Oficialmente, é o modelo T24e e é o primeiro carro 100% eléctrico e com condução autónoma construído pela equipa Leiria Academic Racing Team (LART), de Formula Student, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL).
Este “bólide” competirá, no próximo ano, contra outras equipas universitárias nacionais e estrangeiras, em circuitos como o de Silverstone.
O T24e foi apresentado na semana passada, numa sessão no estádio de Leiria, e atinge os 100 km/h em apenas 4,3 segundos, apresentando uma massa total de cerca de 260 quilogramas, movidos por um propulsor com 80 kW de potência (110 cavalos).
O carro foi pensado para conseguir acelerar em pista, manobrando autonomamente, sem piloto.
A “bateria” é composta por cerca de 400 células de lítio, muito semelhantes a pequenas pilhas cilíndricas, e é uma aposta técnica na “fiabilidade e simplicidade”.
Este é um empreendimento apoiado por 89 empresas patrocinadoras e envolve 47 pessoas de cursos como Engenharia Automóvel, Engenharia Informática, Mecânica, Electrotécnica, Marketing e Gestão, entre outros.
A Void Software, que foi o primeiro parceiro, apadrinhou este veículo que passou a ser designado como “Voidster”, numa referência à empresa “name sponsor” de Leiria.
João Mota, responsável pelo desenvolvimento de negócio da softwarehouse, diz que a dinâmica da equipa surpreendeu na Void pelo protótipo e pela capacidade de criar uma “estrutura organizada de alto desempenho”.
“São futuros especialistas em engenharia e foram capazes de ter uma grande dinâmica de marketing, de gestão e de comunicação”, sublinhou.
O “Voidster” apresenta três componentes principais: a “percepção” do ambiente à volta do carro, o “planeamento” para onde o veículo tem de ir, e o “controlo”, que materializa as instruções para fazer rodar o motor e a direcção.
A percepção do ambiente utiliza redes neuronais convencionais para a detecção de obstáculos à volta do automóvel, enquanto uma câmara permite uma construção em 3D das barreiras, pessoas ou outros carros, em menos de 50 milissegundos.
A fase de design do novo modelo arrancou em Janeiro de 2023 e estendeu-se até ao afinal de Dezembro do ano passado.
Em Junho, foi concluída a produção do chassis. A fase de testes do comportamento dinâmico do veículo e subsistemas, arrancou em Julho e terminará no final de Agosto, a tempo de participar na competição portuguesa de Formula Student, de 13 a 7 de Setembro, em Castelo Branco.
“A nossa meta para este ano foi criar um primeiro protótipo que funcionasse e do qual tivéssemos orgulho, mas que também fosse uma base para o futuro, no sentido de poder ir a competições. Temos a perspectiva de, em 2025, no Verão, competirmos nas grandes competições a nível europeu”, afirmou Miguel Ribeiro, team leader da LART. Alemanha, Áustria, são o foco primordial, seguindo-se Silverstone, caso tudo corra como programado no próximo ano.
Carlos Rabadão, presidente do IPL, sublinhou que esta iniciativa ajuda os estudantes a “adquirirem um conjunto de competências transversais” e a mostrar o que sabem fazer no mercado de trabalho.