Um dia “importante e festivo para concelho”. Foi desta forma que o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, se referiu à inauguração das unidades de saúde de Rio de Couros e de Caxarias e à sede da junta desta última freguesia, que teve lugar esta manhã.
A cerimónia, presidida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro e que contou também com a presença da ministra da saúde, Ana Paula Martins , serviu ainda para o autarca de Ourém deixar mais pedidos de investimento para o concelho, nomedamente, criação de um Serviço de Atendimento Permanente, a funcionar até à meia-noite, que permitiria “aliviar” as urgências do hospital de Leiria.
“Precisamos ter um SAP aberto até às 24 horas para resolver muitos do problemas que temos. Permitia dar assistência a pessoas que, por um simples corte, têm de ir para o hospita de Leiria, que tem graves constragimentos nas urgências”, defendeu Luís Albuquerque.
Na sua intervenção, o autarca salientou a importância da requalificação das unidades de saúde, lembrando que, em sete anos de mandato, já foram intervencinadas seis, incluído as duas hoje inauguradas. É, no entender, do presidente da câmara também uma forma de tentar atrair médicos, através da criação de melhores condilções de trabalho.
Uma estratégia, que, avaliar pelo testemunh partilhado pelo médico reformado que está a prestar serviço em Rio de Couros, está a dar alguns frutos. “Disse-me que vive em Tomar e que aceito ir para quela unidade por causa das condições [de trabalho]. Predispôs-se a vir para uma pequena frgeusia e para uma pequena unidade, mas que é nova e tem boas condições”, relatou o primeiro-ministro, já em Caxarias.
Referindo que estão também em curso os procedimentos para a requalificação dos centros de saúde de Ourém e de Fátima, a avançar em breve, o presidente da câmara alertou, no entanto, para a necessidade de resolver o problema da falta de médicos de família, que afecta 17 mil dos cerca de 50 mil utentes do concelho.
“Não fora o programa Bata Branca [que recorrer à prestação de serviço de médicos reformados e que é comparticipado pela câmara] a colmatar as falhas do SNS, a situação do concelho seria uma verdadeira tragédia”, alertou, adiantado que, neste momento, o projecto conta com dez clínicos.
O primeiro-ministro referiu-se ao Bata Branca como um “bom exemplo” daquilo que o Governo pretende que seja “uma visão colectiva do País para resolver alguns dos problemas que temos pela frente”. Este tipo de solução permite, “na impossibilidade circunstancial que temos, de não ter oferta de médicos, podermos aproveitar o que há na sociedade, de capacidade instalada, para a acolher dentro do SNS e podemos dar uma resposta ao cidadão”, defendeu o chefe do Governo.
“Na saúde temos vindo a procurar incrementar um princípio que nem devia ser discutido, porque chegámos a um ponto em que não vale a pena perder muito tempo: o princípio de que os cidadãos devem estar à frente de qualquer preocupação, nomeadamente de natureza ideológica. Não há ideologia quando se trata de servir o cidadão – há serviço ao cidadão”, reforçou Luís Montenegro.
Albuquerque reforça pedidos
Reclamada ligação do IC9 à A1 e metro de superfície
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Ourém voltou a reivindicar do Governo a construção de uma ligação do IC9 à auto-estrada do Norte (A1), que tem sido “sucessivamente adiada”. Luís Albuquerque reforçou também o pedido para que, no âmbito do projecto da linha de alta velocidade, que terá uma estação em Leiria, seja equacionada a criação de um metro de superfície entre a nova estação ferroviária e Fátima, dando aos “milhões de pessoas” que anualmente visitam a Cova da Iria uma “alternativa” ao automóvel. O autarca pediu ainda apoio do Governo à construção do novo quartel dos bombeiros de Fátima, alegando que, actualmente, aquando das grandes peregrinações, a Protecçã Civil “não tem condições mínimas”, já que as várias valências se encontra dispersas por vários locais.
