PUBLICIDADE
  • A minha conta
  • Loja
  • Arquivo
  • Iniciar sessão
Carrinho / 0,00 €

Nenhum produto no carrinho.

Jornal de Leiria
PUBLICIDADE
ASSINATURA
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Abertura
  • Entrevista
  • Sociedade
  • Saúde
  • Economia
  • Desporto
  • Viver
  • Opinião
  • Podcasts
  • Autárquicas 2025
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Jornal de Leiria
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Viver

Ana Lousada e Carlos Neto: “A cerâmica é uma viagem interminável”

Cláudio Garcia por Cláudio Garcia
Setembro 26, 2024
em Viver
0
Ana Lousada e Carlos Neto: “A cerâmica é uma viagem interminável”
0
PARTILHAS
0
VISUALIZAÇÕES
Share on FacebookShare on Twitter

Duas exposições inauguradas em Setembro devolvem o trabalho de Ana Lousada e Carlos Neto ao encontro com o público: em Caldas da Rainha, com Xohan Viqueira Perez e Ana Sobral, no contexto do 51.º Congresso da Academia Internacional de Cerâmica, já encerrado, e, em Leiria, a retrospectiva de 30 anos de carreira, patente até ao final do mês.

Abrandar reúne na mezzanine da livraria Arquivo algumas obras inéditas e outras desenvolvidas em diferentes períodos das últimas décadas na Casa da Olaria, o estúdio e residência que a dupla mantém no concelho de Porto de Mós, inscrito na paisagem da serra de Aire e em pleno parque natural.

A existência independente e divergente de Ana Lousada e Carlos Neto produz colecções como “A revolta dos legumes – pernas para que te quero”, representada na Arquivo. Legumes com pernas para levarem às ruas a revolução que os humanos não concretizam porque, segundo os autores, há “falta de tomates” e “nabos a mais”.

As peças de criação original acompanham os 30 anos do ateliê localizado em Alcaria, actualmente com “muito trabalho” e “muitos projectos”, incluindo encomendas de designers, arquitectos e escultores nacionais e internacionais que procuram a Casa da Olaria com desenhos e ideias. “E nós executamos”. Pequenas séries saídas das mãos de Ana Lousada ou Carlos Neto têm tido como destino, por exemplo, os mercados dos Estados Unidos, da Bélgica e da Suécia. Outras parcerias envolvem fábricas do distrito de Leiria: “O Carlos faz um modelo à roda para eles reproduzirem”.

Desde muito antes da cena com Demi Moore e Patrick Swayze no filme Ghost – O Espírito do Amor até ao interesse do cantor, compositor e escritor Nick Cave, agora, também, ceramista, a roda continua a girar e a atrair mediatismo e novos protagonistas, sobretudo, nas grandes cidades, em que a actividade parece, hoje, mais valorizada. “É mágico, é verdade. É hipnótico. E cada vez há mais gente a querer ter essas experiências”, comenta Ana Lousada. Os workshops são outro serviço prestado pela Casa da Olaria. “Há aquela ligação à terra. Temos essa necessidade, acho eu. E o barro é moldável, é uma matéria fácil. E é terapêutico”.

É, por outro lado, dado a caprichos, estados de espírito, humores que trocam as voltas a quem o tenta domesticar. “Mesmo com experiência, estamos sempre a aprender, estamos sempre a experimentar. É sempre uma expectativa: o que é que vai acontecer, o que é que vai sair do forno”. Carlos Neto conclui: “A cerâmica dá-nos uma liberdade imensa. Podemos fazer cerâmica quase sem comprar nada. Está tudo, quase, na Natureza”.

O barro no palco

O percurso conjunto de Ana Lousada e Carlos Neto abrange, ainda, colaborações com estruturas de artes performativas, o que, nos últimos anos, já os conduziu ao elenco de produções de teatro, música e dança. O espectáculo Maciço, da companhia Corpo, de Leiria, estreado em Março do ano passado, é o caso mais recente.

