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Ilustrações que podem chegar aos 800 euros numa galeria podem ser adquiridas em Óbidos a preços que oscilam entre os três e os 100 euros euros num mercado ilustrado que junta, no Folio, artistas de vários países.
“Óbidos é o cenário ideal para que aconteçam estes tipos de encontros”, uma mostra que junta quase duas dezenas de “utópicos muito especiais a fazer ilustração e a ter conversas informais com toda a gente”, disse à agência Lusa a curadora do Folio Ilustra, Mafalda Milhões.
O desafio lançado aos criadores foi no sentido de “as pessoas terem acesso a arte a preços que oscilam entre os três e os 100 euros, muito mais acessíveis do que numa galeria de arte onde as ilustrações podem chegar aos 800 euros”, explicou.
Anna Laura Cantone, italiana, foi uma das ilustradoras a participar no mercado onde hoje as suas ilustrações, que numa galeria podem chegar aos 800 euros, podem ser encontradas a “10 euros a mais barata e 75 euros a mais cara”, disse à Lusa.
Convidada, pela primeira vez a participar na PIM – Mostra de Ilustração que reúne 22 ilustradores de todo o mundo, a ilustradora terminou “alguns desenhos que já tinha iniciado e autógrafos nos livros que as pessoas querem levar para casa”, ao longo de um dia de que destaca “um belíssimo ambiente ”.
Embora na vila tenha vendido “menos que num mercado em Milão”, onde já participou, Anna Laura, destaca “a qualidade do festival” a que faz questão de voltar “se voltar a ser convidada” para reencontrar não apenas o público como "tantos colegas e amigos”.
Entre os portugueses, Natalina Cóias ou André da Loba são alguns dos presentes no mercado pode onde já passaram muitas centenas de pessoas e do qual salientam “a partilha que acabamos por fazer uns com os outros”.
Autor de uma das mais chamativas peças da PIM, suspensa no tecto e que ocupa os três andares da galeria, André da Loba levou hoje ao mercado ilustrações entre os cinco e o 12 euros, mais empenhado em divulgar a ilustração como “o acto de contar a história através das imagens” do que em ganhar dinheiro.
“A sinergia entre o público e os autores e entre os ilustradores entre si” é para o ilustrador “um incentivo para continuar” o trabalho de que há de anos “não fazia ideia de que podia ser uma forma de vida”.
O dia em que a ilustração saiu à rua transformando a praça de S. Pedro “numa galeria e cada artista no seu próprio agente” é, segundo Mafalda Milhões, uma experiência para repetir no próximo ano.
O mercado de ilustração contou ainda com a participação de ilustradores como Catarina Sobral, Guridi, André Neves, Helena Zália, Ana Seixas, Marta Torrão, Rachel Caiano, Paul Hardman, Paulo Galindro, Teresa Cortêz, Ana Biscaia, Susa Monteiro, Margarida Botelho, Natalina Cóias e Marina Palácio.
O mercado integrou-se na programação do Folio que celebra, até domingo, os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.
