Estão feitas as contas da fase regular do Campeonato de Portugal (CP). Os quatro emblemas do distrito que militaram, esta época, no quarto escalão de futebol já cumpriram as 26 jornadas do campeonato e ficaram distribuídos por toda a tabela.
Antes de abordar os resultados de cada equipa, destaque para a União Desportiva da Serra (UDS), que a cinco jornadas do fim da época na Divisão de Honra já garantiu lugar, matematicamente, no CP.
“Não esperava que fosse a cinco jornadas do fim. Sabemos que temos uma boa equipa, com malta séria, mas do outro lado temos adversários com grande valor e também já têm plantéis que jogam juntos há muitos anos”, analisa Sérgio Zim, como é conhecido no mundo da bola, director desportivo da UDS.
Uma mão-cheia de golos contra o Guiense, no passado domingo, deu à UDS uma vantagem de 16 pontos sobre o segundo classificado no Campeonato Lizsport da Associação de Futebol de Leiria, o que torna matematicamente impossível a saída do clube do 1.º lugar.
Os serranos têm voo de regresso marcado para o CP, onde estiveram na última vez durante a época 2022/2023.
Apesar da festa do último domingo, o responsável garante que os jogadores continuam focados na Divisão de Honra, uma vez que ainda têm cinco jogos pela frente.
A União da Serra está ciente de que o CP faz aumentar as despesas e, paralelamente, está a investir num pavilhão gimnodesportivo. “Quando se fica em primeiro é sempre bom, mas se calhar não era o ano certo. Temos uma obra muito grande que ainda está a meio e enquanto não estiver concluída, é complicado. Vamos para um campeonato mais exigente, financeiramente é mais complicado, mas é sempre bom subir”, frisa Sérgio Zim, ao garantir que a equipa estará focada no futebol.
Quem também tem motivos para celebrar é o CD Fátima. O emblema, que saiu das distritais de Santarém na época passada, garantiu o 2.º lugar da série C do CP e vai jogar na série 2 do apuramento de subida de divisão, onde estão também o Amora FC, o Lusitano de Évora e o Elvas.
A festa fez-se em Mortágua, apesar da derrota por 2-0, que os levava a depender da derrota do Arronches e Benfica, o que acabou por acontecer.
Não muito longe na tabela ficou o GD Peniche, cuja manutenção no CP ficou assegurada. “Fizemos uma primeira volta quase perfeita, com muito mérito dos jogadores. Na segunda volta, devido ao nosso plantel ter ficado um pouco reduzido e com algumas lesões, não fizemos o mesmo número de pontos”, detalhou Tiago Vicente, treinador da equipa.
Asseguraram o quarto lugar da tabela e ficou cumprido o objectivo da manutenção. “Fica o amargozinho de boca de não conseguirmos lutar pelo 2.º lugar até ao fim.”
Pombal desce de divisão
Quanto ao AC Marinhense e o SC Pombal, a luta foi renhida. Os emblemas encontraram-se na última jornada, num jogo ‘ou vai ou racha’ – a equipa que perdesse seria despromovida.
Em casa, o SC Pombal não conseguiu tirar partido de alguns momentos de superioridade e perdeu por 1-3, o que remete o grupo para os distritais.
O treinador, Pedro Solá, mostrou-se desiludido pela “falta de apoio” da direcção. “A época começou atribulada. Com muitas divergências directivas, a queda de uma direcção, bloqueios à equipa B e à inscrição de jogadores, falta de pagamentos. Fomos notícia por jogar com o equipamento de uma equipa adversária, o Alverca B. Depois veio a direcção nova e continuámos com os mesmos problemas, embora não tão expostos. Uma falta de apoio tremenda, com departamentos divididos. Isto entoa dentro do balneário”, criticou.
Mesmo com alguns “jogos incríveis”, a equipa – com “70% de jogadores que vêm da distrital” – foi perdendo pontos que não conseguiu recuperar.
Pedro Solá admite que só se manterá no cargo caso exista um projecto com a sua “imagem e valores profissionais”. “Face ao que está, a minha resposta é convicta que estarei fora deste tipo de projecto.”
Contactada pelo JORNAL DE LEIRIA, a presidente do SC Pombal, Ana Rita Gomes, afirma que o treinador “não se pode queixar de falta de apoio”. “Achamos que os custos do CP são elevados, no entanto, desde Outubro [quando assumiu a presidência], tudo fizemos para dar resposta às necessidades da equipa sénior e das equipas de formação.”
Admitindo que ainda há pagamentos por saldar, a dirigente refere que foi transmitida aos jogadores a vontade de continuar no CP. Face à descida, Ana Rita Gomes admite que esta é também oportunidade para organizar toda a estrutura, uma vez que no próximo dia 9 de Maio há eleições.
Mesmo escapando da descida, o treinador do AC Marinhense revelou o seu descontentamento face aos resultados. “O Marinhense terminou um ano de sofrimento, quando era um ano para lutar para subir”, referiu, após a vitória contra o SC Pombal, e acrescentou: “Não existe aqui aquele sentimento de missão cumprida”.
Convicto de que o clube “tem todo o potencial para estar nas ligas superiores”, Rui Sacramento defendeu que é necessário assumir uma estratégia clara para