Obras de Bach, Haendel e Vivaldi, executadas em trio, dueto ou solo, integram o programa dos séculos XVII e XVIII com que o Liz Consort abre este sábado, 22 de Fevereiro, o terceiro Ciclo de Órgão de Leiria.
Com início às 18 horas, Rute Martins (órgão positivo Grenzing, de 2002), Carla Antunes (flauta) e Susana Teixeira (canto) apresentam-se no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande.
As actividades preparadas pelo Orfeão de Leiria que cruzam o órgão com o canto, os sopros e as cordas totalizam seis concertos (mais um do que no ano passado) e uma masterclass, enquanto sobrevoam 500 anos desde o período barroco até à actualidade e oferecem ao público a oportunidade rara de escutar a sonoridade de instrumentos históricos – e de outros, mais modernos, considerados igualmente importantes.
“São monumentos”, que “fazem parte do nosso património artístico”, conclui a professora e organista Rute Martins. E, alguns deles, “precisam de ser tocados” ou “correm o risco de cair”.
É a primeira vez que o Ciclo de Órgão de Leiria abrange o concelho da Marinha Grande. A seguir, a programação até 9 de Março percorre Leiria, Ourém e (também pela primeira vez) Caldas da Rainha. Inclui músicos portugueses e dois convidados internacionais.
Depois de já ter actuado, por exemplo, na Catedral de Notre-Dame em Paris e na Abadia de Westminster em Londres, a 2 de Março o espanhol Arturo Barba vai interpretar música de Philip Glass, Mendelssohn e Franz Liszt, entre outros compositores, com recurso ao órgão da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o maior do país (6.500 tubos e 90 registos). E, numa combinação anunciada como inédita pelo Orfeão de Leiria, a 7 de Março o trompetista inglês Anthony Aarons junta-se ao organista titular da Sé de Leiria, João Santos, que vai tocar na Igreja de São Francisco, em Leiria, um harmónio de arte orgue-célesta Mustel de 1898. “Talvez este seja o programa que mais diferenciação tem de todos os outros”, considera Rute Martins, “porque junta dois instrumentos que nunca trabalharam em conjunto”.
Antes, a 1 de Março, a Sé de Leiria (órgão Heintz, de 1997) acolhe o duo Organicordis, formado por Nelson Ferreira (violoncelo) e António Esteireiro, titular do órgão Hermann Mathis da Paróquia de Santa Maria de Belém em Lisboa e coordenador do Ciclo de Concertos de Órgão no Mosteiro dos Jerónimos.
Nos últimos dois dias da temporada de 2025, ou seja, 8 e 9 de Março, o Ciclo de Órgão de Leiria estreia-se na Igreja do Pópulo, em Caldas da Rainha, onde o organista Nuno Oliveira vai dar a ouvir um orgão António Joaquim Fontanes de 1826 restaurado em 2023, e termina em Leiria, com a dupla Diogo Bernardino (trompa) e Paulo Bernardino, organista titular da Sé de Coimbra, da capela da Universidade de Coimbra e do Mosteiro de Santa Maria de Arouca, que vai fazer soar o órgão António Joaquim Fontanes (de 1803) do Santuário de Nossa Senhora da Encarnação.