas são licenciadas e estão a exercer funções de responsabilidade em empresas, também há muitos quadros médios, cientistas. Esquecemo-nos que quando os portugueses começaram a vir para França, nos anos 60 mas também antes, não foi apenas devido à indústria automóvel – havia muitas fábricas à volta de Paris – mas igualmente devido à necessidade de reconstruir o país depois da segunda guerra. Os trabalhadores portugueses eram considerados dos melhores, dos mais dedicados e dos mais pacíficos.

Como é vista actualmente comunidade portuguesa? É acarinhada pelos franceses?

Os portugueses são muito, muito, respeitados. As câmaras têm desenvolvido um grande esforço para dar instalações às associações portuguesas. Dou o exemplo de Plaisir, onde temos a Casa de Portugal, construída de raiz por portugueses, e que sempre teve um relacionamento muito estreito com as autoridades locais; e de Pontault-Combault, onde todos os anos se realiza uma festa popular das maiores do mundo organizada pela associação portuguesa, mas também pela câmara, que dá um apoio indispensável. Foi aliás assinado recentemente pela nossa Secretaria de Estado das Comunidades um protocolo com esta cidade francesa. Repito: a comunidade portuguesa é muito respeitada em França. Às vezes, os franceses até desejariam que fôssemos mais intervencionistas, que nos 'chegássemos mais à frente'. Mas somos um pouco tímidos. Os autarcas franceses pedem até a nossa ajuda para identificar cidades portuguesas com as quais possam estabelecer geminações, porque sabem que é uma maneira de recompensar a comunidade e de fazer com que haja mais eventos em que ela participe.

Em boa parte da Europa, e nomeadamente em França, as migrações são contestadas e a extrema direita ganha terreno. Os portugueses têm razões para se preocupar?

Penso que as eleições legislativas permitiram perceber que a situação não era tão difícil como se pensava. Falava-se que o partido de Marine Le Pen teria uma votação extraordinária naquelas, o que acabou por não acontecer. Não há dúvida de que ganhou algum terreno, mas a situação não foi tão má como se chegou a pensar. [LER_MAIS] 

Temos centenas de exemplos de portugueses de sucesso em França. Existe o devido reconhecimento dos seus êxitos em Portugal?

Nos últimos anos os portugueses juntaram-se mais, e a união faz a força. Ao unirem-se, passaram a ter um peso muito maior. Os empresários estão a assumir um papel mais visível, mais importante, e têm vindo a investir mais em Portugal, o que lhes dá um peso e uma dimensão diferentes.

Assumiu o cargo de cônsul-geral de Portugal em Paris em Novembro de 2015. De então para cá, quais têm sido as suas áreas de actuação prioritárias?

No Consulado há três áreas de actuação fundamentais. Uma delas é o funcionamento dos serviços, muito intensa, porque funciona por marcação, o que significa que as pessoas chegam numa cadência pré-determinada. O trabalho é muito, todos os dias. Mas há sempre imponderáveis e imprevistos, como em todas as organizações. Temos de os gerir diariamente. E há situações de emergência: apesar de o serviço funcionar por marcação, não fechamos a porta a alguém que chegue com uma urgência, por exemplo ter uma viagem marcada no espaço de poucos dias e ter os documentos de identificação caducados.

O sistema de marcação já existia quando assumiu o cargo?

Sim, mas procurámos aperfeiçoálo. Mudámos o portal do Consulado, onde está agora muito mais visível que tipo de marcações podem ser feitas: cartão de cidadão, passaporte, registo civil e notariado. Por outro lado, contratámos uma nova empresa de marcações, que simplificou bastante o procedimento. Bastam agora dois minutos para fazer qualquer marcação.

Com este sistema eliminaram-se as filas à porta do Consulado, mas as pessoas não conseguem agendar um acto de um dia para o outro…

Exactamente, aliás à semelhança do que acontece noutros serviços públicos. Uma das minhas prioridades é precisamente encurtar esse período de espera. Estamos a consegui- lo. Era de dois meses, mas muitas vezes conseguimos agendar no prazo de uma semana ou duas. Os utentes são a nossa primeira prioridade.

