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Home Entrevista

Helena Brites: “Quando conseguimos ir ao encontro dos alunos o ensino fica muito mais fácil”

Elisabete Cruz por Elisabete Cruz
Abril 10, 2025
em Entrevista
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Helena Brites: “Quando conseguimos ir ao encontro dos alunos o ensino fica muito mais fácil”
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Porque trocou a Junta de Freguesia do Arrabal pela Escola Profissional de Leiria?
A liderança de equipas e a relação com pessoas e alunos é uma área de conforto para mim e senti que poderia ter aqui uma nova missão. O convite surgiu no seguimento da minha experiência na área do ensino, pois sou professora há 26 anos. Toda esta experiência pedagógica, a relação com alunos e com pessoas, mas também a experiência política, importa muito para dirigir uma casa desta natureza, porque precisamos de estar sempre a ir ao encontro dos parceiros que podem contribuir para a melhoria do nosso projecto.

Que diferenças existem entre liderar uma escola e uma junta?
Vou começar pelas semelhanças: existem pessoas. Gosto muito de lidar e gerir pessoas. Importo-me com a análise do comportamento humano, no sentido de perceber o que é que cada pessoa é boa a fazer. Todos temos as nossas áreas fortes e áreas fracas. Temos de rentabilizar a potencialidade da pessoa para a encaixar num puzzle e fazermos o todo. Quanto às diferenças, esta escola é um território um pouco menos vasto do que uma junta de freguesia. Embora haja toda a parte das questões pedagógicas internas, de gestão de alunos, de docentes, de famílias, etc, há depois tudo aquilo que é o meio envolvente. As empresas, a Câmara Municipal, a integração destes alunos na comunidade, promover-lhes uma formação também enquanto seres humanos e não apenas o que técnico e cientificamente já fazemos muito bem, mas também relacionarmo-nos com todos estes stakeholders, que fazem rede com o ensino profissional. Uma das minhas palavras-chave é o trabalho em rede. Defendo que é essencial. Na junta de freguesia, esta rede ainda é mais ampla. Esta é a grande diferença.

Como pretende tirar o melhor de cada um dos alunos?
Hoje em dia, não só no ensino profissional, como no ensino regular, temos de olhar para cada aluno. Esse é o grande desafio. No nosso tempo, todos tinham de aprender de igual forma. Ou aprendíamos ou não aprendíamos, ponto final. Hoje olhamos para o aluno como um ser humano que tem direito a um projecto de vida individual, que o conduz à sua felicidade. Somos todos diferentes, logo as metodologias de ensino que resultam para alguns não resultarão para outros. Esse vai ser um trabalho mais estrito dos directores de turma, que têm de olhar para cada aluno e valorizar aquilo que ele já faz muito bem e o que é importante trabalhar para o ajudar a colmatar as suas dificuldades. Por exemplo, neste contexto da multiculturalidade, estamos a receber muitos alunos de outras nacionalidades que não dominam o Português. A resposta ao nível de um apoio de Português de Língua Não Materna (PLNM) vai ser, sem dúvida, uma prioridade no próximo ano lectivo.

Que desafios trazem os dois Centros Tecnológicos Especializados?
Recebemos uma verba de 2,7 milhões de euros para a implementação de dois centros tecnológicos, um na área de informática e outro na parte industrial. Já temos cursos que dão respostas nestas áreas, mas iremos fazer a aquisição de equipamentos que irão muscular muito mais as oficinas. Fará ainda com que tenhamos de abrir horizontes, como, por exemplo, estabelecer relações com o Politécnico de Leiria. Às vezes, olhamos para o ensino profissional com uma visão de que estes alunos acabam aqui, mas, estes alunos têm a possibilidade de ficar com uma componente de formação mais prática e integrar o mercado de trabalho, mas também podem seguir estudos para o ensino superior. Por isso, estamos a fazer uma rede de parceria com o Politécnico que vai resultar em protocolos, mesmo no âmbito destes centros tecnológicos, no sentido de fazermos uma grande ligação de alunos e docentes que podem vir à nossa escola, como os nossos alunos irem às oficinas das engenharias do IPL.