A roda e a lastra são as técnicas mais exploradas na Casa da Olaria, que se insere num território onde a cerâmica é uma rotina ancestral. “Trabalhamos com imensos barros diferentes. Com barros daqui e com barros que compramos, de outras regiões e de outros países”, explica Ana Lousada. “Havia centenas de oleiros e olarias. Há muita tradição de cerâmica no concelho de Porto de Mós. E ainda há. E oleiros tradicionais”. Carlos Neto destaca o património disponível na região: “Procuro colher argilas aqui, é uma zona rica em barros”, diz ao JORNAL DE LEIRIA. “Essa procura do barro, aqui perto, tem muito a ver com a ideia que tenho de que o potencial está sempre muito perto de nós. Nós, às vezes, é que não o vemos”.

Profissão: duro

“É uma luta constante de uma vida inconstante”, aponta Ana Lousada. “A profissão é dura. A cerâmica é mesmo dos duros”. Um quotidiano “instável” em que o artista “nunca sabe o que se vai passar”. Ao mesmo tempo, ajuda “a viver melhor”, acredita Carlos Neto. “Uma das melhores coisas que a cerâmica me tem dado, para além de mexer na terra e fazer objectos, é conhecer pessoas. Permitiu-me conhecer uma quantidade de gente através da cerâmica que não tinha conhecido se não fosse a cerâmica e, praticamente, são os meus amigos”.

A relação com a matéria-prima torna-se, então, íntima e permanente. “Às vezes, nem penso em nada, deixo-me ir pela matéria”, descreve Ana Lousada. “Gosto imenso do diálogo com o barro. Neste momento, divirto-me mais a deixar a coisa fluir. Não estou a pensar. Vou modelando”. E arrisca: “A parte da criação, para mim, é espiritual, é um pouco isso”. Carlos Neto acrescenta. “É um processo. E vem, um bocado, do entendimento que uma pessoa vai tendo com a Natureza”.

Na livraria Arquivo, em Leiria, prolonga-se até ao derradeiro suspiro do mês de Setembro a oportunidade, rara, de uma exposição assinada por Ana Lousada e Carlos Neto, a partir de diferentes técnicas e materiais. “Temos passado por algumas fase distintas e, ultimamente, tem sido esta: Abrandar”. Como no texto que confere o enquadramento da iniciativa: “Abrandemos pois então no abraço do barro, onde cada curva e contorno carrega a paciência de mãos que recusam apressar-se. Num mundo que gira cada vez mais rápido, aqui, a terra sussurra um lembrete suave: criar é respirar devagar, sentir o peso de cada momento enquanto nos molda”.

Etiquetas: Casa da OlariaexposiçõesLeiria
Previous Post

Troca de galhardetes

Próxima publicação

Fábio Porchat: “Achei lindo aquilo que o Papa disse, que é possível fazer piada com tudo, inclusive com Deus”

Próxima publicação
Fábio Porchat: “Achei lindo aquilo que o Papa disse, que é possível fazer piada com tudo, inclusive com Deus”

Fábio Porchat: “Achei lindo aquilo que o Papa disse, que é possível fazer piada com tudo, inclusive com Deus”

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

  • Empresa
  • Ficha Técnica
  • Contactos
  • Espaço do Leitor
  • Cartas ao director
  • Sugestões
  • Loja
  • Política de Privacidade
  • Termos & Condições
  • Livro de Reclamações

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.

Bem-vindo de volta!

Aceder à sua conta abaixo

Esqueceu-se da palavra-passe?

Recuperar a sua palavra-passe

Introduza o seu nome de utilizador ou endereço de e-mail para redefinir a sua palavra-passe.

Iniciar sessão
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Opinião
  • Sociedade
  • Viver
  • Economia
  • Desporto
  • Autárquicas 2025
  • Saúde
  • Abertura
  • Entrevista

© 2025 Jornal de Leiria - by WORKMIND.