Falou em três áreas de actuação do Consulado. Quais são as outras duas?

Uma delas é a representação externa. No ano passado, participámos em 250 eventos fora do Consulado. É uma área muito exigente, porque grande parte dos eventos decorre durante o fim-de-semana e a área de jurisdição do Consulado é muito grande. A terceira área é a representação dentro do Consulado. Realizamos cerca de 40 actividades por ano, nas mais diversas áreas. Tem de haver um vínculo à comunidade. Este é um Consulado de portas abertas. Vejo que os milhares de pessoas que aqui vêm todos os anos têm um sentido de apropriação do Consulado, é como se fosse a casa delas. É uma sensação agradável sentir que percebem que é uma casa de Portugal.

Paris assegura actualmente o trabalho que já foi feito por nove representações consulares. Que constrangimentos é que isso vos coloca?

Portugal, tal como outros países na Europa, teve de fazer uma reestruturação da sua rede consular e diplomática. É evidente que o Estado já não pode ter o peso que antes tinha e tem de haver uma melhor gestão dos meios disponíveis. Por outro lado, a tecnologia ajuda a que o atendimento seja mais rápido, pelo que é possível fazer muito mais com menos. Acabámos por instalar presenças consulares permanentes nas cidades de Orléans, Tours, Nantes e Lille, o que evita aos utentes que vivem nestas áreas, e que são numerosos, a necessidade de se deslocarem a Paris, podendo ser atendidos nesses postos. Mas claro que a distância acaba sempre por causar algumas dificuldades. Brest, por exemplo, fica a cerca de 700 quilómetros de Paris. Gostaria de estar sempre junto da comunidade e de visitar todos os sítios onde está presente, mas a distância é de facto um constrangimento. Em Lille, Rouen, Orléans e Tours temos também cônsules honorários, que nos apoiam bastante na vertente da representação. Se recebo um convite para Lille e não posso ir vai o cônsul honorário.

Paris é um posto consular exigente? É o que tem o maior número de portugueses e um movimento associativo com muita força…

É muito exigente. Antes de o assumir já sabia que assim era. Os meus colegas anteriores fizeram um trabalho excelente, sem dúvida nenhuma, e eu estou a beneficiar das melhorias feitas. Mas claro que o nosso objectivo é sempre progredir e continuar a melhorar. Um posto com 900 mil inscrições consulares, uma área de jurisdição que vai de Lille a Limoges e de Brest a Reims, onde se produzem 42 mil cartões de cidadão por ano, 15 mil passaportes e outros tantos actos de registo civil, um posto que abrange uma área onde existem cerca de 400 associações activas e uma comunidade com um conjunto de empresários que é muito relevante… é naturalmente exigente, tanto em termos de trabalho como a nível familiar, pois não temos fins-de-semana.

 

 

Cônsul-geral em Paris
Carreira na área diplomática

António Manuel Albuquerque de Vilhena Moniz nasceu em Lisboa a 1 de Dezembro de 1965. Licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, fez depois o curso de formação diplomática no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Foi aprovado no concurso de admissão aos lugares de adido de embaixada em 1991 e do seu percurso profissional constam cargos em várias embaixadas portuguesas.

Foi também director de serviços da Diplomacia Económica da Direcção-Geral dos Assuntos Técnicos e Económicos; ministro conselheiro na Embaixada de Portugal em Berlim; e chefe do gabinete do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.

Assumiu o cargo de cônsul-geral de Portugal em Paris a 23 de Novembro de 2015.

António Moniz admite ter seguido a carreira diplomática muito por influência de um tio que era diplomata, com o qual passou a ter uma ligação mais estreita depois da morte da mãe, quando tinha sete anos. “O meu tio e a minha tia não tinham filhos, eu passava muito tempo com eles”, recorda.

Etiquetas: antónio albuquerque moni<consul-geralentrevistafrançaparisportugal
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