Parte do relvado do campo de futebol de Porto de Mós está inutilizado, depois de várias ‘visitas’ de javalis, que deixaram um rasto de destruição, com relva levantada e buracos ao longo do piso e nas zonas laterais do recinto.
Segundo Nuno Moreira da Silva, presidente da Associação Desportiva Portomosense (ADP), clube que utiliza o equipamento, no último mês, a presença de javalis no local foi detectada “quatro ou cinco vezes”.
Os estragos maiores aconteceram na noite de quinta para sexta-feira da semana passada. A “sorte”, diz o dirigente, é que a equipa sénior jogou fora. Agora, a preocupação reside na próxima jornada, que será disputada em casa, com a União Desportiva da Serra.
“Temos esperança que se consiga regularizar o piso a tempo. Se não, teremos de encontrar uma alternativa”, avança Nuno Moreira da Silva, adiantando que o clube está, juntamente com a câmara, proprietária do equipamento, a procurar soluções que travem a entrada dos javalis no relvado.
“O campo está vedado, mas eles sobem a encosta, na zona poente, e conseguem entrar”, conta Jorge Vala, presidente da câmara, adiantando que a vedação será reforçada. Segundo o representante da ADP, está também a ser equacionado um pedido ao Instituto de Conservação da Natureza e das Floresta para autorizar “uma espera ao javali”.
Já em Mira de Aire, há relatos de avistamento destes animais perto do centro da povoação. Um dos testemunhos foi partilhado pelo presidente da junta, Alcides Oliveira, na última sessão da Assembleia Municipal. “Uma destas noites, quando passeava os meus cães, fui surpreendido quando vi, quase no centro da vila, um grupo de javalis a atravessar a estrada”, relatou.
“É, de facto, uma praga. Fico preocupado ao saber que há famílias javalis a descer às zonas urbnas. Significa que não têm alimento noutro lado”, assinalou Jorge Vala.
O Plano Estratégico e de Acção do Javali, apresentado, no ano passado, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, concluiu que Portugal tem uma sobre-população destes animais, que se estima em perto dos 300 mil exemplares, e que é preciso reduzir o seu número pa