Qual a taxa de empregabilidade e a percentagem de alunos que segue para o ensino superior?
No ano passado, a taxa de empregabilidade, imediatamente após a conclusão dos estudos foi de 56% e 17% dos alunos prosseguiram estudos para o ensino superior. Temos de desmistificar a ideia de que um aluno que vem para o ensino profissional fica por aqui. Já temos o SAIVA – Serviço de Apoio à Integração na Vida Activa e iremos criar o Serviço de Apoio à Integração no Ensino Superior. Claro que precisamos de técnicos que vão para o mercado de trabalho com estas ferramentas e muitos deles até são convidados pelas empresas onde estão a estagiar para ficar a trabalhar. Mas têm de saber que há a possibilidade de continuarem a estudar.

O estigma relacionado com o ensino profissional ainda persiste. Como pretende contribuir para um olhar diferente sobre este ensino?
Há um grande fosso entre o 3.º ciclo e a passagem para o secundário ou para o ensino profissional. Desaparece a actividade física, as artes, ou seja, outro tipo de actividades, que possam integrar a experiência dos alunos além daquilo que é a sua formação profissional. Por isso, além destes dois centros tecnológicos que vão ser um grande projecto desta casa, vamos abrir um Laboratório de Artes. Temos neste momento em curso o Plano Nacional das Artes a trabalhar com a nossa escola e fizemos o levantamento dos alunos que gostam de teatro, dança, música… alguns tocam em filarmónicas. Vamos pegar nesse cordão humano de força artística para poder contagiar outros colegas. Com as remodelações que queremos fazer no futuro essa também vai ser uma resposta.

É a sua veia da musicoterapia?
Acredito verdadeiramente no poder transformador das artes. E elas, quando entram num território, unem pessoas e relações. Dão um enorme contributo para que o ser humano se desenvolva de forma mais harmoniosa. Eles vão ser profissionais, mas não vão só dominar a sua parte profissional. Vão ser seres humanos, vão ter de ser criativos e ter capacidade de relação interpessoal e as artes desenvolvem isso de uma forma muito natural, até inconsciente. A exposição, o saber olhar, o apresentar alguma coisa, o criar, o ter de pensar, o pensamento estratégico, tudo isto é importante para a nossa vida profissional e as artes desenvolvem-no de uma forma brilhante. Além de que também tornam as pessoas mais sensíveis e um bocadinho mais despertas para a forma como sentem o outro. E esta capacidade, no mundo do trabalho, também é fundamental.

E hoje a sociedade está a mudar.
Com o desenvolvimento exponencial que tiveram as tecnologias, cada vez mais estamos isolados nos nossos telemóveis, na nossa individualidade, na nossa bolha. E depois quando ficamos desprotegidos e temos de enfrentar o mundo precisamos de alguém, pois não temos as ferramentas necessárias para o conseguir fazer sozinho. Queremos que o nosso projecto educativo possa ir fomentando esse desenvolvimento e essa autonomia naquilo que é o saber ser e estar.

Qual é o projecto educativo que tem pensado?
Tem alguns aspectos diferenciadores e arrancará já no próximo ano lectivo, com respostas que ainda não temos: o Laboratório de Artes, em parceria directa e articulada com o Plano Nacional das Artes e a resposta no PLNM, mais adequada àquilo que é a inclusão para que possa ir mais ao encontro destes jovens. Voltamos ao mesmo, somos todos diferentes e alguns têm mais habilidades de mãos, mas cognitivamente não têm o mesmo raciocínio. Outros, ao contrário, têm um óptimo raciocínio, mas não têm tanta habilidade. Portanto, é preciso adaptar os currículos ao perfil de cada aluno, para que possam terminar com níveis de sucesso, sem abandono escolar e com um futuro risonho.

Qual é a taxa de abandono escolar?
A taxa de abandono foi de 7,2% no ano passado, abaixo da média nacional, que é de 10,2%. Queremos combater os problemas de comportamento que, tal como o abandono escolar, é transversal aos outros estabelecimentos. Pensa-se que os alunos são mais mal comportados ou há mais problemas no profissional, mas se formos ver em percentagem, há os mesmos problemas que há também nos outros níveis de ensino.

Qual é o papel do ensino profissional na economia e no desenvolvimento do País?
É importantíssimo. Este tipo de mão-de-obra à saída da escolaridade obrigatória para os alunos que não tenham intenção de seguir o ensino superior está a ser imensamente necessário. Conseguimos observar a quantidade de estrangeiros que estão a preencher esses lugares e se eles puderem ser preenchidos também com a nossa prata da casa, qualificada e reconhecida, temos muito orgulho em ter o nosso papel activo no futuro das empresas.

