PUBLICIDADE
Jorge Serrazina já habituou a região a completar provas que só os mais resilientes conseguem concluir. À resiliência, junta-lhe a humildade e a vontade de testar os seus limites.
Aos 68 anos, este ultramaratonista está a preparar-se para enfrentar, pela terceira vez, a Transpirenaica, prova com cerca de 900 quilómetros na cordilheira dos Pirenéus, entre França e Espanha.
Em tom de brincadeira, e questionado sobre a razão que o leva a regressar a esta prova, a resposta é simples: “gosto de sofrer”.
Calor, temperaturas negativas, chuva e vento, neve ou granizo, as condições atmosféricas que se fazem sentir nesta prova vão variando consoante a zona, o que não facilita o trajecto de cada atleta. Além disso, o piso montanhoso também é um dos grandes inimigos de cada ultramaratonista.
Ainda assim, o veterano Jorge Serrazina segue em frente e, mais que a preparação física, é essencial a “preparação psicológica”.
“Vou ver se ainda tenho prazo de validade para completar a prova. As duas primeiras correram bem, mas com alguns episódios complicados pelo meio”, recorda o atleta, que já completou a prova em 2017 e 2023.
A próxima já está agendada para Agosto de 2025. Ainda faltam alguns meses, é certo, mas a dureza da prova obriga a uma preparação atempada.
Apesar de longa, a Transpirenaica não tem de ser uma prova solitária. Nas duas primeiras experiências, Jorge Serrazina teve a companhia de luso-franceses que também testavam os seus limites.
Desta vez, o corredor residente em Óbidos convenceu um amigo. Paulo Gil, de Caldas da Rainha, aceitou o desafio e vai, pela primeira vez, percorrer os Pirenéus.
O atleta de 45 anos pretende, sobretudo, “viver uma aventura única” e passar umas “férias excelentes”. Nunca percorreu uma prova tão longa, mas está “super motivado” para o Transpirenaica, ao lado de um amigo que considera ser “uma inspiração”.
Para se preparar, Paulo Gil tem-se dedicado ao treino físico e à natação. Contudo, nada é tão importante como o “treino mental”. A cabeça tem de estar em ordem para fazer um desafio destes. Faço muita meditação”, confessa.
