Depois das escavações na Anta da Azurrague, na Lapa da Furada e no Algar da Malhada de Dentro, em Ourém, o projecto de arqueologia MEDICE, coordenado pelo Instituto Politécnico de Tomar, Universidade Autónoma de Lisboa e associação CAAPortugal, apresenta novidades sobre trabalhos em Alvaiázere.
Através de um dente, encontrado no Complexo Megalítico de Rego da Murta, investigadores conseguiram perceber como era a aparência de uma mulher há mais de 5 mil anos.
O Laboratório de ADN Antigo do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses isolou ADN de um dos dentes recolhidos durante as escavações no complexo. O dente “é de uma mulher com mais de 5 mil anos”, refere a coordenadora dos trabalhos [LER_MAIS]de investigação, Alexandra Figueiredo, docente do Politécnico de Tomar e membro do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra.
“Provém de uma deposição votiva e funerária de um dos monumentos megalíticos de Rego da Murta, onde se registaram associados oferendas de ferramentas e instrumentos usados pelas antigas comunidades, bem como alimentos.”
“Trata-se de uma deposição secundária em fossa, realizada numa anta, com uma datação que a integra no Calcolítico médio, e que ainda que tenha sido levantada e manipulada pelos ancestrais e por nós, mesmo depois de 5 mil anos foi possível extrair ADN, pelo menos parcial” completa o arqueólogo Cláudio Monteiro.
António Amorim, do laboratório, refere que foi possível obter um perfil genético incompleto, mas que permite perceber, com elevado grau de probabilidade, que a mulher “teria uma pigmentação característica de olhos castanhos, tom de cabelo escuro e tom de pele intermédia a escura” e que pertenceria ao “haplogrupo R”, que terá surgido entre 70 mil e 50 mil na Eurásia”.