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Home Opinião

Três variações para o mesmo tema

Agostinho Pedroso, Professor por Agostinho Pedroso, Professor
Maio 1, 2025
em Opinião
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Vou contar três histórias. Em cada uma aparece um homem diferente, todos mais ou menos com a mesma idade: cerca de 65 anos. O aspecto pouco importa. Mas nenhum veste mal, calças vincadas e polos tipo Lacoste. Ar de quem viveu, semblante quase sofredor. Homens com fiapos de casamentos findos, de filhos, de netos.

Homens que inspiram confiança. Carregam qualquer coisa nas mãos: um livro, uma pasta, um guarda-chuva. Olham frequentemente as horas no relógio de pulso. Todas as histórias se passam no mesmo cenário: a estação ferroviária de Leiria. Na plataforma, onde se apanham os comboios. A azáfama é a normal numa estação. O comboio é de passageiros e pode ser o mesmo. Sim, convém que seja sempre o mesmo.

1. O senhor não parava quieto. Chegou com bastante antecedência. Detesta atrasos. Já foi à casa de banho da estação três vezes. Anda de um lado para outro, senta-se no banco corrido mas levanta-se logo a seguir. Cumprimentou o chefe da estação com uma inclinação do corpo. É visível que está nervoso. Tanto pode estar para embarcar como à espera de alguém. Mas nós sabemos que a sua intenção é embarcar.

O comboio aproxima-se com um apito estridente e pára. Ele perfila-se junto à porta, deixa sair os passageiros. Depois sobe os dois degraus, lentamente. Entra e sai logo a seguir. Faz gestos de quem se esqueceu de qualquer coisa e tem de voltar ao sítio de onde veio. Atravessou a estação, dirigiu-se a um táxi. Arrancaram os dois ao mesmo tempo: o táxi e o comboio. Em direcções opostas.

2. Este senhor passou mais tempo no banco do que em pé. Fez várias chamadas, a segurar os fios do mundo que ia deixar para trás. Sorria muito enquanto falava. Tinha ar determinado. Levantou-se quando sentiu o comboio ao longe e dirigiu-se para próximo da linha. Quando o comboio parou, a porta de uma carruagem ficou mesmo à sua frente. Não saiu ninguém e ele entrou. Escolheu o assento à vontade, era só ele numa carruagem inteira. Sentou-se à janela e respirou fundo.

Quando o comboio arrancou é que resolveu arrumar o que trazia, no compartimento por cima de si. Foi à casa de banho, lavou a cara e as mãos. Transpirava, o que era raro nele. Quando regressou ao lugar, tirou tudo do compartimento de cima para o banco do lado. Olhou lá para fora, o pensamento corria-lhe juntamente com a paisagem. O comboio parou na estação seguinte. Ele pegou nas coisas e saiu apressado do comboio, sem olhar para trás.

3. Desta vez havia brilho no olhar do senhor que aguardava o comboio. Estava calmo, embora resoluto. Subiu os degraus determinado, aconchegou-se no banco e deixou-se levar. Não sabemos o que se passou a seguir, mas deve ter sido bom, pois seguiu viagem sem parar nas estações. Como nunca mais voltou, acreditamos que a viagem teve um final feliz. Não, temos a certeza que teve um final feliz. Afinal quem manda na história é quem a escreve…

Moral das histórias: na vida passa-nos o comboio várias vezes. Podemos ignorá-lo, podemos subir e depois descer se descobrirmos que estávamos enganados ou podemos ter a sorte de descobrir que aquele é o comboio que traz consigo o que tanto queríamos. Uma coisa é certa: se não embarcarmos, nunca descobrimos. E corremos o risco de ficarmos sempre sozinhos na plataforma, a ver passar os comboios com os outros dentro.

Etiquetas: Agostinho Pedrosocomboioestaçãohistóriaincertezajornal de leiriaLeiriamoralopçõesopiniãotemavariaçõesvida
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