O que a preocupa no futuro da EPL?
É dar um alicerce forte na vida destes jovens, sobretudo àqueles que possam ter uma situação de maior vulnerabilidade e ajudá-los a fazer uma boa integração no mercado de trabalho. A sua experiência é, essencialmente, no ensino regular.

Que diferenças nota para o ensino profissional?
Os alunos do ensino regular são mais potenciados para seguir o ensino à academia, enquanto os nossos terão uma vertente muito mais prática. Qualquer aluno do ensino profissional pode preparar-se para integrar o ensino superior. Agora, o aluno do ensino regular que não teve esta experiência prática não a vai adquirir.

O ensino regular também deveria apostar em projectos mais práticos?
Cada vez mais se vai percebendo que o trabalho de projecto é aquele que desenvolve competências, que é aquilo que verdadeiramente fica. Quando memorizamos, sabemos a curto prazo, mas depois esquecemos. Quando adquirimos, fica em competências para a vida. O professor tem de se desafiar a ele mesmo. Estamos sempre a dizer que as pessoas mudaram, estão mais exigentes, como se fosse um defeito. Temos é de nos questionar, o que é que tenho de mudar para ir ao encontro da motivação destes jovens. E isso implica um grande exercício da nossa parte. Leccionei durante 26 anos e adoro trabalhar com alunos. Aprendo imenso com eles, só que é necessário o professor questionar-se: o que é que tenho de fazer para que isto possa resultar? Também não podemos estar sempre a ir ao encontro daquilo que motiva o jovem, porque ele também tem de saber respeitar, saber ouvir, ser e estar. A parte expositiva tem de continuar. Mas, quando conseguimos ir ao encontro dos alunos o ensino fica muito mais fácil para todos.

O seu lado da musicoterapia ajuda também a lidar com as pessoas?
Ajuda muito. As três vertentes da minha vida profissional, que foram a junta de freguesia, a pedagogia e a musicoterapia, são em tudo importantes. A musicoterapia por causa da parte emocional e psicológica. Se nós tivermos a capacidade de entender, perceber e sentir um ser humano, tudo é mais fácil. O líder que não consegue ter essa capacidade vai ter muito mais dificuldades nas suas relações interpessoais, quer seja como professor quer seja como coordenador de equipas. O facto de eu ser sensível emocionalmente e saber analisar psicologicamente o outro é fundamental para fazer um bom trabalho. Depois, a parte da gestão de equipas pedagógicas, é muito semelhante ao ensino regular. Na junta de freguesia temos de estar sempre a fazer força política. Esta capacidade de insistir, de persistir e de não desistir desenvolvia-a como presidente de junta.

O que é que faz falta na EPL?
É, de facto, ter a melhoria das condições das infra-estruturas físicas e também pôr os alunos a pôr a mão na massa. Com a ida para o edifício do ISLA vamos poder ter uma oferta muito mais completa e integrada para o crescimento académico e pessoal dos alunos.

Perfil
Docente com experiência autárquica
Helena Brites tomou posse como directora da Escola Profissional de Leiria no final de Fevereiro. Doutoranda em Ciências da Cognição, da Linguagem e Neurociências, a antiga presidente da Junta de Freguesia do Arrabal tem mestrado em Musicoterapia e é docente do Quadro de Agrupamento de Escolas Artur Gonçalves (Torres Novas), variante de Educação Musical. Foi musicoterapeuta (em contexto clínico e educativo) e presidente de junta durante três mandatos, o último incompleto, pois abandonou a autarquia para abraçar o projecto da EPL. Foi coordenadora do projecto de Musicoterapia do Município de Leiria O Som das Emoções, destinado aos alunos com necessidades educativas especiais dos Centros de Apoio à Aprendizagem do 1.º ciclo. Tem publicado o livro A musicoterapia com idosos institucionalizados, pela Universidade Lusíada de Lisboa.

 

Etiquetas: alunoscentros tecnológicosensino profissionalentrevistaEscola Profissional de LeiriaHelena Britesjunta de freguesia do arrabalLeiriasociedade
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