As 16 corporações de bombeiros dos dez concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) vão receber, até 2027, 16 viaturas novas de combate a incêndios e equipamento de protecção individual (EPI) e de comunicação de satélite no valor superior a cinco milhões de euros (ME).
O investimento resulta de uma parceria entre a CIMRL, o comando sub-regional de Leiria da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) e a Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria. As primeiras seis viaturas foram entregues, na terça-feira, beneficiando as corporações de Alvaiázere, Ansião, Figueiró dos Vinhos, Leiria (Bombeiros Voluntários), Marinha Grande e Porto de Mós.
Na ocasião, houve também lugar à entrega “simbólica” de dez dos 500 EPI incluídos nesta fase de reequipamento das 16 corporações e de 12 aparelhos de comunicações de satélite. No total, as viaturas e o material agora atribuído representa um investimento de 1,7 ME, mas o montante global, a concretizar até 2027, atingirá os 5 ME, “numa clara aposta na prevenção, prontidão e resiliência dos nossos territórios”, assinalou Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria e da CIMRL.
Segundo o autaca, este reforço de meios “integra-se numa estratégia regional para a protecção civil”, que passa pela modernização de equipamentos, melhoria das comunicações operacionais e “valorização e segurança” dos bombeiros, e “só é possível porque os autarcas da região” decidiram, “por unanimidade”, que os recursos que lhe estavam afectos no domínio da protecção civil em sede do Programa Regional do Centro 2030 seriam “priorizados para as corporações de bombeiros”.
“É uma boa prática para o bom aproveitamento dos fundos comunitários”, assente na supressão das necessidades de “forma partilhada”, que deve ser “transmitida ao País”, defendeu o secretário de Estado da Protecção Civil, Rui Rocha, que reconheceu a necessidade de, na próxima reprogramação do Portugal 2030, se encontrar uma forma de financiar a protecção civil, que “não dispõe de muitas oportunidades” sem ser através do Orçamento do Estado.
Apostando na prevenção, que é essencial, reconheceu o governante, “também temos de preparar o combate” a este flagelo, “com fenómepronos cada vez mais significativos e diferenciados”.
Classificando esta parceria como “exemplar”, que deve ser replicada noutras comunidades intermunicipais, Carlos Guerra, comandante sub-regional da ANEPC, defendeu que “o trabalho não pode parar” e que é preciso “pensar um projecto ainda mais estruturante” para a região ao nível de equipamentos de utilização colectiva, como viaturas NRBQ (adaptadas a operações envolvendo agentes químicos, biológicos, nuclerares e radiológicos) ou veículos de grande porte para resgate em estruturas colapsadas, que “não têm de ser de um corpo de bombeiros ou de um agente de protecção civil, mas do seu todo, da comunidade”.